NOTA AOS LEITORES!

Sejam todos bem vindos!

Está é uma página suplementar do blogue Construindo História Hoje (http://www.construindohistoriahoje.blogspot.com.br), estando a mesma vincula de modo factual ao blogue original e tendo as mesmas prerrogativas. As postagens apresentadas aqui podem conter conteúdo que expanda o universo dos estudos históricos para outras áreas e podendo ir além com abordagens variadas tão quantas o conteúdo. Deste modo distingui-a do blogue original que possuí seu foco unicamente nos estudos históricos.

Desde já grato pela atenção,


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Laranja Mecânica


Clockwork Orange (Laranja Mecânica)
de Stanley Kubrick,1971

"Ouça sua gúliver e vidia a glaze de bog my drugue. Goverete com a devotchka bebendo moloko velocete ao som lovely lovely ludwing van bethoven."

Por Senhor FUC


Laranja Mecânica(Clockwork Orange), do diretor Stanley Kubrick, com o ator Malcom Macdowell, foi gravado em 1971 e sua história é baseada no livro homônimo de Anthony Burges. Clockwork Orange vem da gíria "cockney", muito usada pelas torcidas inglesas na década de 50, que denomina uma pessoa desequilibrada, um desajustado agressivo, que odeia as instituições e o seres, e por isto os agride. Ou ainda, nas próprias palavras do autor do livro: "o ser humano é dotado de vontade e pode usá-la para escolher entre o bem e o mal. Se só se pode fazer o bem, ou só se pode fazer o mal, é uma Laranja Mecânica- que significa que tem aparência de um organismo adorável, com cor e suco, mas que na realidade é um brinquedo mecânico para ser manipulado por Bog(Deus) ou pelo Diabo( no caso o todo poderosos estado)."
Nesta frase aparece um elemento muito interessante: uma palavra de um vocabulário imaginário. Kubrick levou pra tela a grande idéia de Burgess de criar uma linguagem falada também marcante, acrescentando ao roteiro palavras. No caso do filme, o espectador ouve várias palavras diferentes que não existem em nenhuma outra língua (e que não são traduzidas no filme). Mesmo assim em alguns momentos pelo contexto da frase é possível enteder o significado ou algo muito próximo. São gírias da gangue que mesclam palavras inglesas, russas e expressões ciganas. Entre elas, algumas tais como: gúliver- cabeça, drugue- comparsa, espachca- cochilo, , milicente- policial, toltchocos- porradas, glaze- olho, goverete- conversa, iarblas- testículos,devotchka- moça e videar- olhar.
A trama se passa num futuro não tão distante, mas com vários elementos futuristas na decoração dos ambientes. A história é narrada em primeira pessoa pelo personagem de Malcom Madowell, Alex, auto-intitulado the large. Além de Alex fazem parte da gangue seu 3 drugues: Georgie Boy(James Marcus), Dim(Wareen Clarke) e Pete(Aubrey Morris). Após tomarem seus molokos velocetes (uma espécie de leite com drogas), no Korova Milk Bar, e ficarem pré-dispostos à ultra-violence eles passam a cometer diversos crastes(crimes), como estupros e brigas de forma extremamente prazerosa. Uma notchi, os drugues, com intuito de livrarem-se daquel que era seu líder, atraiçoam Alex. Eles chamam os milicentes, após Alex ter assassinado uma mulher com uma estranha escultura fálica. Alex é preso e para livrar-se de cumprir a pena de 14 anos, resolve ser voluntário num tratamento criado pelo governo para reintegrar o bandido à sociedade, ou até mesmo para "desentupir" as cadeias. O tratamento Ludovico, de método behaviorista, o condiciona a associar imagens de que envolvem violência (como os desfiles do exército de hitler) com algo de bom que o paciente possa ter. No caso Alex tem uma grande paixão pela música de Ludwing Van Beethoven (várias cenas têm como trilha canções do compositor).

Drogado e amarrado a uma cadeira pela camisa de força é exposto por horas e horas a imagens de violência, enquanto ouve seu grande ídolo. A associação o deixa desconfortável e faz com que começe a ter reações físicas extremas como enjôos toda vez que vê cenas de violência. Após sair da cadeia, totalmente mudado pelo Tratamento Ludovico, ele passa a viver todas as situações em que antes ele havia prejudicado alguém, vendo-se nas mãos de suas vítimas, sofrendo as mesmas violências sem conseguir reagir já que o tratamento o condiciona a aceitar a violência como algo ruim .Assim ele fica incapaz de reagir com violência pois isto lhe causa náuseas. Fica impotente pra lidar com a violência que o cerca. E também não consegue se reintegrar a esta sociedade. Ele acaba sendo amparado por uma de suas vítimas, que via Alex como uma forma de comprovar a ineficácia do tratamento, ao mesmo tempo usando-o para fins políticos, já que esta vítima era de um partido de oposição ao governo responsável pelo tratamento. A vítima, no entanto, acredita que poderia lidar com seu carrasco, mas também seus desejos mais violentos afloram. Após ver sua mulher ser estuprada e levar uma surra que o deixou em cadeira de rodas, não há como ficar indiferente ao ter em sua casa aquele que o feriu. Esta vítima é o escritor (no filme) do livro Clockwork Orange, Frank Alexander(Patrick Magee). A história torna-se um círculo vicioso. Kubrick vai mostrando conceitos ao longo do filme em que colocam de um lado o personagem Alex e de outro a sociedade, ora Alex agride a sociedade em outra a sociedade agride Alex. O filme acaba com a emblemática frase: "- Agora estou curado."
No livro a história continua, Alex "curado" volta a cometer crimes mas resolve parar por vontade própria, o que dá um significado piscológico todo especial para a moral do filme.Como todo clássico, causa impacto. Para alguns positivo, para outros negativo. De qualquer maneira o primeiro passo é ver o filme. Então, assista! Agora, se você é um daqueles alucinados pelo filme a ponto de ter o dvd, ver pelo menos 2 vezes por ano, já ter lido o livro, feito trabalho de psicologia geral e até ter colocado aquela saqueira ridícula em alguam festa à fantasia , você vai se perguntar: porque eu estou lendo mais do mesmo e isto não me importa nem um pouco?





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...