De Malaquias a Mateus,
encontramos um silêncio divino de quatro séculos. Nesse período, chamado “Inter-Bíblico”, por se localizar entre os dois Testamentos,
Deus esteve preparando o mundo para o nascimento do Seu filho, para o advento
do Cristianismo.
Deus preparou o mundo em
vários aspectos para a vinda de Jesus; cada povo, no seu tempo, pela
providência divina, criou as condições da sociedade em que o cristianismo
apareceu realizando as suas primeiras conquistas.
Os babilônicos levaram o povo
de Deus para o cativeiro e deram-lhe lições jamais esquecidas. Os persas fizeram-lhe retornar à
Jerusalém, edificando o templo e
restaurando o ensino da lei. Os gregos influenciaram
intelectualmente o mundo, contribuindo ainda com um idioma universal, o
“Koinê”. Os romanos contribuíram com
a paz universal e o intercâmbio entre os povos unificados sob seu domínio. Os judeus
contribuíram com a preservação do Antigo Testamento e a esperança
messiânica que inocularam nos países por onde andaram, principalmente depois do
cativeiro.
Deus, nesses 400 anos não
falou por meio de profetas nem pela palavra escrita (nenhum livro inspirado
apareceu nesse período), mas podemos dizer que com Sua mão poderosa, dirigiu os
povos preparando o mundo para o nascimento de Jesus Cristo.
Relato
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Descrito profeticamente em Daniel 11 à 12.2.
Duração ---
De 430 a 5 aC (425 anos) --- De Malaquias ao advento.
Local ---
Palestina.
Fatos
importantes:
Para facilitar o estudo,
dividiremos o período inter-bíblico nos nos
seguintes assuntos:
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O período Medo-Persa
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O período Greco-Macedônio
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O período Romano
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A literatura apócrifa
O
período Medo-Persa: Após Neemias e Malaquias, a Palestina
continuou sob os persas por mais quase 100 anos, até 330, quando a Grécia
venceu a Pérsia. O centro do império Persa ficava onde hoje é o Irã. Suas
capitais foram Babilônia e depois Susa, construída por Cambises ( Neemias 1.1;
Ester 1.1; Daniel 8.2). Embora em cativeiro, o povo de Deus obteve os seguintes
sucessos:
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Influência espiritual dobre Nabucodonosor e os
babilônios.
---Idolatria
destruída.
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A lei de Moíses respeitada.
---Inauguração
do culto público.
---Reverdecimento
da esperança messiânica.
---Nacionalismo
pronunciado.
No período interbíblico, os
persas só dominaram no mundo por cerca de 100 anos. Em 330, Dario Condomano
(Dario III) foi derrotado por Alexandre “O Grande” da Grécia na famosa batalha
de Arbela. Não confundir esse Dario com o Dario II ( Nothus) de Neemias 12.22.
O “Jadua” aí, também não é o mesmo sumo-sacerdote que recebeu Alexandre em
Jerusalém, conforme descrição de Josefo em “Antiguidades”.
O
período Greco-Macedônio
Busto de Alexandre o
Grande Imperador da Macedônia (356-323 a.C.).
Alexandre “O Grande”, 336 aC,
com a idade de 20 anos assumiu o comando do exército grego e, à maneira de
meteoro, investiu para o oriente, sobre as terras que estiveram sob o domínio
do Egito, Assíria, Babilônia e Pérsia. Em 331 aC, o mundo inteiro jazia aos
seus pés. Invadindo a Palestina em 332 aC, mostrou muita consideração pelos
judeus, poupando Jerusalém e oferecendo-lhes imunidades para se estabelecerem
em Alexandria. Esse período durou de 331 a 167 aC.
Em 323 Alexandre “O Grande”
morre na Babilônia aos 33 anos de idade. Após sua morte, seu império foi
dividido entre quatro dos seus famosos generais, da seguinte maneira:
Seleuco
I, Nicator --- Ficou com a Síria, Ásia Menor e Babilônia. Capital, Antioquia da
Síria.
Ptolomeu
I, Sóter I, Ptolomeu Lagos --- Aparece na História com esses nomes. Ficou com o
Egito, capital Alexandria.
Cassandro
--- Ficou com a Macedônia e Grécia. Capitais Pella e Atenas.
Lisímaco
--- Ficou com a Trácia, atual Romênia.
Durante a época dos
Ptolomeus e Selêucidas, a língua grega foi implantada na Palestina. O poder
civil passou a ser exercido pelo sumo-sacerdote, que exercia também o
religioso. A divisão política da Palestina contava com 5 províncias ou
distritos: Judéia, Samaria, Galileia, Traconites e Peréia. Nessa fase surgiram
as seguintes seitas religiosas:
Os
fariseus: (heb. “separados”). Inicialmente primavam pela pureza
religiosa, depois tornaram-se secos, ritualistas e hipócritas. Eram
nacionalistas.
Os
saduceus: (heb. “justos”). Eram os aristocratas da época. Eram
adeptos do que chamamos hoje racionalismo. Confira Atos 5.17; 23.8. Eram
Helenistas (partidários dos gregos).
Os
essênios: Uma ordem monástica que praticava o ascetismo. A raiz
que deriva a palavra “essênio significa “piedoso”.
Antioco
Epifânio
Antíoco, o Grande,
reconquistou a Palestina em 198 aC, que voltou para os reis da Síria, chamados
“Selêucidas”. De 175-163 aC, foi violentamente rancoroso com os judeus; fez um
esforço titânico e decidiu por exterminá-los e à sua religião. Devastou
Jerusalém, em 168 aC; profanou o templo, em cujo altar ofereceu um porco;
erigiu um alta à Júpiter; proibiu o culto no templo; impediu circuncisão sob
pena de morte; destruiu todas as cópias das Escrituras que foram encontradas,
matando a todos quantos foram achados de posse das mesmas; vendeu milhares de
famílias judias para o cativeiro e recorreu a toda espécie imaginável de
tortura para forçar os judeus a renunciar sua religião. Isso deu ocasião à
revolta dos Macabeus, uma das mais heróicas façanhas da história.
O
Perído Macabeu ou
Hasmoneano.
Matatias, sacerdote, de
intenso patriotismo e imensa coragem, furioso com a tentativa de Antíoco
Epifânio, reuniu um bando de leais compatriotas e desfraldou a bandeira da
revolta. Tinha cinco filhos heróis e guerreiros: Judas, Jônatas ,Simão, João e
Eleazar. Matatias faleceu em 166 aC. Seu manto caiu sobre seu filho Judas,
guerreiro de admirável gênio militar. Ganhou batalha após batalha em condições
de inferioridade incríveis e impossíveis. Reconquistou Jerusalém em 165 aC,
purificou e reedificou o Templo. Foi esta a origem da Festa da Dedicação (João
10.22-23). Judas uniu em si a autoridade sacerdotal e civil e assim estabeleceu
a linguagem dos sacerdotes-governadores Hasmoneanos, que pelos seguintes 100 anos
governaram uma Judéia independente. Foram eles:
Matatias
– 167-166 aC.
Judas
– 166- 161 aC.
Jônatas
– 161- 143 aC.
Simão
– 143- 135 aC.
João
Hircano I – 135-104 (filho de Jônatas).
Aristóbulo
e filhos – 104-63 (indignos do nome do Macabeus).
Um período que iniciou por
causa da crueldade, termina com a crueldade dentro do próprio povo. Aristóbulo,
filho de João Hircano, entre outras coisas, mandou prender sua genitora, à qual
Hircano teria deixado o reino, conservando-a presa até morrer de forme no cárcere,
Seu reinado foi curto (morreu em 105 aC) e seus filhos tão cruéis quanto ele.
Não merecem serem chamados descendentes de Hasmon.
O
Período Romano: No ano de 63 aC, a Palestina foi conquistada
pelos romanos sob as ordens de Pompeu. Anipator, edomita (descendente de Esaú)
foi designado governador da Judéia. Sucedeu-lhe seu filho Herodes, o Grande,
que foi rei da Judéia, 37-4 aC, data na qual Jesus já era nascido. Para obter o
favor dos judeus, Herodes o Grande derrubou o velho templo depois de ter preparado
o material para construção do novo, que edificou, talvez com maior
magnificência do que o de Salomão. Este é conhecido como o templo de Herodes e
o que existia quando Jesus esteve na terra.
A
Literatura Apócrifa
Chamamos de Apócrifos
(ocultos sem autenticidade), os escritos produzidos no Período Interbíblico. No
silêncio da voz divina, multiplicaram-se as palavras humanas. Outros escritos
espúrios relacionados com o AT ou NT são chamados Pseudo-epigráficos, ex.:
Enoque, Os 12 Patriarcas, Moisés, Apocalipse de Paulo, etc.
A denominação “apócrifos” se
dá comumente ao 14 escritos contidos em algumas Bíblias entre os dois
Testamentos e na Bíblia de edição Romana, misturados entre os livros do AT.
Informações
sobre os 14 apócrifos
Foram escritos depois de haver
cessado a inspiração divina.
Os judeus nunca os
reconheceram como Escrituras Hebraicas.
A Igreja primitiva nunca os
reconheceu.
Foram inseridos na Bíbia
quando se fez a tradução para o grego chamada Septuaginta.
Da septuaginta os apócrifos
foram levados para a tradução latina e daí para a Vulgata Latina.
Jerônimo, o tradutor da
“Vulgata” não concordou em inseri-los na sua tradução; o fez obrigado.
A Igreja Romana, em 18 de
abril de 1546, para combater os protestantes, declarou “canônicos” 11 (Os
livros de: Tobias, Judite, Sabedoria,
Eclesiástico, Baruque, I Macabeus, II Macabeus. Os acréscimos em Ester 10.4 a
16.24, Cântico dos três santos filhos em Daniel 3.23 a 90, História de Suzana
em Daniel cap. 13, Bel e o Dragão em Daniel cap. 14) dos 14 apócrifos .
Cabral.J. Introdução
Bíblica, Rio de Janeiro: Universal Produções, 1986