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Está é uma página suplementar do blogue Construindo História Hoje (http://www.construindohistoriahoje.blogspot.com.br), estando a mesma vincula de modo factual ao blogue original e tendo as mesmas prerrogativas. As postagens apresentadas aqui podem conter conteúdo que expanda o universo dos estudos históricos para outras áreas e podendo ir além com abordagens variadas tão quantas o conteúdo. Deste modo distingui-a do blogue original que possuí seu foco unicamente nos estudos históricos.

Desde já grato pela atenção,


sábado, 7 de maio de 2016

A Misteriosa Cidade de Nan Madol



Em Pohnpei, há um mistério fascinante: o sítio arqueológico de Nan Madol.

Nan Madol é o nome dado ao misterioso complexo arqueológico megalítico localizado à uma curta distância da ilha de Pohnpei, parte da atual Micronésia. Descoberto por desbravadores europeus no início de 1800, ficou conhecida com a Veneza do Pacífico.

A cidade cobre uma área superior a 80 hectares e é composto por mais de cem ilhotas artificiais construídas sobre corais e interligadas através de uma rede de hidrovias construídas por seus habitantes, até hoje desconhecidos.

Diversos motivos tornam este complexo de ilhas artificiais um dos maiores mistérios arqueológicos do nosso planeta.

As ruínas de Nan Madol mostram resquícios de uma arquitetura megalítica sem precedentes. Foi construído utilizando gigantescos blocos de basalto, alguns pesando mais de 50 toneladas e alcançando a marca de 10 metros de altura.



Estudiosos estimam que Nan Madol possua cerca de 250 milhões de toneladas de rocha, porém a fonte de origem dessa enorme quantidade de basalto ainda é desconhecida. Como elas foram transportadas até as ilhotas sobre os corais?

Após a Primeira Guerra Mundial, o complexo de Nan Madol foi dominado pelos Japoneses. Eles realizaram um extensivo estudo das ruínas e de uma boa porção da região sumersa mais próxima. Infelizmente, esse estudo foi perdido durante a Segunda Guerra.

Mergulhadores movidos pelo espírito de aventura, outros em busca de tesouros, regressam de mergulhos em volta de Nan Madol maravilhados com a quantidade de construções perdidas no fundo do oceano. Ainda mais surpreendente foi a descoberta de que as ilhotas mais importantes eram conectadas por meio de túneis sub-aquáticos.



Na mitologia do povo nativo da região é contada uma história sobre a construção de Nan Madol por sacerdotes que magicamente transportavam as pesadas rochas através do ar e as organizavam nas pequenas ilhas.

Os nativos praticamente não visitam Nan Madol, pois existe uma antiga lenda que afirma que a morte é certa para aquele que passar uma noite na cidade.

Algumas teorias alegam que Nan Madol é uma pequena parte remanescente do lendário continente perdido de Mu que teria abrigado uma civilização conhecida como Lemúria.



Nunca ouviu falar? E essa falta de conhecimento generalizado do mundo com tal preciosidade é indicativo do quanto ainda precisamos melhorar nosso senso histórico do que é importante ser preservado… Pois Nan Madol foi uma cidade construída no meio do mar. Com ilhas artificiais e tudo. Há muitos séculos antes da chegada dos europeus na região. A área hoje é conhecida como a “Veneza do Pacífico”, pelo intricado labirinto de canais que circunda enormes construções de basalto onde um dia habitou uma civilização.

Civilização esta que devia ter um conhecimento tecnológico impressionante, pois não só conseguiram em pleno século XII construir no meio do Pacífico um dique de contenção impressionante, mas estabeleceram uma cidade inteira com prédios enormes estruturados em fundações de corais, algo ÚNICO arquitetônica e arqueologicamente no mundo. É uma espécie de Machu Pichu do meio do Pacífico, imponente e muito, mas MUITO, impressionante.



De acordo com este estudo sobre Nan Madol, essa forma de fazer paredões – com grandes pedaços de basalto intercalados por pequenos pedaços do mesmo basalto e enchimento de coral – é única no mundo.


Estudos geológicos feitos há muitas décadas mostraram que o basalto das construções em Nan Madol é de um tipo encontrado apenas no noroeste de Pohnpei – mas Nan Madol fica no sudeste, ou seja, do lado oposto da ilha, e começa aí o mistério: como essas pedras enormes, de muitas toneladas, foram levadas até o mar para fazer a construção? Não dá pra passar pelo centro super-montanhoso da ilha, que até hoje é desabitado – é uma barreira intransponível, sem túneis ou estradas. Ou seja, o transporte teve que ser feito pelo mar, ao redor da ilha. Mas como?



Há poucos anos, tentou-se fazer uma canoa típica da região para carregar apenas um pedaço de rocha equivalente aos maiores encontrados em Nan Madol, e… nada. Não conseguiram deslocar sequer uma pedra. Obviamente essas pedras foram carregadas de uma forma tecnológica pohnpeiana que se perdeu no tempo, infelizmente.

O início da construção de Nan Madol acredita-se ter acontecido no século VIII, mas a civilização dos Saudeleur (que supostamente habitava Nan Madol) floresceu mesmo do século XII ao XV. Depois disso, houve sua queda, e não sabemos se o contato com os europeus acelerou tal queda, ou se o império dos Saudeleur já estava mesmo enfraquecido por conflitos com outros povos da região – há estruturas menores no estilo de Nan Madol em Kosrae também. E… para que servia tal cidade? Era o povo Saudeleur grandes comerciantes, guerreiros ou apenas ali viviam? Como desapareceram? E por que nada sobrou de seu império a não ser a cidade? Por que os Pohnpeianos não gostam de falar deles, e acreditam que o lugar é amaldiçoado?



Eis aí a principal característica de Nan Madol: a quantidade de perguntas sem resposta é maior que a nossa própria curiosidade.

Há duas formas de visitar: entrando pelos fundos da cidade, numa trilha terrestre de algumas milhas e muita mata; ou de barco, entrando pela “rua” principal com a estrutura mais imponente logo na entrada, o que só é possível fazer na maré alta.

A maré alta é realmente o momento ideal, porque em certas áreas o canal é bem raso. Os peixinhos abundam: afinal, há ali pertinho recifes de corais magníficos, e do outro lado, um manguezal de saúde avassaladora. A fauna é outra riqueza única deste sítio arqueológico.

A cidade está coberta de vegetação, dada a falta de recursos com que vem se tentando mantê-la. O mangue impera em meio às ruínas. É sem dúvida a maior ausência da lista de Patrimônio da Humanidade da UNESCO. Nan Madol tem cerca de 1000 visitantes por ano – se compararmos com a Ilha de Páscoa, cujos moais esculturais atraem mais de 50,000 visitantes por ano, Nan Madol é realmente uma maravilha da história da humanidade totalmente esquecida, abandonada.



É como se estivéssemos dando as costas a tal maravilha, e esse sentimento gera uma certa revolta – pois se Nan Madol estivesse na Europa ou num ponto mais conhecido do planeta, já estaria há muito protegida. Mas está na Micronésia, terra esquecida da maior parte das pessoas, então… fadada talvez ao mesmo esquecimento. Uma lástima de deixar lágrimas nos olhos.



P.S.: Os pohnpeianos acreditam que Nan Madol foi resultado de magia. Incrível como para tudo que não conseguimos explicar de maneira racional, esta desculpa logo aparece, não é mesmo?

Referências:

Fotos: André Seale



Fotos de Nan Madol









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Construindo História Hoje 







Sofistas


Protagoras, filosofo sofista.

Os sofistas eram considerados mestres da retórica e da oratória, acreditavam que a verdade é múltipla, relativa e mutável. Protágoras foi um dos mais importantes sofistas.

Na Grécia Antiga, haviam professores itinerantes que percorriam as cidades ensinando, mediante pagamento, a arte da retórica às pessoas interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era introduzir o cidadão na vida política. Tudo o que temos desses professores são fragmentos e citações e, por isso, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles.

Eles eram chamados de sofistas, termo que originalmente significaria “sábios”, mas que adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, principalmente por conta das definições de Aristóteles e Platão. Aristóteles, por exemplo, definiu a sofística como "a sabedoria (sapientia) aparente mas não real”. Para ele, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o lugar e o tempo em que o homem está inserido.

O contexto histórico e sociopolítico é importante para que se compreenda o papel e o pensamento dos sofistas para a sociedade grega. Embora Anaxágoras tenha sido o filósofo oficial de Atenas na época do regime de Péricles, não havia um sistema público de ensino superior, então jovens que podiam pagar por instrução recorriam aos sofistas a fim de se prepararem para as dificuldades que enfrentariam na vida adulta. Uma delas, imposta pelo exercício da democracia, era a dificuldade de resolver divergências pelo diálogo tendo em vista um interesse comum. O termo “sofista” não corresponde, portanto, a uma escola filosófica e sim a uma prática. Mesmo assim, podemos elencar algumas caracterizações comuns aos sofistas:

a) Oposição entre natureza (phýsis) e cultura (nómos): Pelo que sabemos, podemos dizer que a maior parte dos sofistas tinha seu interesse filosófico concentrado nos problemas do homem e da natureza. Isso significa que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado por cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, todos nós precisamos da alimentação para continuarmos vivos, mas na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado.

b) Relativismo. Para os sofistas, tudo o que se refere à vida prática, como a religião e a política, era considerado fatores culturais, logo podiam ser modificados. Dessa forma, colocavam as normas e hábitos em dúvida quanto à sua pertinência e legitimidade. Como eles eram relativistas, suas questões podiam ser levadas para o seguinte sentido: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou precisam ser mudadas?

c) A existência dos deuses. Para os sofistas, é mais provável que os deuses não existam, mas eles não rejeitam completamente a existência, como Platão, por exemplo. Portanto, eles são mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. A diferença entre os sofistas e aqueles que acreditavam nos deuses – e a educação grega esteve, no início, ligada à existência e interferência dos deuses nos destinos da humanidade – é que eles preferiam não se pronunciar a respeito. Mas, se os deuses existissem, eles não teriam formas e pensamentos humanos.

d) A natureza da alma. A definição de alma para os sofistas é de uma natureza passiva e podia ser modelada pelo conhecimento que vem do exterior. Isso é muito importante para a prática que eles exerciam, pois, se as pessoas possuem almas passivas, elas podem ser convencidas de qualquer discurso proferido de forma encantadora. Por isso, era preciso lapidar a técnica a fim de levar as pessoas a pensarem de um modo que favoreça o orador, ou seja, aquele que está falando para o público. A resistência que alguma pessoa oferece a algo que é dito não seria proveniente da capacidade de refletir ou questionar e sim era decorrência da inabilidade discursiva do orador.

e) Rejeitam questões metafísicas. Os sofistas estavam bastante empenhados em resolver questões da vida prática da pólis. Aquilo que contribuiria para uma vida melhor com os outros ou para atender às necessidades imediatas era o centro de suas preocupações. Por concentrarem seus esforços para pensar naquilo que consideravam útil, questões como a origem do seres, a vida após a morte e a existência dos deuses, ou seja, questões de ordem metafísica, eram rejeitadas.

f) A habilidade de argumentar, mesmo se as teses fossem contraditórias, também era um de seus fundamentos. Apesar da dura crítica feita a eles, o trabalho dos sofistas respondia a uma necessidade da época: com o desenvolvimento e a consolidação da democracia na Atenas do século V a.C., era imprescindível desenvolver a habilidade de argumentar em público, defender suas próprias ideias e convencer a maior parte da assembleia a concordar com aquilo que os beneficiaria individualmente.

g) Antilógica. Uma estratégia de ensino comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição para, em seguida, defenderem seu oposto. Essa técnica argumentativa foi chamada de antilógica e foi criticada por Platão e Aristóteles por corromper os jovens com a prática da mentira. Historiadores contemporâneos, no entanto, consideram essa técnica como uma atividade característica do espírito democrático por respeitar a existência de opiniões diferentes (cf. CHAUÍ, Marilena).

Os mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c. 490-421 a.C.), Górgias de Leontinos (c. 487-380 a.C.), Hípias de Élis, Isócrates de Atenas, Licofron, Pródicos e Trasímaco. Vamos agora conhecer um dos mais importantes, Protágoras.
Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”

Um dos responsáveis para que Protágoras se tornasse um dos mais conhecidos sofistas foi Platão, que dedicou a ele uma obra, o que mostra que o filósofo, mesmo sem concordar com o sofismo, respeitou o pensamento de Protágoras ao ponto de se dedicar a elaborar objeções. Além de ensinar a arte do debate aos jovens em suas muitas visitas a Atenas (lembre-se de que os sofistas eram professores itinerantes, isto é, não residiam em um lugar específico), foi nomeado por Péricles para redigir a constituição de uma colônia ateniense (cf. KENNY, Anthony).

No diálogo Teeteto, Platão traz um importante pensamento de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”. Isso significa, em outras palavras, que se uma pessoa pensa que uma coisa é verdade, tal coisa é a verdade para ela. Ou seja, a verdade é subjetiva e relativa, não objetiva e absoluta. Por exemplo, se uma pessoa está com febre, ela pensa que a temperatura do ambiente está baixa, mesmo que ela esteja em Fortaleza e os termômetros apontem 38 graus.

Como não há uma verdade objetiva a ser considerada, a verdade sempre seria relacionada aos indivíduos. Em relação à crença nos deuses (como sabemos, a sociedade grega era politeísta), o relativismo tem a consequência de que não há uma crença mais correta do que a outra, todas devem ser respeitadas, pois o homem não pode saber nada a respeito dos deuses, se existem ou como são. Quando diz isso, Protágoras se aproxima do agnosticismo. Em suas palavras, que chegaram a nós por Diogenes Laertios:

“No que diz respeito aos deuses, não posso ter a certeza de que existem ou não, ou de como eles são; pois entre nós e o conhecimento deles há muitos obstáculos, quer a dificuldade do assunto, quer a pouca duração da vida humana”.

Diogenes Laertios, ao criticar Protágoras, nota que sua obra foi queimada em praça pública por atenienses que acreditavam que ele corrompia a juventude e ironiza, dizendo que ele foi o primeiro homem a dizer que em relação a qualquer assunto há duas afirmações contraditórias. Depois, Platão objetou que se todas as crenças são verdadeiras, a crença de que nem todas as crenças são verdadeiras também é verdadeira.

A técnica argumentativa dos sofistas foi registrada por Protágoras em sua obra Antilogia. Para ele, era preciso aprender a argumentar pró e contra determinada posição, pois todas são verdadeiras. A antilógica era um bom recurso para se preparar para debates, pois ao se conhecer profundamente os principais argumentos contra e a favor de determinado assunto, é possível defender bem qualquer posição tomada sobre ele e objetar com eficácia os argumentos dos adversários.

Resumindo

* Contexto histórico: Consolidação da democracia em Atenas no século V. a.C.

* Os sofistas: não se trata de uma escola filosófica;

* Eram professores itinerantes que ensinavam os jovens, mediante pagamento, a arte da oratória, imprescindível para a vida adulta em um regime democrático;

* O que sabemos deles é em grande parte aquilo que foi citado por seus principais adversários teóricos e, por isso, não podemos ter uma conclusão adequada sobre o que eles pensavam;

* Entre os mais importantes sofistas estão Protágoras e Górgias.

* Protágoras pensava que o homem é a medida de todas as coisas, inclusive da verdade que não poderia ser pautada, portanto, pela fé nos deuses. Seu pensamento pode ser considerado humanista e relativista.

Referências:


CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Editora Ática, 2000.

KENNY, Anthony. História Concisa da Filosofia Ocidental. Lisboa, Temas e Debates, 1999.

LAÊRTIOS; D. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Tradução, introdução e notas: Mário da Gama Kury. 2ed. Brasília, editora Universidade de Brasília, 2008.


PLATÃO. Diálogos I : Teeteto (ou do conhecimento), Sofista (ou do ser), Protágoras (ou sofistas). Tradução e textos complementares: Edson Bini. Editora: EDIPRO. Bauru, 2007.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Santos Dumont – Cronologia



Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo História Hoje, graduado em História e pós-graduando em Metodologia do Ensino de História e Geografia.

            Dando seguimento ao nosso estudo sobre os grandes brasileiros, Homens e mulheres que fizeram a diferença entre a realidade de suas épocas, uma diferença que ecoa até os dias de hoje por meio de suas ideias e invenções que ajudaram o Brasil a crescer e continuar crescendo.  Nas próximas postagens continuarei trazendo outros nomes, alguns bem conhecidos de todos nós, outros nem tanto. Mas isso não os diferencia no fato de terem sido grandes pessoas que não se importaram em ir contra aquilo que era considerado absoluto e correto, mas seguiram em frente para o bem do Brasil e de toda a civilização humana.

1873 – Julho, 20. Nasce Alberto Santos Dumont, no lugar denominado Cabangu, cuja cabeça de comarca se chmava João Gomes, mudando depois para Palmira, Minas Gerais. Seu pai era o engenheiro Henrique Dumont e a mãe, d. Francisca Santos Dumont.

1874/79 – Vai morar com a família em Casal, fazenda de café do avô materno, que o pai administra, e que fica perto de Valença, Estado do Rio de Janeiro.

1879 – Muda-se, com a família, para Arinvdeúva, fazenda de café que o pai adquire, próxima a Ribeirão Preto, São Paulo.

1888 – Vê, pela primeira vez, um balão cativo na capital de São Paulo. O balão devia fazer parte de alguma exposição, ou possivelmente pertencia a algum aeronauta, profissional de parque de diversão.

1890 – O pai torna-se hemiplégico e vende a fazenda, que possuía cerca de 5 milhões de cafeeiros.

1891 – Aos 18 anos, viaja com a família para a França, a bordo do ‘Elbe’, onde o pai pretende curar-se da hemiplegia frequentando as termas de Lamalou-les-Bains. Visitando com o pai, em Paris, uma exposição de máquinas no Palácio da Indústria, descobre um motor a petróleo. Novembro, pelo ‘Portugal’, regressa com a família ao Brasil e vai residir uma casa da rua Helvetia, em São Paulo.

1892 – É emancipado pelo pai, que também lhe entrega uma fortuna em títulos. Acompanhado dos pais, volta à Europa, onde pretende estudar em Paris. Mas Henrique Dumont, chegando a Portugal, sente-se pior de saúde e volta ao Brasil. Agosto, 30. O pai falece no Rio de Janeiro. Promove, no velódromo de Parc des Princes uma corrida de mototriciclos.

1897 – Descobre, numa livraria do Rio, o livro de Lachambre e Machuron: André au Pôle Nord em Ballon. Volta a Paris e pela primeira vez sobe em balão esférico, pertencente à firma Lachambre et Machuron.

1898 – Em Vaugirard sobe com passageiros em balão esférico. Torna-se um voluntário piloto de balão, para a firma Lachambre et Machuron. Encomenda à mesma firma um pequeno balão para seu próprio uso, a que dá o nome de ‘Brasil’. Descobre o motor do triciclo a petróleo. Participa da corrida de automóveis Paris-Amsterdã, em carro adaptado com motores de triciclo. Constrói  o seu primeiro balão dirigível, o ‘Santos Dumont n.°1’. Setembro, 18. Experiência mal sucedida com o ‘Santos Dumont n.°1’.Setembro, 20. Navega pela primeira vez no ‘Santos Dumont n.°1’, tendo descida acidentada em Bagatelle, com ameaça do balão dobrar-se ao meio.

1899 – Maio, 11. Ensaio fracassado com o ‘Santos Dumont n.°2’ que se dobra ao meio no momento da elevação. Novembro, 13. No ‘Santos Dumont n.°3’ faz uma feliz ascensão, partindo do Campo de Marte, contornando a torre Eiffel, descendo no Parc des Princes. Manda construir em Saint-Cloud um hangar para os seus balões.

1900 – Agosto, 1.°. Termina a feitura do ‘Santos Dumont n.°4’. A comissão Científica do Aeroclube concede-lhe o ‘prêmio de Encorajamento’, de 4 mil francos. Com o dinheiro do prêmio, instituiu o ‘Prêmio Santos Dumont’, como incentivo aos pesquisadores da aerostação de dirigíveis.

1901 – Julho, 12. No ‘n.°5’ voa sobre Longchamps e contorna a torre Eiffel. Julho, 13. Concorrendo ao Prêmio Deutsch, de 100 mil francos, ao contornar a torre Eiffel um golpe de vento violento o atira contra as árvores do parque Rothschild. Agosto, 8. Insistindo na prova Deutsch, o balão perde gás e vai cair, explodindo sobre as paredes de um edifício do Trocadero. Preso às cordas e à quilha do balão, é retirado, ileso, pelos bombeiros. Outubro, 19. No ‘Santos Dumont n.°6’ ganha o Prêmio Deutsch, partindo de Saint-Cloud, contornando a torre Eiffel e voltando ao ponto de partida no espaço de 29 minutos e 30 segundos (30 minutos era o tempo estimado para a prova).

1902 – Janeiro, 29. Sobe no ‘n.°6’ em Monte Carlo, onde passa uma temporada naquela cidade. A convite do príncipe Dino, que mandou construir no blulevar de La Condamine um aeródromo e hangar para os seus balões. Fevereiro, 14. Acidente com o ‘n.°6’, que soçobra nas águas da baia de Mônaco. Primavera-verão. Visita Londres, Nova York e São Luis. Falece, em Portugal, sua mãe, d. Francisca Santos Dumont. Constrói neste ano os dirigíveis n.°s 7, 9 e 10.

1903 – Julho, 14. No dirigível ‘n.°7’, chamado de La Balladeuse, toma parte na grande parada militar de 14 de Julho.

1904 – Escreve Dans l’Air (Os Meus Balões). Recebe do governo francês a comenda de Cavaleiro da Legião de Honra.

1905 – Escreve artigo para a revista Je Sais Tout. Projeto do Santos Dumont n.°11. Agosto. Ascensão, em Trouville, do ‘Santos Dumont n.º14. numa corrida de lanchas na Côte d’Azur, toma conhecimento do motor ‘Antoinette’, e seu fabricante, Levavasseur.

1906 – ‘Santos Dumont n.°12, helicóptero, 2 hélices. ‘Santos Dumont n.°14’. Constrói um tipo de aeroplano aquático com asas do tipo de  ‘papagaio celular de Hargrave’. Experimenta o aparelho como planador, conseguindo, para isso, prendê-lo a uma corda e esta a um barco-automóvel, que o impulsiona. Constrói novo aparelho – um biplano – e para testar seu equilíbrio e direção, prende-o sob o dirigível ‘n.°14, desprendendo, depois, deste. Mas o biplano fica conhecido por ’14-Bis”. Setembro, 7. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se no biplano por um segundo. Setembro, 13. Campo de Bagatelle. Faz no biplano (’14-Bis’) um pequeno voo de 8 metros. Setembro, 30. Participa da Taça Gordon Bennet para balões livres, mas ferindo o braço numa transmissão teve que aterrissar perto de Bernay. Outubro, 23. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se do solo a uma altura de cerca de um metro e a uma distância de 60 metros, ganhando a Taça Archdeacon, ofertada ao piloto que em sua máquina, e por seus próprios recursos, conseguisse voar através de um percurso de 25 metros. Novembro, 12. Campo de Bagatelle. Novamente pilotando o seu ’14-Bis’ consegue voar 220 metros.

1907 – Março, 21. Sobe no ‘n.º 15, biplano do tipo celular. Abril, 4. O ’14-Bis’ é inutilizado em desastre. Agosto, 10. Sobe no balão ‘Aigle’ com pilotos do Aeroclube de França e os amigos brasileiros Antônio Prado Júnior e senhora, d. Eglantina. Constrói o monoplano ‘n.°19’. Constrói o monoplano, ‘n.°20’, conhecido por ‘Demoiselle’.

1908 – Exposição da ‘Emoiselle’ no Salão da Aeronáutica.

1909 – Passeia com sua ‘Demoiselle’ pelos céus da França.

1910 – Abandona a aeronáutica. Deixa de voar.

1913 – É erguido em Saint-Cloud monumento em sua homenagem.

1914/15 – Passa-o entre Brasil, Europa e novamente Brasil. A convite dos Estados Unidos viaja para Washington, para participar de um congresso científico.

1916 – Parte para o Chile a fim de participar de Conferência Pan-Americana a realizar-se em Santiago. Julho. Vai à Argentina, para o centenário da Assembleia de Tucuman.

1917 – Em Petrópolis constrói a casa ‘Encantada’.

1918 – O sítio de Cabangu, em Minas Gerais, lhe é doado pelo governo brasileiro. Na ‘Encantada’. Na ‘Encantanda’ escreve o livro ‘O que Vi, o que nó Veremos’.
1920 – Volta a Paris.

1922 – Manda erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, do Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do ícaro de Saint-Cloud.

1924 – Paris. Brasil. Novamente torna a Paris.

1926 – Interna-se no sanatório de Valmont-sur-Territet, na Suiça.

1927 – Passa algum tempo na aldeia de Glion, Suíça. Volta à França.

1928 – Volta ao Brasil pelo ‘Cap Arcona’. Desastre com o avião que lhe vem dar as boas vindas à entrada da barra. Volta para a França.

1929 – Recebe do governo francês a comenda de Grande Oficial da Legião de Honra.

1930 – Interna-se na casa de saúde de Preville, em Orthez, nos baixos Pirineus.

1931 – Sanatório de Biarritz. Volta definitivamente ao Brasil.

1932 – Julho, 23. Morre em Guarujá, São Paulo, aos 59 anos.

            Mesmo com toda a fama adquirida por Santos Dumont através de suas máquinas voadoras, principalmente o Dirigível n.°6, 14-Bis e o Demoiselle. Esse prestígio social, não fez Santos Dumont afastar-se daquilo que mais amava, pois madrugava no seu hangar, agarrando-se a seus inventos. Trabalhando feliz, pois trabalhava no meio dos melhores amigos – os seus mecânicos. Sem a busca de ajuda oficial ou particular, ele, com dote recebido de seu pai e com o poder de suas criações, mostrou para a humanidade, os novos caminhos a seguir. Não concebeu sua máquina voadora para que os homens se matassem, jamais pensou em lucro e destruições. Deseja uma aliança de paz entre a humanidade através de uma abertura de rotas em todas as direções da terra. Morreu sem deixar fortuna, mas mudou o mundo para sempre!

Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo História Hoje, graduado em História e pós-graduando em Metodologia do Ensino de História e Geografia.

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D’AMARAL, Márcio Tavares. A Vida dos Grandes Brasileiros – 1. Santos Dumont. São Paulo: Ed. Três Ltda, 2001.

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