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O grande volume de fatos
históricos a serem compreendidos na Idade Contemporânea acabou demonstrando um
novo lugar para este campo do conhecimento. Com tantas transformações
acontecendo, ficou cada vez mais nítido que a função de historiador não tem
nada a ver com a elaboração de projeções para o futuro. A ciência histórica
fica mais próxima de uma noção de que as formas de se ver o passado são
atreladas aos valores do tempo presente.
Com isso, mesmo com a
modernização na fabricação e no armazenamento de informações, o estudo dos
fatos contemporâneos não se mostra cristalizados ou presos aos grandes nomes,
instituições e datas. O historiador ou o simples amante de História se
transforma em um intérprete da cultura que vagueia pelo passado fundando outras
possibilidades de compreendê-lo e, ao mesmo tempo, no modo de olhar o seu
mundo. Sendo assim, como definimos a Idade Contemporânea? Apenas o tempo irá
dizer.
- 1900 a 1901 – Guerra dos Boxers.
A Guerra dos Boxers foi um
conflito ocorrido na China entre os anos de 1899 e 1900, onde um violento grupo
nacionalista lutava contra a presença dos estrangeiros em seu território.
Inconformados com a inapetência do poder imperial em conter a intervenção
imperialista no país, um grupo de lutadores da China desenvolveu uma sociedade
secreta, conhecida como “A Sociedade dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros”,
para lutar contra os imperialistas.
O crescimento da situação
hostil obrigou as nações imperialistas a organizarem um exército que
desarticularia as ações violentas organizadas pelos boxers. Alemanha, Estados
Unidos, Inglaterra, França, Japão, Itália e Rússia cederam soldados para tomar
a cidade de Pequim, o principal foco dos conflitos. A invasão estrangeira – ocorrida
no final de maio de 1900 – foi logo respondida com um novo ataque dos boxers à
pista de corrida dos estrangeiros e o isolamento do bairro das Embaixadas.
No dia 7 de setembro de
1901, a Paz ou Protocolo de Pequim oficializou os acordos que puseram fim à
Guerra dos Boxers. Derrotado, o governo chinês se viu obrigado a pagar uma
pesada indenização em ouro e liberar novos portos às embarcações estrangeiras.
Além disso, os imperialistas impuseram a sua autoridade na capital do país e
proibiram os chineses de importarem armamentos. Nas décadas seguintes, apesar
do fracasso, outros levantes determinaram o fim da dominação estrangeira na
China.
- 1909: início, nos Estados Unidos, de uma nova forma de produção
industrial: fordismo.
Fordismo é o nome dado ao modelo
de produção automobilística em massa, instituído pelo norte-americano Henry
Ford. Esse método consistia em aumentar a produção através do aumento de
eficiência e baixar o preço do produto, resultando no aumento das vendas que,
por sua vez, iria permitir manter baixo o preço do produto.
Os primeiros automóveis
surgiram na segunda metade do século XIX. No entanto, eram tão lentos na
locomoção que se igualavam às carruagens. Foram os motores a combustão
desenvolvidos pelos alemães Benz e Daimler, na última década do século XIX, que
incentivaram o rápido aperfeiçoamento dos automóveis.
Nesse contexto, destacam-se
dois modelos de fabricação: o artesanal, de Rolls Royce, e o de construção de
grandes séries, de Henry Ford; no modo artesanal, construíam-se e ajustavam-se
as peças em cada carro, que compreendia num trabalho mais lento, portanto de
maior qualidade, mas de alto preço. Já no Fordismo, a fabricação em série
implicou na queda da qualidade dos veículos. Em contrapartida, o carro ficou
mais barato, tornando-o um meio de transporte acessível às pessoas. Essa cadeia
de montagem em massa se intensificou na segunda década do século XX.
- 1910: Revolução Mexicana.
A Revolução Mexicana foi um
grande movimento armado que começou em 1910 com uma rebelião liderada por
Francisco I. Madero contra o antigo autocrata general Porfirio Diaz. Foi a
primeira das grandes revoluções do século XX. Esta revolução foi caracterizada
por uma variedade de líderes de cunho socialista, liberal, anarquista,
populista, e em prol do movimento agrário.
A elite agrária predominava
completamente no México, sempre determinando quem seria o governante máximo. Em
1876 assumiu Porfírio Dias, que governou de forma ditatorial. Mesmo tendo
havido um pequeno desenvolvimento industrial durante o período em que esteve à frente do país, a elite
agrária permaneceu no poder, pois a base econômica continuou a ser a exportação
de produtos agrícolas e de minérios.
Porfírio Diaz governou o
México por mais de trinta anos. Mantinha-se uma aparência de democracia, pois
eram realizadas eleições periodicamente, mas elas eram manipuladas para que ele
sempre se reelegesse. Em 1910, nas eleições, Diaz novamente foi eleito, porém
seu opositor, Francisco Madero conseguiu rebelar a população e assumiu, com a
promessa de realizar a tão esperada reforma agrária.
- 1914 a 1918: Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial,
que durou de 1914 a 1918, foi considerada por muitos de seus contemporâneos
como a mais terrível das guerras. Por este motivo, tornou-se conhecida durante
muito tempo como “A Grande Guerra”. Para se compreender os motivos de ter sido
uma guerra tão longa e de proporções catastróficas é necessário relembrar
alguns aspectos do cenário político e econômico mundial das últimas décadas do século
XIX.
Na segunda metade do século
XIX, a junção entre capitalismo financeiro e capitalismo industrial
proporcionou a integração econômica mundial, favorecendo assim, principalmente,
as nações que haviam começado seu processo de industrialização. Essas mesmas
nações expandiram significativamente seu território em direção a outros
continentes, sobretudo ao Asiático, ao Africano e à Oceania. A Inglaterra, por
exemplo, integrou grandes países ao seu Império, como a Índia e a Austrália.
Todo esse processo é conceitualmente tratado pelos historiadores como
Imperialismo e Neocolonialismo. Nesse cenário se desencadearam os principais
problemas que culminaram no conflito mundial.
No início da década de 1870,
a Alemanha promovia sua unificação com a Prússia e, ao mesmo tempo, enfrentava
a França naquela que ficou conhecida como Guerra Franco-Prussiana. Ao vencer a
França, a Alemanha possou a ter posse sobre uma região rica em minério de
ferro, que foi importantíssima para o desenvolvimento de sua indústria, incluindo
a indústria bélica. Tratava-se da região de Alsácia e Lorena. A França, na
década posterior à guerra contra a Alemanha, desenvolveu um forte sentimento de
revanche, o que provocava uma enorme tensão na fronteira entre os dois países.
A tensão se agravou quando Otto Von Bismarck, o líder da unificação alemã,
estabeleceu uma aliança com a Áustria-Hungria e com a Itália, que ficou
conhecida como Tríplice Aliança. Essa aliança estabelecia tanto acordos
comerciais e financeiros quanto acordos militares.
A França, que se via
progressivamente ameaçada pela influência que era estabelecida pela Alemanha,
passou a firmar acordos, do mesmo gênero da Tríplice Aliança, com o Império
Russo, czarista, em 1894. A Inglaterra, que era um dos maiores impérios da época
e também se resguardava do avanço alemão e temia sofrer perdas de território e
bloqueios econômicos, acabou se aliando à França e à Rússia, formando assim a
Tríplice Entente.
A tensão entre as duas
alianças se tornou crescente, especificamente em algumas regiões, como a
península balcânica. Na região dos Balcãs, dois grandes impérios lutavam para
impor um domínio de matiz nacionalista: o Austro-Húngaro e o Russo. A Rússia
procurava expandir sua ideologia nacionalista eslava (conhecida como
Pan-eslavismo) e apoiava a criação, nos Balcãs, do estado da Grande Sérvia,
enquanto que a Áustria-Hungria se aproveitava da fragilidade do Império
Turco-Otomano (que dominou esta região durante muito tempo) e procurava, com a
ajuda da Alemanha, estabelecer um controle na mesma região, valendo-se também
de uma ideologia nacionalista (conhecida como Pangermanismo). No ano de 1908, a
região da Bósnia-Herzegovina foi anexada pela Áustria-Hungria, o que dificultou
a criação da “Grande Sérvia”. Além disso, a Alemanha tinha interesses
comerciais no Oriente Médio, em especial no Golfo Pérsico, e pretendia
construir uma ferrovia de Berlim a Bagdá, passando pela península balcânica.
O estopim para o conflito
entre as duas grandes forças que se concentravam na região dos Balçãs veio com
o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da
Áustria-Hungria, por um militante da organização terrorista Mão Negra, de viés
nacionalista eslavo. O assassinato do arquiduque ocorreu em 28 de janeiro de
1914, em Sarajevo, capital da Bósnia. Francisco Ferdinando tinha ido a Sarajevo
com a proposta da criação de uma monarquia tríplice para região, que seria
governada por austríacos, húngaros e eslavos. Sua morte acirrou os ânimos
nacionalistas e conduziu as alianças das principais potências europeias à
guerra.
A Áustria percebeu neste
fatídico acontecimento a oportunidade de atacar a Sérvia e demolir o projeto
eslavo de construção de um forte estado. Sendo assim, Áustria-Hungria e
Alemanha deram um ultimato à Sérvia para solucionar o caso do assassinato de
Francisco Ferdinando. A Servia negou-se a ceder à pressão dos germânicos e, com
o apoio da Rússia, sua aliada, preparou-se para o que veio a seguir: a
declaração de guerra por parte da Áustria-Hungria, que foi formalizada em 28 de
julho de 1914. Logo a França ofereceu apoio à Rússia contra a Áustria-Hungria,
o que fez a Alemanha declarar guerra contra a Rússia e a França. O conflito
logo se expandiu para outras regiões do globo.
A guerra se intensificou
quando o exército alemão, que era o mais moderno da época, rumou em direção à
França, passando pelo território belga, que era neutro. Isso fez com que a
Inglaterra, aliada da Rússia, declarasse guerra à Alemanha. A partir desse
momento, a guerra ganhou proporções cada vez mais catastróficas. As principais
formas de tática militar eram a guerra de trincheiras, ou guerra de posição,
que tinha por objetivo a proteção de territórios conquistados; e a guerra de
movimento, ou de avanço de posições, que era mais ofensiva e contava com armamentos
pesados e infantaria equipada.
Ao longo da guerra, o uso de
novas armas, aperfeiçoadas pela indústria, aliado a novas invenções como o
avião e os tanques, deu aos combates uma característica de impotência por parte
dos soldados. Milhares de homens morreram instantaneamente em bombardeios ou
envoltos em imensas nuvens de gás tóxico. Essa característica produziu um alto
impacto na imaginação das gerações seguintes à guerra. Escritores como Erich
Maria Remarque, Ernst Jünger e J. J. R. Tolkien, que combateram na Primeira
Guerra, extraíram dela muitos elementos para composição de suas histórias.
O ano de 1917 foi decisivo
no contexto da “Grande Guerra”. Nesse ano, a Rússia se retirou do fronte de
batalha, haja vista que seu exército estava obsoleto e sua economia arruinada.
Foi neste ano também que os revolucionários bolcheviques fizeram sua revolução
comunista na Rússia, fato crucial para a efervescência política europeia das
décadas seguintes. Foi ainda em 1917 que os Estados Unidos entraram na guerra ao
lado da Inglaterra e da França e contra a Alemanha, que já não mais tinha a
mesma força do início da guerra. Sendo que, após o fim da Primeira Guerra em
1918, os Estados Unidos tornaram-se a grande potência fora do continente
europeu.
A “Grande Guerra” chegou ao
fim em 1918, com vitória dos aliados da França e grande derrota da Alemanha. O
ponto mais importante a se destacar quanto ao fim da guerra são as
determinações do Tratado de Versalhes. Nessas determinações, os países
vencedores não aceitaram a orientação da Liga das Nações de não submeter a
Alemanha derrotada à indenização pelos danos da guerra. Sendo assim, a Alemanha
foi obrigada a ceder territórios e a reorganizar sua economia tendo em conta o
futuro ressarcimento aos países vencedores da Primeira Guerra, sobretudo a
França.
O saldo de mortos durante os
cinco anos da Primeira Guerra foi de um total de 8 milhões, dentre estes,
1.800.000 apenas de alemães. Esse tipo de mortandade acelerada e terrivelmente
impactante tornou a se repetir a partir de 1939, com a Segunda Guerra Mundial.
- 1917: Revolução Russa e início do comunismo.
A Revolução Russa de 1917
foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da
autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no
estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O
resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até 1991.
No começo do século XX, a
Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80%
de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).
Os trabalhadores rurais
viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base
do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma
absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para
a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos
empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com o governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II
mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo
Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do
encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação
dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os
bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da
monarquia.
A
Revolução compreendeu duas fases distintas:
A Revolução de Fevereiro de
1917(março de 1917, pelo calendário ocidental), que derrubou a autocracia do
Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou estabelecer em
seu lugar uma república de cunho liberal.
A Revolução de Outubro
(novembro de 1917, pelo calendário ocidental), na qual o Partido Bolchevique,
liderado por Vladimir Lênin, derrubou o governo provisório e impôs o governo
socialista soviético.
O
Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado
O Governo Provisório iniciou
de imediato diversas reformas liberalizantes, inclusive a abolição da
corporação policial e sua substituição por uma milícia popular. Mas os líderes
bolcheviques, entre os quais estava Lenin, formaram os Sovietes (Conselhos) em
Petrogrado e outras cidades, estabelecendo o que a historiografia,
posteriormente, registraria como ‘duplo poder’: o Governo Provisório e os
Sovietes.
Lenin foi o primeiro
dirigente da URRS. Liderou os bolcheviques quando estes tomaram o poder do
governo provisório russo, após a Revolução de Outubro de 1917 (esta sublevação
ocorreu em 6 e 7 de novembro, segundo o calendário adotado em 1918; em
conformidade com o calendário juliano, adotado na Rússia naquela época, a
revolução eclodiu em outubro). Lenin acreditava que a revolução provocaria
rebeliões socialistas em outros países do Ocidente.
Ao expor as chamadas Teses
de abril, Lenin declarou que os bolcheviques não apoiariam o Governo
Provisório, e pediu a união dos soldados numa frente que viesse pôr fim à
guerra imperialista (I Guerra Mundial) e iniciasse a revolução proletária, em
escala internacional, idéia que seria fortalecida com a propaganda de Leon
Trotski. Enquanto isso, Alexandr Kerenski buscava fortalecer a moral das
tropas.
No Congresso de Sovietes de
toda a Rússia, realizado em 16 de junho, foi criado um órgão central para a organização
dos Sovietes: o Comitê Executivo Central dos Sovietes que organizou, em
Petrogrado, uma enorme manifestação, como demonstração de força.
O
aumento do poder dos Bolcheviques
Avisado que seria acusado
pelo Governo de ser um agente a serviço da Alemanha, Lenin fugiu para a
Finlândia. Em Petrogrado, os bolcheviques enfrentavam uma imprensa hostil e a
opinião pública, que os acusava de traição ao exército e de organização de um
golpe de Estado. A 20 de julho, o general Lavr Kornilov tentou implantar uma
ditadura militar, através de um fracassado golpe de Estado.
Da Finlândia, Lenin começou
a preparar uma rebelião armada. Havia chegado o momento em que o Soviete
enfrentaria o poder. Foi Trotski, então presidente do Soviete de Petrogrado,
quem encontrou a solução: depois de formar um Comitê Militar Revolucionário,
convenceu Lenin de que a rebelião deveria coincidir com o II Congresso dos
Sovietes, convocado para 7 de novembro, ocasião em que seria declarado que o
poder estava sob o domínio dos Sovietes.
Na noite de 6 de novembro a
Guarda Vermelha ocupou as principais praças da capital, invadiu o Palácio de
Inverno, prendendo os ministros do Governo Provisório, mas Kerenski conseguiu
escapar. No dia seguinte, Teotski anunciou, conforme o previsto, a transferência
do poder aos Sovietes.
O
novo governo
O poder supremo, na nova
estrutura governamental, ficou reservado ao Congresso dos Sovietes de toda a
Rússia. O cumprimento das decisões aprovadas no Congresso ficou a cargo do
Soviete dos Comissários do Povo, primeiro Governo Operário e Camponês, que
teria caráter temporário, até a convocação de uma Assembléia Constituinte.
Lênin foi eleito presidente do Soviete, onde Trotski era comissário do povo e
ministro das Relações Exteriores e, Stalin, das Nacionalidades.
Josef Stalin foi o dirigente
máximo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) de 1929 a 1953.
Governou por meio do terror, embora também tenha convertido a URSS em uma das
principais potências mundiais.
A 15 de novembro, o Soviete
ou Conselho dos Comissários do Povo estabeleceu o direito de autodeterminação
dos povos da Rússia. Os bancos foram nacionalizados e o controle da produção
entregue aos trabalhadores. A Assembléia Constituinte foi dissolvida pelo novo
governo por representar a fase burguesa da revolução, já que fora convocada
pelo Governo Provisório. Em seu lugar foi reunido o III Congresso de Sovietes
de toda a Rússia. O Congresso aprovou a Declaração dos Direitos do Povo
Trabalhador e Explorado como introdução à Constituição, pela qual era criada a
República Soviética Federativa Socialista da Rússia (RSFSR).
A
guerra civil
O novo governo pôs fim à
participação da Rússia na I Guerra Mundial, através do acordo de Paz de
Brest-Litovsk assinado em 3 de março de 1918. O acordo provocou novas rebeliões
internas que terminariam em 1920, quando o Exército Vermelho derrotou o
desorganizado e impopular Exército Branco antibolchevique.
Lenin e o Partido Comunista
Russo (nome dado, em 1918, à formação política integrada pelos bolcheviques do
antigo POSDR) assumiram o controle do país. A 30 de dezembro de 1922, foi
oficialmente constituída a União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A
ela se uniriam os territórios étnicos do antigo Império russo.
- 1919: Tratado de Versalhes.
Tratado de Versalhes foi um
tratado de paz que determinou os termos de paz na Europa pondo fim oficialmente
à Primeira Guerra Mundial. A data de sua assinatura é 28 de junho de 1919 e
teve lugar na cidade de Versalhes, antiga residência do monarca da França. Além
do acerto da paz entre os beligerantes, este documento abordava também a
criação da Liga das Nações, organização destinada a promover a paz e a prevenir
conflitos entre seus membros.
O tratado foi negociado
durante cerca de seis meses de deliberações, contados a partir do armistício de
novembro de 1918, que pôs fim aos combates propriamente ditos. O ponto
principal do tratado estipulava que a Alemanha seria apontada como a
responsável pelo início da guerra, e assim sendo, deveria cumprir uma série de
reparações destinadas aos integrantes da Tríplice Entente, o nome da coalização
adversária de Alemanha e seus aliados. Entre tais reparações estava a obrigação
de ceder partes de seu território aos países fronteiriços, perda de seu império
colonial na África, Ásia e no Pacífico, a ser dividido entre os vencedores do
conflito, além de diminuição do exército, cessão de exploração de recursos
econômicos de regiões estratégicas do país, além de uma soma absurda de
indenizações a ser paga.
A assinatura de um tratado
tão severo causou choque e imensa desilusão na Alemanha. A população em geral
descrevia como humilhação e desonra a aceitação por parte de seu próprio
governo de tão severas e opressivas condições, sem ao menos um maior esforço em
conduzir negociações de paz mais detalhadas ou planejadas. Claro, que ante tal
clima de revolta, não faltaram os protestos e turbulências de ordem
político-social ameaçando a própria estrutura do país.
É consenso entre a maioria
dos historiadores que, nas exigências exacerbadas do Tratado de Versalhes
podemos encontrar as sementes da Segunda Guerra Mundial, pois, uma nação
humilhada e aparentemente sem rumo como a Alemanha foi claramente presa fácil
de uma doutrina heterodoxa, autoritária e delirante como a do Nazi-facismo.
Além disso, é creditado ao
Tratado de Versalhes uma série de desarranjos e focos de crise, como por
exemplo, o conflito entre israelenses e árabes, que não aceitam as decisões do
tratado com respeito ao delineamento de suas respectivas fronteiras, resultado
da divisão das áreas do então extinto Império Otomano.
A questão dos curdos também
deve muito a Versalhes, pois foi-lhes prometido direito à autodeterminação, a
qual este povo ainda aguarda. Até países distantes do conflito como Ruanda e
Burundi devem sua existência ao Tratado de Versalhes, pois foram desmembrados
da antiga colônia alemã da África Oriental e entregues à administração belga.
- 1929: Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. A crise
espalhou-se rapidamente pelo mundo ocidental. Foi a primeira grande crise do
capitalismo.
Após a primeira guerra
mundial (1918), os EUA eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de
automóveis, os EUA também eram os maiores produtores de aço, comida enlatada,
máquinas, petróleo, carvão....
Nos 10 anos seguintes, a
economia norte-americana continuava crescendo causando euforia entre os
empresários. Foi nessa época que surgiu a famosa expressão “American Way of
Life” (Modo de Vida Americano). O mundo invejava o estilo de vida dos
americanos. A década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. O consumo
aumentou, a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes e boates
viviam cheios e o cinema tornou-se uma grande diversão. Os anos 20 foram
realmente uma grande festa! Nessa época, as ações estavam valorizadas por causa
da euforia econômica. Esse crescimento econômico (também conhecido como o
“Grande Boom”) era artificial e aparente, portanto logo se desfez. De 1920 até
1929, os americanos iludidos com essa prosperidade aparente, compraram várias
ações em diversas empresas, até que no dia 24 de outubro de 1929, começou a
pior crise econômica da história do capitalismo.
Vários
fatores causaram essa crise:
- Superprodução agrícola:
formou-se um excedente de produção agrícola nos EUA, principalmente de trigo,
que não encontrava comprador, interna ou externamente.
- Diminuição do consumo: a
indústria americana cresceu muito; porém, o poder aquisitivo da população não
acompanhava esse crescimento. Aumentava o número de indústrias e diminuía o de
compradores. Em pouco tempo, várias delas faliram.
- Livre Mercado: cada
empresário fazia o que queria e ninguém se metia.
- Quebra da Bolsa de Nova
York: de 1920 a 1929, os americanos compraram ações de diversas empresas. De
repente o valor das ações começou a cair. Os investidores quiseram vender as
ações, mas ninguém queria comprar. Esse quadro desastroso culminou na famosa
“Quinta-Feira Negra” (24/10/1929 - dia que a Bolsa sofreu a maior baixa da
história).
Se o valor das ações de uma
empresa está desabando, o empresário tem medo de investir capital nessa
empresa. Se ele investe menos, produzirá menos; se produz menos, então, não há
motivo para tantos empregados, o que levará o empresário a demitir o pessoal. Muitos
empresários não sobreviveram à crise e foram à falência, assim como vários
bancos que emprestaram dinheiro não receberam de volta o empréstimo e faliram
também. A quebra da bolsa trouxe medo, desemprego e falência. Milionários
descobriram, de uma hora para outra, que não tinham mais nada e por causa disso
alguns se suicidaram. O número de mendigos aumentou. A quebra da bolsa afetou o
mundo inteiro, pois a economia norte-americana era a alavanca do capitalismo
mundial. Para termos uma idéia, logo após a quebra da bolsa de Nova York, as
bolsas de Londres, Berlin e Tóquio também quebraram. A crise fez com que os EUA
importassem menos de outros países, como conseqüência os outros países que
exportavam para os EUA, agora estavam com as mercadorias encalhadas e,
automaticamente, entravam na crise. Em 1930, a crise se agravou. Em 1933,
Roosevelt foi eleito presidente dos EUA e elaborou um plano chamado New Deal. O
Estado passou a vigiar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os
investimentos arriscados e fiscalizando as especulações nas bolsas de valores. Outra
medida foi a criação de um programa de obras públicas. O governo americano
criou empresas estatais e construiu estradas, praças, canais de irrigação,
escolas, aeroportos, portos e habitações populares. Com isso, as fábricas
voltaram a produzir e vender suas mercadorias. O desemprego também diminuiu.
Além disso, o New Deal criou leis sociais que protegiam os trabalhadores e os
desempregados. Para acabar com a superprodução, o governo aplicava medidas
radicais que não foram aceitas por muitas pessoas: comprava e queimava estoques
de cereais, ou então, pagava aos agricultores para que não produzissem. O New
Deal alcançou bons resultados para a economia norte-americana. Essa terrível
crise que atravessou a década ficou conhecida como Grande Depressão. Os efeitos
econômicos da depressão de 30 só foram superados com o inicio da Segunda Guerra
Mundial, quando o Estado tomou conta de fato sobre a economia ajudando a
ampliar as exportações. A guerra foi então, uma saída natural para a crise do
sistema capitalista. Na década de 30, ocorreu a chamada “Política de Agressão
(dos regimes totalitários – Alemanha, Itália e Japão) e Apaziguamento das
Democracias Liberais (Inglaterra e França)”. A política de agressão culminou em
1939 quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia dando por iniciada a Segunda
Grande Guerra.
- 1936: Guerra Civil Espanhola.
A Guerra Civil espanhola
(1936-39) foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra
Mundial. Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos
que marcaram o século XX. De um lado se posicionaram as forças do nacionalismo
e do fascismo, aliadas as classes e instituições tradicionais da Espanha (O
Exército, a Igreja e o Latifúndio) e do outro a Frente Popular que formava o
Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os
partidários da democracia. Para a Direita espanhola tratava-se de uma Cruzada
para livrar o país da influência comunista e da franco-maçonaria e restabelecer
os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para tanto era
preciso esmagar a República, que havia sido proclamada em 1931, com a queda da
monarquia.
Para as Esquerdas era
preciso dar um basta ao avanço do fascismo que já havia conquistado Itália (em
1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934). Segundo as decisões da
Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos
democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a
maré de vitorias nazi-fascistas. Desta forma Socialistas, Comunistas
(estalinistas e troskistas) Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se
para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas. Foi
justamente esse conteúdo, de amplo enfrentamento ideológico, que fez com que a
Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para tornar-se
numa prova de força entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Nela
envolveram-se a Alemanha nazista e a Itália fascista, que apoiavam o golpe do
Gen. Franco e a União Soviética que solidarizou-se com o governo Republicano.
Antecedentes
da guerra
A Espanha ainda nos 30 era
um anacronismo histórico. Enquanto a Europa ocidental já possuía instituições
políticas modernas, no mínimo a um século a Espanha era um oásis
tradicionalista, governada pela "trindade reacionária"(O Exército, a
igreja católica e o Latifúndio), que tinha sua expressão última na monarquia
burbônica de Afonso XIII. Vivia nostálgica do seu passado imperial grandioso,
ao ponto de manter um excessivo número de generais e oficiais (1 general para
cada 100 soldados, o maior percentual do mundo), em relação às suas reais
necessidades. A igreja, por sua vez, era herdeira do obscurantismo e da
intolerância dos tribunais inquisitoriais do santo Oficio, era uma instituição
que condenava a modernidade como obra do demônio. E no campo, finalmente,
existiam de 2 a 3 milhões de camponeses pobres, los braceros, submetidos às
práticas feudais e dominados por uns 50 mil hidalgos, proprietário de metade
das terras do país. Como resultado da grave crise econômica de 1930 (iniciada
pela quebra da bolsa de valores de N. Iorque, em 1929), a ditadura do Gen.
Primo de Rivera, apoiada pelo caciquismo (sistema eleitoral viciado que sempre
dava seus votos ao governo), foi derrubada e, em seguida, caiu também a
monarquia. O Rei Afonso XIII foi obrigado a exilar-se e proclamou-se a
República em 1931, chamada de "República de trabajadores".
A esperança era que
doravante a Espanha pudesse alinhar-se com seus vizinhos ocidentais e marchar
para uma reforma modernizante que separasse estado e igreja e que introduzisse
as grandes conquistas sociais e eleitorais recentes, além de garantir o
pluralismo político e partidário e a liberdade de expressão e organização
sindical. Mas o país terminou por conhecer um violento enfrentamento de
classes, visto que à crise seguida por uma profunda depressão econômica,
provocando a frustação generalizada na sociedade espanhola.
- 1939 a 1945: Segunda Guerra Mundial.
Um conflito desta magnitude
não começa sem importantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores
influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente,
espalhou-se pela África e Ásia.
Um dos mais importantes
motivos foi o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos
totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha
surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o território
Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes,
inclusive reconquistando territórios perdidos naPrimeira Guerra. Na
Itália estava crescendo o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que
se tornou o Duce da Itália, com poderes sem limites.
Tanto a Itália quanto a
Alemanha passavam por uma grave crise econômica no início da década de 1930,
com milhões de cidadãos sem emprego. Uma das soluções tomadas pelos governos
fascistas destes países foi a industrialização, principalmente na criação de
indústrias de armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios,
tanques etc).
Na Ásia, o Japão também
possuía fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e
ilhas da região. Estes três países, com objetivos expansionistas, uniram-se e
formaram o Eixo. Um acordo com fortes características militares e com planos de
conquistas elaborados em comum acordo.
O
Início
O marco inicial ocorreu no
ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França
e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com a política de
alianças militares existentes na época, formaram-se dois grupos : Aliados
(liderados por Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos) e Eixo (Alemanha,
Itália e Japão ).
Desenvolvimento
e Fatos Históricos Importantes:
- O período de 1939 a 1941
foi marcado por vitórias do Eixo, lideradas pelas forças armadas da Alemanha,
que conquistou o Norte da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e
territórios no norte da África. O Japão anexou a Manchúria, enquanto a Itália
conquistava a Albânia e territórios da Líbia.
- Em 1941 o Japão ataca a
base militar norte-americana de Pearl Harbor no Oceano Pacífico (Havaí). Após
este fato, considerado uma traição pelos norte-americanos, os estados Unidos
entraram no conflito ao lado das forças aliadas.
- De 1941 a 1945 ocorreram
as derrotas do Eixo, iniciadas com as perdas sofridas pelos alemães no rigoroso
inverno russo. Neste período, ocorre uma regressão das forças do Eixo que
sofrem derrotas seguidas. Com a entrada dos EUA, os aliados ganharam força nas
frentes de batalhas.
- O Brasil participa
diretamente, enviando para a Itália (região de Monte Cassino) os pracinhas da
FEB, Força Expedicionária Brasileira. Os cerca de 25 mil soldados brasileiros
conquistam a região, somando uma importante vitória ao lado dos Aliados.
Final
e Consequências
Este importante e triste
conflito terminou somente no ano de 1945 com a rendição da Alemanha e Itália. O
Japão, último país a assinar o tratado de rendição, ainda sofreu um forte
ataque dos Estados Unidos, que despejou bombas atômicas sobre as cidades de
Hiroshima e Nagazaki. Uma ação desnecessária que provocou a morte de milhares
de cidadãos japoneses inocentes, deixando um rastro de destruição nestas
cidades.
Os prejuízos foram enormes,
principalmente para os países derrotados. Foram milhões de mortos e feridos,
cidades destruídas, indústrias e zonas rurais arrasadas e dívidas
incalculáveis. O racismo esteve presente e deixou uma ferida grave,
principalmente na Alemanha, onde os nazistas mandaram para campos de
concentração e mataram aproximadamente seis milhões de judeus.
Com o final do conflito, em
1945, foi criada a ONU ( Organização das Nações Unidas ), cujo objetivo
principal seria a manutenção da paz entre as nações. Inicia-se também um
período conhecido como Guerra Fria, colocando agora, em lados opostos, Estados
Unidos e União Soviética. Uma disputa geopolítica entre o capitalismo
norte-americano e o socialismo soviético, onde ambos países buscavam ampliar
suas áreas de influência sem entrar em conflitos armados.
- 1945 a 1989: Guerra Fria – conflito ideológico, econômico e
político entre dois regimes antagônicos: capitalismo (liderado pelos Estados
Unidos) e socialismo (liderado pela União Soviética).
A Guerra Fria, que teve seu
início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
Soviética (1991) é a designação
atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos
entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política,
econômica e militar no mundo.
Causas
A União Soviética buscava
implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade
social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista),
igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra
potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na
economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.
Com o fim da Segunda Guerra
Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a
política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de
influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e
vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande
quantidade de armamento nuclear, e um
conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da
vida em nosso planeta. Porém ambos
acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e
no Vietnã
Com o objetivo de reforçar o
capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano
Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e
investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem
se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou,
em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que
impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto
pelo então inimigo político.
A Alemanha por sua vez,
aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União
Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta
forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim
por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e
Alemanha Ocidental.
Em 1949, os Estados Unidos
juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico
Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes
pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética
assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a
união das forças militares de toda a Europa Oriental.
Entre os aliados da Otan
destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha
Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os
aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba,
Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia,
Albânia, Romênia.
Origem
do nome
É chamada "fria"
porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a
inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.
Envolvimentos
Indiretos
Guerra da Coréia : Entre os
anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes
proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões
para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia
resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A
guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo
38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema
socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.
Guerra do Vietnã : Este
conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e
URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram
dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos)
nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares
morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o
território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser
socialista.
Fim da
Guerra Fria
A falta de democracia, o
atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a
crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e
as duas Alemanhas são reunificadas.
No começo da década de 1990,
o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do
socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os
EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um
período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso,
aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.
- 1989: Queda do Muro de Berlim, marco do fim do socialismo na União
Soviética e nos países do leste europeu.
O muro de Berlim foi o maior
símbolo da divisão do mundo entre bloco ocidental e oriental. O primeiro,
liderado pelos Estados Unidos, tinha o capitalismo como sistema econômico. Já o segundo,
encabeçado pela antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), era
adepto do socialismo. Esta configuração do mundo formou-se após o término da
Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945. Ao final da guerra, dois
países saíram fortalecidos: os EUA e a URSS. Com a polarização destas
potências, são iniciados confrontos indiretos e disputas estratégicas entre as
duas nações. Este fenômeno ficou conhecido como Guerra Fria.
Desta forma, diversas
alterações no panorama geopolítico começam a surgir, pois os dois países
soberanos tentavam ampliar sua influência em todas as nações. Neste contexto, o
muro de Berlim foi construído no ano de 1961 através da Alemanha Oriental,
separando a Alemanha Ocidental (capitalista). Porém, tal estrutura não separou
somente o território alemão, mas dividiu famílias. Além do aspecto ideológico
da construção, havia o objetivo de impedir a fuga de cidadãos para a Alemanha
Ocidental, que recebeu mais de dois milhões de pessoas do lado socialista entre
1949 e 1961.
O muro de Berlim tinha 156
km de extensão e cerca de trezentas torres militares para observação do
movimento nos arredores. Fora isso, era protegido por cães policiais e cercas
eletrificadas. De acordo com alguns historiadores, o número estimado de pessoas
que morreram tentando passar de um lado para o outro é 80.
Da mesma forma que foi o
símbolo do começo da Guerra Fria, também foi ícone do seu fim. Nos últimos anos
da década de 80, a URSS entrou em colapso e diversas manifestações começam a
surgir nas duas partes da Alemanha, reivindicando a destruição do muro de
Berlim. Naquele mesmo ano, populares portando marretas e outras ferramentas
derrubaram o muro em um protesto televisionado para o mundo todo. Com a queda
da barreira geográfica, inicia-se um processo que termina na reunificação da
Alemanha no mês de outubro de 1990.
A importância da história do
muro de Berlim foi retratada por diversos cineastas. Uma obra interessante
sobre o assunto é o longa-metragem Adeus, Lênin, de 2003. Na história, uma
mulher entra em coma poucos dias antes da queda do muro e acorda após a vitória
do capitalismo na Alemanha. Seu filho, para evitar que os problemas da mãe
piorem com a brusca mudança do cenário político, conspira com amigos e
familiares com o objetivo de criar uma falsa realidade para a mulher, na qual o
país continua separado.
- 1946: início do processo de descolonização da África e Ásia. África
e Ásia, desde o século XV, tornaram-se alvos de disputa entre as nações
européias.
Com o advento do capitalismo
comercial, na Era Moderna, a América tornou-se a área onde a exploração
colonial foi mais intensa. Mas nem por isso os europeus abandonaram as relações
comerciais e o domínio político sobre a África e a Ásia.
Na segunda metade do século
XIX, em razão das necessidades de mercado geradas pela segunda Revolução
Industrial e em face das independências das colônias americanas, a Europa
volta-se novamente à África e à Ásia, impondo o neocolonialismo.
As disputas entre as
potências européias pelos territórios afro-asiáticos desencadearam a Primeira
Guerra Mundial. A Europa saiu enfraquecida da guerra, perdendo sua hegemonia
para os Estados Unidos.
A crise do pós-Primeira
Guerra na Europa foi acentuada ainda mais pela crise de 1929, que repercutiu
nas áreas coloniais com o agravamento das condições de vida dos colonos, que
iniciaram greves e revoltas contra as metrópoles européias. Esses movimentos
coloniais foram contidos à força, mas acabaram resultando no nascimento de um
forte sentimento nacionalista que se traduzia no desejo de independência.
Após a Segunda Guerra
Mundial, a Europa declinou completamente, sendo dividida em áreas de influência
entre EUA e URSS. O enfraquecimento da Europa significou o fortalecimento do
nacionalismo e o crescimento do desejo de independência. Desejo esse que passou
a se apoiar na Carta da ONU, que reconhecia o direito à autodeterminação dos
povos colonizados e que fora assinada pelos países europeus (os colonizadores).
Em 1955, vinte e nove países
recém-independentes reuniram-se na Conferência de Bandung, capital da
Indonésia, estabelecendo seu apoio à luta contra o colonialismo. A Conferência
de Bandung estimulou as lutas por independência na África e Ásia.
Terminada a Segunda Guerra
Mundial, Estados Unidos e União Soviética passaram a liderar os dois grandes
blocos, capitalista e comunista. Dentro do contexto da Guerra Fria, buscaram a
expansão de suas áreas de influência. Nesse sentido, passam a ver nos
movimentos de independência afro-asiática a possibilidade de ampliar sua
influência política nas novas nações.
As
vias da descolonização
A descolonização
afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a
pacífica e a violenta. No caso da via pacífica, a independência da colônia era
realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia
político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país,
criando, dessa forma, um novo tipo de dependência.
As independências que
ocorreram pela via da violência resultaram da intransigência das metrópoles em
conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, geralmente
vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo as independências.
O
fim do domínio inglês na Índia
A Revolta dos Cípaios, 1858,
colocou a Índia na esfera do domínio britânico, que culminou com a sagração da
rainha Vitória corno imperatriz dos indianos.
A dominação da Índia não foi
uma tarefa difícil, pois a ausência de um governo centralizado, a diversidade
de religiões e a existência de uma sociedade de castas facilitaram a penetração
inglesa.
A partir da década de 1920,
Mahatma Gandhi e Jawarharlal Nerhu, através do Partido do Congresso, com apoio
da burguesia, passaram a liderar o movimento de independência da Índia.
Gandhi pregava a
desobediência civil e a não-violência como meios de rejeição à dominação
inglesa, transformando-se na principal figura do movimento indiano pela
independência.
A perda do poder econômico e
militar pela Inglaterra após a Segunda Guerra Mundial retirou-lhe as condições
para continuar a dominação na Índia.
Em 1947, os ingleses
reconheceram a independência indiana, que levou — em função das rivalidades
religiosas — à formação da União Indiana, governada por Nerhu, do Partido do
Congresso, com maioria hinduísta, e do Paquistão (Ocidental e Oriental),
governado por Ali Jinnah, da Liga Muçulmana, com maioria islamita. O Ceilão
também se tornava independente, passando a ilha a se denominar Sri-Lanka, com
maioria budista.
A independência da Índia
resultava de um longo processo de lutas nacionalistas, permeadas pelas
divergências religiosas entre hinduístas e muçulmanos, o que levou, em 1949, ao
assassinato de Gandhi.
O Paquistão Oriental, em
1971, sob liderança da Liga Auami, separa-se do Paquistão Ocidental,
constituindo a República de Bangladesh.
A
independência da Indonésia
A Indonésia é formada por
cerca de dezessete mil ilhas das quais seis mil são habitáveis, as que se
destacam são Java e Sumatra. Desde o século XVII até 1941, o arquipélago esteve
sob domínio holandês.
Em 1941, durante as
ofensivas da Segunda Guerra, o Japão passou a dominar a Indonésia, o que levou
à formação de um movimento nacionalista de resistência liderado por Alimed
Sukarno.
Com a derrota japonesa, em
1945, o movimento de resistência proclama a independência do país, que não foi
aceita pela Holanda, que iniciou uma tentativa de recolonização da Indonésia.
Sukarno, aglutinando os
nacionalistas, lidera a guerrilha contra a Holanda que, em 1949, reconhece a
independência da Indonésia.
As
lutas pela independência e a divisão da Indochina
Em 1887, a Indochina foi
conquistada e submetida ao colonialismo francês. A França, em 1940, foi ocupada
pelos alemães, cessando seu domínio sobre a região. No ano seguinte, 1941, os
japoneses ocuparam toda a Indochina, com o consentimento do general Pétain, o
que levou à formação do movimento de resistência nacionalista, comandado pelo
Vietminh (Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã).
O Vietminh era liderado por
Ho Chi Minh, dirigente comunista, que após a derrota do Japão na Segunda Guerra
proclamou a independência da República Democrática do Vietnã (parte norte).
Terminada a Segunda Guerra,
os franceses não reconheceram o governo de Ho Chi Minh e tentaram, a partir de
1946, recolonizar a Indochina, ocupando as regiões do Laos, Camboja e o Vietnã
do Sul, desencadeando a Guerra da Indochina, que se estendeu até 1954, quando
os franceses foram derrotados na Batalha de Dien Bien Phu.
No mesmo ano, realizou-se a
Conferência de Genebra, na qual a França retirava suas tropas e reconhecia a
independência da Indochina, dividida em Laos, Camboja, Vietnã do Norte e Vietnã
do Sul.
Laos e Camboja ficaram
proibidos de manter bases militares estrangeiras em seu território, e no Vietnã
deveriam se realizar eleições num prazo de dois anos para decidir a
reunificação.
A
Guerra do Vietnã
Pela Conferência de Genebra,
o paralelo 17 estabelecia a divisão entre Vietnã do Norte — governado pelo
líder comunista Ho Chi Minh — e Vietnã do Sul governado pelo rei Bao Dai, que colocou
Ngo Dinh Diem como primeiro-ministro.
Em 1955, Ngo Dinh Diem, com
um golpe de Estado, proclama a República, depondo o rei Bao Dai. Passa a
receber o apoio dos EUA.
No Vietnã do Sul
estabeleceu-se um governo de caráter impopular, marcado pelo autoritarismo de
Ngo Dinh Diem que, em 1956, suspende as eleições estabelecidas oela Conferência
de Genebra.
Em oposição ao seu governo,
formou-se a Frente de Libertação Nacional, em 1960, que contava com um exército
guerrilheiro, o Vietcong. O objetivo da Frente era depor Ngo Dinh Diem e unir o
Vietnã do Sul ao Vietnã do Norte.
Ngo Dinh Diem, em 1960,
cancela as eleições, o que desencadeou o início da Guerra do Vietnã.
O Vietcong passou a contar
com o apoio do Vietnã do Norte e Ngo Dinh Diem era apoiado pelos Estados
Unidos, que, em 1961, enviam ajuda militar ao Sul. Em 1963, os vietcongs
dominavam boa parte do território do Vietnã do Sul. Neste mesmo ano morria o
presidente norte-americano, John Kennedy, e o vice, Lyndon Johnson, assumia a
presidência do país.
No mês de agosto de 1964,
dois comandantes norte- americanos deram o pretexto para o início dos
bombardeios sobre o Vietnã do Norte, alegando que seus navios haviam sido
atacados em Tonquim.
Os bombardeios
norte-americanos sobre o Norte prolongaram-se até 1968, quando foram suspensos
com o início das conversações de paz, em Paris, entre norte-americanos e
norte-vietnamitas. Como nos encontros de Paris não se chegou a uma solução, os
combates prosseguiram.
Em 1970, o presidente dos
EUA, Richard Nixon, autoriza a invasão do Camboja e, em 1971, tropas
sul-vietnamitas e norte-americanas invadem o Laos.
Os bombardeios sobre o
Vietnã do Norte por aviões dos EUA recomeçaram em 1972.
Desde 1968, a opinião
pública norte-americana, perplexa diante dos horrores produzidos pela guerra,
colocava-se contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo uma forte
pressão sobre o governo, que iniciou a retirada gradual dos soldados. Em 1961,
eram 184.300 soldados norte-americanos em combate; em 1965, esse número se
elevou para 536.100 soldados; e, em 1971, o número caía para 156.800 soldados.
Em 27 de janeiro de 1973 era
assinado o Acordo de Paris, segundo o qual as tropas norte-americanas se
retirariam do conffito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e a
realização de eleições no Vietnã do Sul.
Com a retirada das tropas
norte-americanas, os norte-vietnaniitas e o Vietcong deram início a uma
fulminante ofensiva sobre o Sul, que resultou, em abril de 1975, na vitória do
Norte.
Em 1976, o Vietnã se
reunificava, adotando o regime comunista, sob influência soviética.
Em 1975, os movimentos de
resistência no Laos e no Camboja também tomaram o poder, adotando o regime
comunista, sob influência chinesa.
Os soldados cambojanos com
apoio vietnamita, em 1979, derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Vermelho.
Outras
nações surgidas no processo de descolonização da Ásia
As Filipinas, que desde o
século XVI passava pelo domínio da Espanha, EUA e Japão, em 1946 é retomada
pelos norte-americanos, que lhe concedem a independência.
A Birmânia, em 1948,
tornou-se independente da Inglaterra.
A Malásia, em 1957,
tornou-se independente da Inglaterra e integrante da Comunidade Britânica, a
Commonwealth.
No início do século XX,
90,4% do território africano estava sob domínio do colonialismo europeu. Apenas
três Estados eram independentes: África do Sul, Libéria e Etiópia.
A descolonização da África
ocorreu de forma veloz. Entre 1957 e 1962, 29 países tornaram-se independentes
de suas metrópoles européias.
A
independência do Egito
O Egito estava sob domínio
francês até 1881, quando a Inglaterra assumiu o controle do território. Em
1914, tornou-se um protetorado inglês. (Protetorados eram áreas de dominação
onde os colonos gozavam de autonomia de decisões; a metrópole apenas
supervisionava por meio de um representante.)
O fim do domínio colonial
inglês cessou em 1936. Porém, a Inglaterra não abriu mão do controle que
exercia desde 1875 sobre o Canal de Suez.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, o Egito foi palco de manobras militares alemãs e italianas, comandadas
pelo general Rommel (Afrikakorps). Os ingleses, em 1942, expulsaram as tropas
do Eixo e impuseram o rei Faruk no poder.
Em 1952, o general Naguib,
com o apoio do Exército, depôs o rei e proclamou a República, assumindo o
poder.
Em 1954, o coronel Gamal
Abdel Nasser substituiu o general Naguib, mantendo-se no poder até 1970.
A
independência da Argélia
A Argélia esteve subordinada
ao colonialismo francês desde 1830. A partir da década de 1880, iniciou-se um
processo de imigração francesa para o território argelino, ocupando as melhores
terras, que passaram a ser destinadas à vinicultura.
Os colonos franceses na
Argélia, denominados pieds noirs (pés pretos), tinham condições de vida
superiores às dos argelinos e o grau de discriminação era muito grande.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, a invasão da França pelos alemães provocou a divisão do território
francês e a formação de dois governos: Paris ficou diretamente controlada pelos
nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o governo colaboracionista do marechal
Pétain. O general Charles de Gaulle comandava a França livre. A Argélia passou
a responder ao governo de Pétain.
Em 1945 ocorreram as
primeiras manifestações pela independência — em razão da crise econômica do
pós-Segunda Guerra na França, que nas áreas coloniais foi muito mais grave.
Essas manifestações foram lideradas por muçulmanos, grupo religioso
predominante na Argélia, mas foram prontamente sufocadas pelos franceses.
Mapa
da descolonização da África
A derrota francesa na Guerra
da Indochina, em 1954, evidenciava o enfraquecimento do seu poder. Nesse mesmo
ano, a população muçulmana da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico,
voltou a colocar se contra a França, através de manifestações que foram
coibidas, mas que resultaram na criação da Frente Nacional de Libertação.
A Frente Nacional de
Libertação passou a se organizar militarmente para derrotar o domínio francês.
No próprio ano de 1954
eclodia a guerra de independência. Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual
os líderes da Frente foram capturados e levados presos para Paris, onde
permaneceram até 1962.
A violência praticada pelos
franceses com a população civil na Batalha de Argel só fez aumentar ainda mais
os descontentamentos dos argelinos.
Em 1958 é proclamada a IV
República francesa. O general De Gaulle sobe ao poder e recebe plenos poderes
para negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no Cairo
(Egito).
As negociações de paz se
estendem até 1962, quando foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a
França reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra que já durava
oito anos.
A
independência do Congo (antigo Zaire)
Em 1867, a Bélgica funda a
Sociedade Internacional para a Exploração e Civilização da África, iniciando a
ocupação do Congo, que se tornou possessão belga a partir de 1885, e colônia em
1908.
Terminada a Segunda Guerra
Mundial, os movimentos de emancipação se generalizavam na África e, em 1960, na
Conferência de Bruxelas, a Bélgica concede a independência do Congo, que passa
a constituir a República do Congo.
O governo passou a ser
exercido pelo presidente Joseph Kasavubu e pelo primeiro-ministro Patrice
Lumumba.
Em seguida à independência
do país, na província de Catanga, ocorre um movimento separatista liderado pelo
governador Moise Tchombe, que, apesar de proclamar a independência da
província, não obteve o reconhecimento internacional. Desencadeou-se, então,
uma guerra civil. Catanga recebia apoio de grupos internacionais interessados
nos minérios da região e de tropas mercenárias belgas.
Em setembro de 1960, o
presidente Kasavubu demite o primeiro-ministro Patrice Lumumba, e Joseph Ileo
assume o Gabinete. Lumumba não aceitou sua demissão e o Congo passou a ter dois
governos. Então, o coronel Mobutu dissolveu os Gabinetes. Kasavubu foi
preservado. Lumumba foi aprisionado e levado para Catanga, onde foi
assassinado, em 1961. Sua morte provocou violentas manifestações dentro e fora
do Congo. Internamente, a crise política se alastrava, o Congo se fragmentava,
e as lutas dividiam a população.
Em 1962, as forças da ONU
intervieram no Congo para impedir a secessão de Catanga. Moise Tchombe foi para
o exílio.
Assumia o governo Cyrille
Adula em meio aos movimentos liderados pelos partidários de Lumumba (morto em
1961), que se tornaria o símbolo da luta congolesa.
Os partidários de Lumumba
dominavam boa parte do país, em 1964, quando Adula convida Moise Tchombe (recém-chegado
do exílio) para auxiliá-los e vencer os rebeldes. Adula renuncia e Tchombe
assume o cargo de primeiro-ministro.
A guerrilha aumentava e,
então, os EUA intensificaram a ajuda militar — que já vinha concedendo — ao
governo de Tchombe.
Os partidários de Lumumba,
em resposta, transformaram 60 norte-americanos e 800 belgas em reféns da
guerrilha, o levou a Bélgica a preparar uma ação de resgate, provocando o
fuzilamento de 60 reféns pelos guerrilheiros; os demais foram libertados.
O presidente Kasavubu, em
1965, demitiu o primeiro-ministro Tchombe e logo em seguida o general Mobutu dá
um golpe e assume a presidência do país, que a partir de 1971, passa a se
denominar República do Zaire.
Portugal foi o pioneiro nas
Grandes Navegações dos séculos XV, XVI e XVII. Em 1415, os portugueses
iniciavam a conquista de novos mundos, com a tomada de Ceuta, no Norte da
África.
A crise na qual mergulhou o
Império Português, no século XVII, levou à perda de grande parte de suas
colônias para os espanhóis, holandeses e ingleses.
Durante o neocolonialismo,
na segunda metade do século XIX, as possessões portuguesas ficaram reduzidas a
Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e aos arquipélagos de Cabo Verde e de São Tomé
e Príncipe.
Angola
Em 1956, foi fundado o Movimento
Popular pela Libertação da Angola, MPLA, que em 1961 desencadeou as lutas pela
independência, sob a liderança do poeta Agostinho Neto.
Outros dois movimentos
surgiram dentro do processo de lutas de independência: a União Nacional para a
Independência Total de Angola, Unita, e a Frente Nacional de Libertação de
Angola, FNLA.
Em 1974, foi assinado o
Acordo de Alvor, segundo o qual os portugueses reconheceriam a independência de
Angola em 1975, devendo ser formado um governo de transição composto pelo MPLA,
Unita e FNLA.
Os três grupos iniciaram
entre si uma série de divergências que culminaram com uma guerra civil e a
invasão do país por tropas do Zaire e da África do Sul (apoiadas pela FNLA e
Unita, respectivamente), que recebiam ajuda militar norte-americana.
O MPLA, liderado por
Agostinho Neto, solicitou então ajuda de Cuba e, em 1976, derrotou as forças da
Unita e da FNLA.
Moçambique
Em 1962, foi criada a Frente
de Libertação de Moçambique, Frelimo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as
lutas pela independência.
Samora Machel, em 1969,
assumiu a direção do movimento, que passou a disputar, através da guerrilha, o
controle do território.
Em 1975, Portugal reconheceu
a independência da República Popular de Moçambique.
Guiné-Bissau,
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe
Amilcar Cabral, em 1956,
fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, PAIGC,
que desencadeia a luta pela independência a partir de 1961.
Em 1973, mais da metade do
território da Guiné estava sob domínio do PAIGC. Nesse ano, Amilcar Cabral é
assassinado e assume Luís Cabral a presidência da recém- proclamada República
Democrática Antiimperialista e Anticolonialista da Guiné.
Em 1974, o governo português
reconhece a independência da Guiné.
Em 1975, Cabo Verde tem sua
independência reconhecida por Portugal.
São Tomé e Príncipe, no
mesmo ano que Cabo Verde, tem sua independência reconhecida por Portugal.
Em 25 de abril de 1974,
ocorreu a Revolução dos Cravos em Portugal, marcando a ascensão de um regime
democrático que substituiu o governo fascista do presidente Américo Tomás e do
primeiro-ministro Marcelo Caetano, já enfraquecido com a morte de Oliveira
Salazar, que governou Portugal entre 1932 e 1970, quando morreu.
O novo governo empossado em
1974 reconhecia no ano seguinte as independências das colônias, o que
significou a desintegração do Império Colonial Português.
Consequências
da descolonização afro-asiática
A principal consequência do
processo de descolonização afro-asiática foi a criação de um novo bloco de
países que juntamente com a América Latina passaram a compor o Terceiro Mundo.
Essa denominação deve-se ao
fato de que os países originados a partir desses processos de independência
acabaram por manter vínculos de dependência econômica com os países
capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou com países socialistas
desenvolvidos (Segundo Mundo).
- 1948: Proclamação do estado de Israel.
Em 14 de maio de 1948, o
presidente da Agência Judaica David Ben-Gurion proclama em Tel Aviv o Estado de
Israel, estabelecendo o primeiro Estado judeu em 2 mil anos. “Nós proclamamos
por este ato o estabelecimento do Estado Judeu na Palestina, que se chamará
Israel”, disse em uma cerimônia no Museu de Arte, Ben-Gurion, que tornou-se o
primeiro premiê do novo Estado.
À distância, o ruído dos
tiros podiam ser ouvidos do conflito que imediatamente eclodiu entre judeus e
árabes, assim que o exército britânico se retirou mais cedo naquele dia. No dia
seguinte, forças do Egito, Transjordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram por
terra, enquanto o Egito lançou um ataque aéreo.
Israel tem suas origens no
movimento sionista, criado no final do século XIX pelos judeus que viviam no
Império Russo e que reclamavam o estabelecimento de um espaço territorial
judaico após séculos de perseguição. Em 1896, o jornalista judio-austríaco
Theodor Herzl publicou um panfleto político chamado ‘O Estado Judeu’, que
sustentava que a criação de um Estado judeu era o único meio de proteger os
judeus contra o anti-semitismo. Herzl tornou-se o líder do sionismo, reunindo o
primeiro congresso sionista na Suíça em 1897. A Palestina, controlada então
pelo Império Otomano, foi escolhido como o lugar mais desejável para sua
localização por ser o lar bíblico do povo judeu.
Após a Revolução Russa de fevereiro
de 1905, crescentes contingentes de judeus russos e da Europa Oriental
começaram a imigrar para a Palestina, juntando-se aos poucos milhares que
haviam chegado antes. Os colonos judeus insistiam no uso do idioma hebraico em
vez do idisch, a língua dos judeus ashkenazi da Europa. Com o colapso do
Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos tomaram a
Palestina como protetorado. Em 1917, Londres publicou a “Declaração Balfour”,
que afirmava a intenção de estabelecer um ‘lar judeu’ na Palestina. Apesar do
protesto dos Estados árabes, a declaração foi incluída no mandato britânico
sobre a região, autorizada pela Liga das Nações em 1922.
Com isso, árabes e judeus
deram início em 1929 a um enfrentamento aberto na Palestina. A Grã Bretanha, na
tentativa de apaziguar os árabes, tentou limitar a imigração judaica. Como
resultado do Holocausto, muitos judeus entraram ilegalmente na Palestina
durante a Segunda Guerra Mundial. Grupos judaicos radicais passaram a empregar
o terrorismo contra as forças britânicas, sob a alegação de estarem traindo a
causa sionista. Após o término da Segunda Guerra Mundial, diante das
atrocidades nazistas contra os judeus vindas a público em 1945, a União
Soviética e os Estados Unidos aceitaram adotar a causa sionista. A Grã
Bretanha, incapaz de encontrar uma solução, transferiu o problema para as
Nações Unidas, que em novembro de 1947 aprovou a Partilha da Palestina.
Os sionistas tomaram posse
de mais da metade da Palestina embora englobassem menos da metade da população
local. Os árabes enfrentaram as forças sionistas, contudo em 14 de maio de
1948, os judeus já tinham garantido o controle de sua área da Partilha e também
da parte árabe.
Assim, os israelenses
conseguiram derrotar os árabes e ocuparam territórios chaves como a Galileia, a
costa palestina e uma faixa ligando a região costeira com Jerusalém. Em 1949,
um cessar-fogo patrocinado pela ONU propiciou a Israel o controle permanente
das áreas conquistadas. A expulsão pela força de centenas de milhares de
palestinos de seus lares durante a Guerra deixou o país com uma substancial
maioria populacional judaica.
Durante a Guerra dos Seis
Dias, mais uma vez Israel aumentou suas fronteiras, capturando da Jordânia,
Egito e Síria, a cidade velha de Jerusalém, a Península do Sinai, a Faixa de
Gaza, a Cisjordânia e as Alturas de Golã. Em 1979, Israel e Egito assinaram um
acordo de paz pelo qual Israel devolveu o Sinai em troca do reconhecimento
egípcio. Israel e a Organização pela Libertação da Palestina assinaram um
acordo de paz em 1993, visando a implementação do Estado palestino na Faixa de
Gaza e na Cisjordânia. O processo de paz não avançou e a partir de 2000 o
conflito entre israelenses e palestinos se acirrou em Israel e, principalmente,
nos territórios ocupados.
- 1949: Revolução Chinesa e proclamação da República Popular da
China, liderada por Mao Tsé-tung.
A Revolução Chinesa,
ocorrida em 1949, provocou profundas transformações na China que até hoje se
faz presente no cotidiano de seu povo. Para entender essa revolução, devemos
nos voltar para a situação da China do século XIX. Naquele período, o país
sofreu com a dominação imperialista promovida pelas nações capitalistas
europeias, principalmente da Inglaterra.
Nas primeiras décadas do
século XX, a população chinesa passava por intensas dificuldades econômicas que
pioraram drasticamente as condições de vida do povo chinês. Mediante um
movimento contra a presença estrangeira no país, a dinastia Manchu deu fim ao
governo imperial e criou um novo governo: a República da China. Mesmo com tal
mudança, ainda em 1915, o país foi politicamente dominado pelo governo japonês.
Insatisfeitos com a
dominação nipônica, uma grande mobilização política do povo chinês promoveu, em
1921, a criação do Partido Comunista Chinês. Em virtude de seu forte apelo
popular, o novo partido foi visto como uma ameaça à ordem governamental e, por
isso, seu líderes e participantes passaram a ser perseguidos pelas autoridades
do país.
Impedidos de participarem
das questões políticas de seu país, os comunistas chineses, sob a liderança de
Mao Tsé-Tung, começaram a mobilizar as populações camponesas atraídas pela
promessa do uso coletivo das terras e a criação de um sistema político
igualitário. Contando com o apoio dos camponeses, Mao Tsé-Tung criou o Exército
Vermelho, que entre os anos 30 e 40 lutou contra o governo chinês.
Após esse período de
batalhas, os comunistas dominaram Pequim, em 1949, e Mao Tsé-Tung foi aclamado
como novo líder da República Popular da China. Inicialmente apoiado pelo
governo comunista soviético, o governo comunista chinês criou um grande projeto
de transformação político-econômico chamado Grande Salto para Frente. Pouco
depois, em 1966, surgiu um programa de controle cultural, político e ideológico
chamado de Revolução Cultural. Com a morte de Mao Tsé-Tung, em 1976, a
Revolução Cultural teve seu fim e as políticas econômicas do país se abriram
para a economia mundial.
- 1950 a 1953: Guerra da Coreia.
A Guerra da Coréia é fruto
da disputa velada entre os Estados Unidos e a ex-URSS, antigos aliados durante
a Segunda Guerra Mundial. Ao final desta, em 1945, estes países dividiram a
Coréia em duas zonas de influência, com o sul ocupado pelos norte-americanos e
o norte dominado pela União Soviética. Ambas são divididas pelo Paralelo 38º,
firmado como marco divisor na Conferência de Potsdam. Em 1947, na tentativa de
unificar a Coréia, a Organização das Nações Unidas – ONU - cria um grupo não
autorizado pela URSS, para pretensamente ordenar a nação através da realização
de eleições em todo o país. Esta iniciativa não tem êxito e, no dia 09 de
setembro de 1948, a zona soviética anuncia sua independência como República
Democrática Popular da Coréia, mais conhecida como Coréia do Norte. A partir de
então, a região é dividida em dois países diferentes - o norte socialista,
apoiado pelos soviéticos; e o sul, reconhecido e patrocinado pelos EUA.
Os governos norte-americano
e soviético continuam a reivindicar o controle total do território coreano. A
região fronteiriça entre as duas Coréias torna-se um ponto explosivo e
delicado, de pura tensão. Começa a luta doutrinária, as propagandas ideológicas
viajam de um ponto a outro dos dois países. Até que, no dia 25 de junho de
1950, alegando uma suposta transgressão do Paralelo 38º, o exército da Coréia
do Norte invade o Sul, dominando sua capital, Seul, em 03 de julho. A ONU não
aceita esse ataque e manda suas tropas, lideradas pelo general americano
Douglas MacArthur, para expulsar os socialistas, que pretendem unificar o país
sob a bandeira do Comunismo. A URSS não intervém diretamente, apenas cede
auxílio militar. Mas, neste momento, inicia-se o confronto entre as duas
potências por um espaço de amplas vantagens comerciais e territoriais, mesmo
com o risco de deflagrar uma terceira guerra mundial.
No mês de setembro, as
forças das Nações Unidas tentam resgatar o litoral da região oeste, sob o
domínio dos norte-coreanos, atingindo sem muitas dificuldades Inchon, próximo a
Seul, onde se desenrola uma das principais batalhas, e depois de poucas horas
elas ingressam na cidade invadida, com cerca de cento e quarenta mil soldados,
contra setenta mil soldados da Coréia do Norte. O resultado é inevitável,
vencem as forças sob o comando dos EUA. Com o domínio do Sul, as tropas
multinacionais seguem o exemplo dos norte-coreanos e também transgridem o
Paralelo 38º. Seguem então na direção da Coréia do Norte, entrando logo depois
em sua capital, Pyongyang, ameaçando a fronteira chinesa ao acuar os
norte-coreanos no Rio Yalu, sede de intensa batalha.
O governo chinês, ao se
sentir em perigo, envia trezentos mil homens em socorro da Coréia do Norte, entrando
assim na Guerra e colocando em risco a paz mundial. As tropas chinesas forçam o
General MacArthur a recuar e, em 04 de janeiro de 1951, conquistam Seul,
dominando o Sul. Logo depois, entre fevereiro e março, um novo avanço dos
norte-americanos expulsa as forças chinesas e norte-coreanas e as obriga a
retornar ao Paralelo 38º. A partir daí os jogos de forças permanecem estáveis,
equilibrados, prolongando esta guerra por mais dois anos, com muitas mortes de
lado a lado. Ao longo de quase três anos, uma sangrenta batalha entre irmãos
mancha a história de uma das culturas mais célebres da Ásia. A paz é assinada
finalmente em 27 de julho de 1953, através do Armistício de Panmunjon. A
fronteira estabelecida em 1948 é mantida, e é criada uma região desmilitarizada
entre as duas Coréias, mas até hoje não se chegou a uma resolução decisiva
neste território, e a tensão permanece, com ameaças constantes pairando no ar.
Apesar do final da Guerra Fria entre os EUA e a URSS, hoje extinta, a pressão
ideológica persiste, mais preocupada atualmente em encontrar pretextos para
intervenções em corridas armamentistas nucleares, uma vez que a Coréia do Norte
está continuamente se gabando de ter o domínio de elevadas tecnologias na
esfera militar.
- 1959: Revolução Cubana.
No início do século XX, Cuba
era uma colônia (neo-colônia), norte-americana. Desgastada com a administração
corrupta e claramente favorável ao capital estrangeiro, o povo começava a se
inquietar de maneira preocupante para a metrópole. O movimento operário estava
ganhando força e se fazendo notar, principalmente com duas grandes greves: dos
Aprendizes (1902) e da Moeda (1907).
Sofrendo pelo altos níveis
de inflação gerada pela Primeira Guerra Mundial e tendo sua economia baseada na
monocultura da cana-de-açúcar, sendo os Estados Unidos seu comprador quase
exclusivo, a Grande Depressão de 1929, deixou claro que a situação em Cuba era
muito frágil, já que 70% de sua economia era controlada pelo capital americano.
Até então Cuba esteve nas
mãos de diversos dirigentes. Sempre sob o olhar e a mão firme da metrópole que
defendia seus lucros e favorecia apenas a minoria burguesa, (onde a maioria era
norte-americana com alguns poucos cubanos). Até que Fulgêncio Batista em 10 de
março de 1952 tomou o poder através de um golpe assistido e apoiado pelos
norte-americanos.
Paralelamente a isso,
ocorreram diversas greves e revoltas. Sempre partindo do proletariado que se
unia e do movimento estudantil que ganhava força. As primeiras ações sentidas
foram os ataques e tentativas de tomada dos quartéis de Moncada e de Carlos
Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A ação conjunta fracassou,
resultando na morte de vários combatentes, em sua maioria jovens estudantes e a
prisão de outros tantos. Entre os presos estava Fidel Alejandro Castro Ruz,
recém-formado advogado pela Universidade de Havana.
Outros movimentos de revolta
também tentaram ataques isolados, tendo todos fracassado. Enquanto isso Fidel
Castro é liberto e exilado no México. E foi lá então, que reuniram-se condições,
convergiram fatores, para que se pensasse em uma verdadeira guerrilha. Fidel
tinha em torno de si uma grande rede de contatos que o apoiariam; foi com esse
objetivo então, que em 1954, funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho
(M-26-7). Baseado no México, articula ações e conta com casas de apoio e
representantes, principalmente em Cuba, Guatemala e Estados Unidos.
Vivendo na clandestinidade,
o M-26-7 tem grandes planos, mas tem maiores ainda dificuldades. Conciliar egos
e pensamentos diferentes, manter o movimento coeso e unificado, treinar
combatentes, angariar recursos e pessoal, evitar espiões e traidores. Num
processo lento o plano é traçado: Penetrar com um foco guerrilheiro através das
florestas ao sudoeste da ilha, aos pés da Sierra Maestra e espalhar a
revolução, contando com a adesão popular e dos camponeses que vivem
miseravelmente ali.
Começa
a guerra de guerrilhas
Antes do amanhecer, em 2 de
dezembro de 1956 o iate Granma, vindo do México, atraca (ou encalha), no
litoral sudeste da ilha, transportando 82 combatentes. A viagem que durou 7
dias, 2 a mais que o planejado, fora desastrosa e cheia de incidentes.
Depois que o iate Granma de
12 metros com 82 homens, armas, mantimentos e medicamentos encalha, um tanto
afastado da praia, o pessoal é obrigado a praticamente nadar já com o sol
raiando e saraivadas de tiros de uma lancha da patrulha costeira cubana. O
resultado foi um grande prejuízo de armas, munições e principalmente de
pessoal. Do total, apenas 22 restaram para o foco insurrecional.
Re-começando praticamente do
zero, o grupo precisa garantir a sua sobrevivência e reestruturação. Em
território desconhecido, contavam com os camponeses que os guiassem pela
floresta e muitas vezes para alimentá-los. Em contra-partida o governo
retaliava, geralmente com a vida, quem fosse “pego” ajudando os rebeldes.
“Pego”, por que na verdade para Fulgêncio, o motivo pouco importava. O
importante era difundir a mensagem de que os rebeldes eram os bandidos e que
não se envolvessem com eles; então era comum que acusassem o vizinho por
vinganças particulares, como questões de dívida e assuntos pessoais.
Por fora, os contatos do
M-26-7 corriam para recrutar novo pessoal, armas e dinheiro. Comunicando-se
através de rádio, conhecida como Rádio Bemba (Sistema de Rádio Rural), Fidel
assinava contratos, redigia artigos e planejava táticas.
Na capital o governo
alardeava que suas tropas haviam sufocado o movimento, porém o que acontecia
era justamente o contrário: tendo consciência de que ainda eram muito fracos,
os revolucionários se ocupavam em manter-se sempre em movimento, criando
emboscadas e evitando o inimigo.
Nas batalhas as colunas
rebeldes sempre eram em número bastante inferior ao das tropas do exército,
porém com a tática do “bate e corre”, conseguiam infligir certos danos e
algumas vitórias parciais.
Passando fome muitíssimas
vezes, a tensão e o cansaço fatigavam os combatentes. Sempre vivendo no limite,
sem ter para amanhã, de tempos em tempos abria-se uma permissão para àqueles
que não suportando mais iriam desertar. Fora dessas concessões quem desertasse
era morto, pois sabia demais sobre o Movimento.
Conforme as colunas foram
adentrando na floresta, foram também ganhando a simpatia dos guajiros, como é
chamado o camponês; humilde e analfabeto, negro, mulato ou branco, pés
descalços e chapéu de palha, que insatisfeitos com a maneira como viviam e
esclarecidos sobre a real intenção dos combatentes, muitas vezes se juntavam a
coluna ou guiavam pelos tortuosos caminhos. Grande parte dessa simpatia também
se deveu ao fato de que qualquer espaço conquistado pelos rebeldes, logo era
considerado Território Livre e suas terras divididas entre os camponeses. Entre
eles havia também os traidores, que em troca de dinheiro, ou temendo pela
própria vida ou da família, davam informações para o governo sobre posição e
quantidade dos rebeldes.
As colunas, agora já maiores
e melhor organizadas traziam consigo vantagens e desvantagens. Tornava-se inviável
bater na casa de um camponês e pedir-lhe comida. A base guerrilheira, então
instalada na Sierra Maestra funcionava como um Quartel General e muito por
iniciativa de Ernesto Guevara (Che), criou-se em plena floresta um sistema
rudimentar para a produção de pão e charque que alimentasse as tropas, artigos
de couro para os soldados e inclusive uma pequena imprensa com um mimeógrafo
antigo de onde eram editados manifestos e até um jornal da floresta. Atos de
insubordinação ou indisciplina, também eram frequentes e firmemente tolhidos.
Algumas vezes até passíveis de crítica quanto a sua dureza, principalmente na
figura de Che Guevara. Promovido a chefe de uma coluna, Che era conhecido pela
sua conduta exemplar e por exigir não menos que isso de seus soldados.
Mas o que realmente
incomodava ao mundo capitalista era o fato de que Che Guevara era um declarado
Marxista e tinha se tornado uma voz importante ao lado de Fidel. Pode-se
afirmar que o papel do médico argentino na orientação comunista do Movimento
foi fundamental. Por sua vez, Fidel publicamente tentava afastar essa ideia da
imprensa e do mundo por assim dizer; já bastavam os problemas que tinham sem
isso.
Num período de 2 anos, as
forças guerrilheiras do Movimento Revolucionário 26 de Julho lutaram contra
forças desiguais, mas entre altos e baixos, conseguiam empurrar as tropas
inimigas para trás de suas linhas. Politicamente a guerra também era intensa;
envolvia as 2 maiores potências do mundo na época e uma pequena ilha no Caribe.
Nas palavras de Fidel, “foi uma briga de Davi e Golias”.
Conforme a distância da
capital diminui, os combates vão se tornando mais francos e ferozes. Na
capital, Fulgêncio sabe que a hora de definir é agora. Lança mão de suas
últimas forças e joga tudo. As colunas rebeldes estão fechando o cerco e
impondo derrota após derrota. A coluna de Che já toma a segunda cidade em
importância de Cuba e marcha para a capital, assim como a coluna de Camilo
Cienfuegos, personagem de vital importância para a Revolução.
A vitória se tornou evidente
quando próximo a capital, os rebeldes interceptaram e tomaram um trem blindado
repleto de material bélico que não chegou ao seu destino. Esse foi um
importante contra-golpe que as forças revolucionárias impuseram à ditadura de
Fulgêncio, que depositava nesse trem suas últimas forças realmente
significativas. Já com as forças batistianas batendo em retirada e se
dispersando, o M-28-7 chegou enfim, em 01/01/1959 à capital Havana para travar
o último e definitivo combate. O então ex-presidente, Fulgêncio Batista já
havia fugido do país na madrugada anterior, junto com a cúpula de seu governo.
A burguesia e a elite das forças armadas também já deixaram o país, abandonando
tudo que não pudesse ser levado. Sabendo disso o povo pega em armas e em pleno
cenário urbano travam-se combates isolados com as poucas forças resistentes e
atiradores de elite.
As tropas rebeldes são
recebidas na cidade como verdadeiros heróis. Durante os anos que a guerrilha
durou, o personagem barbudo e maltrapilho que se fez dos revolucionários já era
conhecido da população. Sabe-se que nesses anos a TV e a moda em Cuba valorizou
a barba e os cabelos grandes, que no caso dos guerrilheiros não era uma opção.
A muitas crianças deu-se o nome de Fidel e Ernesto.
Pós
revolução
Depois de um discurso de
posse, transmitido pela TV, onde as forças libertadoras entregavam Cuba para os
cubanos, tem início em Cuba uma nova era. Os muitos anos seguintes seriam
dedicados ao expurgo dos ex-funcionários batistianos e ao julgamento daqueles que
se quedaram ou foram feitos presos durante as batalhas. Muito criticou-se
também os métodos utilizados para o julgamento e os pelotões de fuzilamento,
que era o destino final dos condenados. Che era o responsável pelo Tribunal
Sumário e há quem se refira, como holocausto.
O papel dos Estados Unidos
durante a revolução era de indiscutível e declarado apoio às forças batistianas.
Enquanto que o da União Soviética também se fez presente apoiando Fidel e o
regime comunista que aos poucos foi emergindo. Estamos em plena Guerra Fria.
Depois da vitória rebelde ainda muitas águas rolariam. Desde tentativas de
contra-revolução, financiadas pela CIA, como a da Baía dos Porcos; ou a Crise
dos Mísseis envolvendo os EUA e a URSS que por pouco não deu início s temida
Guerra Nuclear. Também foi feita uma tentativa de envenenar Fidel.
Admitindo que não
conseguiria reverter a situação militarmente sem causar um grande alvoroço
internacional, os Estados Unidos decidem então apelar para a “violência
econômica”, assim denominada por Fidel. Em outras palavras, colocaram em
prática o embargo comercial, (ainda em vigor), onde não mais comprariam nem venderiam
nada a Cuba. Não satisfeitos, pressionaram muitos outros países da América e
Europa a fazer o mesmo. Com o passar dos anos a maioria desses países voltou a
se relacionar comercialmente, porém as relações diplomáticas entre Cuba e os
EUA estão cortadas até os dias de hoje.
- 1959 a 1975: Guerra do Vietnã.
Ocorreu entre os anos de
1959 e 1975 e é considerado o mais violento conflito da
segunda metade do século XX.
Laos, Vietnã e Camboja
faziam parte de uma região conhecida como Indochina. Estavam sobre o domínio
francês e queriam a independência.
Para entender melhor o
conflito é preciso saber que durante a Segunda Guerra, o Japão invadiu e
dominou esta região. Com o objetivo de combater os orientais, os vietnamitas,
liderados por Ho Chi Minh (líder revolucionário), se reuniram e formaram a Liga
Revolucionária para a Independência do Vietnã (ligada ao partido comunista).
Os primeiros conflitos
ocorreram em 1941, ainda durante a Segunda Grande Guerra.
Quando esta terminou,
começou o processo de descolonização, que originou uma luta entre tropas
francesas e guerrilheiros do Viet Minh (Liga para a Independência do Vietnã).
Derrotados, os franceses
tiveram que aceitar a independência.
Em 1954, a Conferência de
Genebra (convocada para negociar a paz) reconheceu a Independência do Camboja,
Laos e Vietnã.
Outra
medida tomada estabeleceu que o Vietnã ficaria dividido em:
- Vietnã do Norte:
socialista governado por Ho Chin Minh
- Vietnã do Sul: capitalista
governado por Ngo Dinh-Diem
Essa divisão estaria valendo
até as eleições para unificação do país, em 1956.
Em 1955, Ngo Diem liderou um
golpe militar tornando-se ditador. Diem cancelou as eleições, proclamou a
Independência do Sul, brigou com os budistas, perseguiu nacionalistas e
comunistas e seu governo foi marcado pela corrupção. Os americanos o apoiaram,
porque estavam convencidos de que os nacionalistas e comunistas de Ho Chi Minh
ganhariam as eleições e isso não era bom; pois se os comunistas ganhassem,
acabariam influenciando outras nações a segui-los (“Teoria de Dominó”).
Os EUA passaram a colaborar
com o Vietnã do Sul enviando armas, dinheiro e conselheiros militares. Tudo
isso fez com que surgissem os movimentos de oposição: Frente Nacional de
Libertação (apoiados pelo Vietnã do Norte) juntamente com o seu exército
Vietcong.
Apoiados pelos americanos e
suas armas poderosas os sul-vietnamitas atacaram por 10 anos o norte.
Porém, depois que algumas
embarcações americanas foram bombardeadas no Golfo de Tonquim, o presidente
Lindon B. Johnson ordenou bombardeios de represália contra o Vietnã do Norte.
Esse fato marcou a entrada dos EUA na guerra (1965).
Em 1968, as tropas do norte
e os vietcongs fizeram a chamada Ofensiva do Tet, ocupando inclusive a
embaixada americana em Saigon. Isso fez com que os americanos sofressem sérias
derrotas.
A guerra continuava e os
americanos não estavam muito felizes. Várias manifestações foram realizadas
contra a participação dos EUA na guerra.
Em 1972, durante o governo
do presidente Nixon, os EUA bombardearam a região de Laos e Camboja utilizando,
inclusive, armas químicas, mas não adiantou, pois os guerrilheiros continuavam
lutando.
Eles (guerrilheiros) se
saíram melhor, principalmente pelas vantagens geográficas, já que conheciam bem
a região. Os americanos se retiraram do conflito em 1973; porém, a guerra só
foi encerrada de fato em 30/04/1975, pois ainda havia alguns conflitos contra o
norte.
Em 1976, o Vietnã se
reunificou e passou a se chamar República Socialista do Vietnã. A Guerra do
Vietnã, como já foi dito no início deste texto, é considerado um dos conflitos
mais violentos do século XX.
Durante todo o desenrolar da
guerra, os meios de comunicação do mundo inteiro divulgaram a violência e
intensidade do conflito, além de falarem sobre o mau desempenho dos americanos,
que investiram bilhões. Foi nesta guerra que os helicópteros foram usados pela
primeira vez.
Como em toda guerra, não
existem vencedores, somente vítimas. Calcula-se que milhões de pessoas (civis e
militares) morreram.
- 1966: Revolução Cultural na China, liderada Mao Tsé-tung.
A Revolução Cultural Chinesa
foi elaborada por Mao Tsé-Tung no ano de 1966, paralisando praticamente todo o
progresso material e tecnológico do pais. Tal revolução foi um movimento de
massas da Republica Popular da China dentre os anos de 1966 e 1976, feito por
trabalhadores e estudantes contra a burocracia que tomava conta do Partido
Comunista Chinês. Tudo começa no ano de 1958, onde foi implantado na China um
plano de governo conhecido como O Grande Salto Adiante. Esse plano tinha como
objetivos estruturar a produção agrária em um sistema cooperativo e organizar a
produção industrial, além de alguns outros como o aumento da produção de
minerais por exemplo. Porém esse plano foi abandonado em 1961 em razão de
diversos insucessos, dentre eles a morte de aproximadamente 30 milhões de
Chineses, e do rompimento da China com a União Soviética no ano anterior.
Com todo esse fracasso do
plano Salto, houve um período de grande fome no começo da década de 60, pois a
produção agrícola estava muito desorganizada. Com todos esses problemas, Mao
Tsé-tung acabou sendo muito criticado, principalmente por duas pessoas que
também eram membros do Partido Comunista, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, que
começaram então desafiar o poder e o prestigio de Mao. Os dois tinham até mesmo
a ideia de remover todo o poder que estava nas mãos de Mao e deixa-lo apenas
como uma figura decorativa no poder.
Só que Mao era muito
esperto, se antecipou aos dois críticos e começou a atacar Liu em 1963,
declarando a ideia de haver uma necessidade de promover uma limpeza nos quadros
políticos, econômicos, organizacional e ideológico da Republica Chinesa.
E finalmente em 1966 Mao
iniciou a Revoução Cultural. O primeiro comitê foi formado em Maio de 1966 na
Universidade de Tsinghua, com o objetivo de eliminar completamente toda a
oposição a Mao Tsé-tung. Ele incentivou e encorajou a criação de comitês
revolucionários (bases da Guarda Vermelha), que eram compostas pelas mais
diversas forças militares, camponesas, elementos partidários e governamentais,
e que estavam objetivados em tomar o poder onde fosse necessário.
Tal revolução tem como ideia
essencial manter o fervor revolucionário e um estado constante de luta e
superação, sem os quais acreditava Mao, a revolução comunista estaria destinada
ao fracasso. Além disso, a revolução pretendia tornar cada unidade econômica
chinesa, como fabricas, fazenda, como uma unidade de estudo e de reconstrução
do comunismo, expandindo assim a ideia de coletivização. Após essa fase, Mao
acreditava que uma segunda fase da Revolução Chinesa seria justamente
ultrapassar a revolução da ordem econômica para a ordem ideológica, para a alma
do cidadão Chines. E é nesse sentido que se justifica tal adjetivo Cultural da
revolução.
- 1973: Crise do Petróleo.
Ficou conhecida como
Primeira crise do petróleo uma crise econômica e comercial de proporções
mundiais desencadeada pelos maiores países produtores de petróleo, em geral,
localizados no Oriente Médio. A partir da segunda metade do século XIX, este
material, até então, sem um uso importante em qualquer setor da economia
desponta como importante produto de consumo, tornando-se a principal fonte de
energia no mundo, em especial depois da invenção do motor a combustão, que requeria
um produto exatamente com as características do óleo negro. Além do uso
conhecido como combustível de automóveis, o petróleo é utilizado em centenas de
outros produtos, fazendo deste "óleo de pedra" uma peça capital na
composição da economia mundial, dando ainda um poder imenso a quem tivesse a
posse de fontes de tal produto. Tal fato se reveste de mais importância ao
levar-se em conta ainda que tal elemento não é renovável, isto é, as fontes de
petróleo logo se esgotam, não se podendo obter mais do produto daquela
determinada fonte. Somente após a Segunda Guerra Mundial os principais
produtores de petróleo iriam se aperceber do poder que tinham em mãos, e as
perspectivas de barganha que a posse de tal riqueza proporcionava.
É sob tal ótica que se
instala, em 1960, a OPEP, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo,
criação de Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque e Venezuela, com a finalidade de
defender os seus interesses como produtores de tão rica matéria-prima.
Finalmente, numa reunião da OPEP, em outubro de 1973, os países membros,
detentores praticamente de toda a produção mundial, resolveram, de repente,
aumentar o preço de modo significativo, bem como estabelecer uma diminuição na
produção. Entre os motivos que causaram tal decisão estão a composição da base
da economia dos países da OPEP, o preço extremamente baixo do barril, o consumo
em aumento constante em todo o mundo, e a grande dependência dos países
não-produtores, que preferiam importar a explorar possíveis jazidas em seus
territórios.
Além destas alegações de
natureza logística, a decisão de aumentar o preço do petróleo de maneira
repentina escondia um motivo político: o rearmamento de Israel pelos Estados
Unidos durante a Guerra do Yom Kippur. Israel fora atacado por uma coalizão de
países árabes, liderados por Egito e Síria, mas conseguiu repelir a ofensiva
com o apoio dos EUA. Enfim, tratava-se de mais um episódio na longa disputa
entre israelenses e árabes pelos territórios ocupados pelos judeus. Cansados do
constante apoio dos norte-americanos aos israelenses, os países produtores de
petróleo enfim compreendiam o poder político que tinham em mãos, e como forma
de pressão para um equilíbrio maior na política das potências em relação ao
Oriente Médio, resolveu-se pela primeira vez usar o petróleo como instrumento
de pressão política.
Os estragos foram enormes,
causando falta do produto em muitos postos em várias partes do mundo. O
racionamento virou palavra de ordem, e em países periféricos como o Brasil, o
estrago foi imenso, pois sua balança comercial ficou em enorme desequilíbrio,
iniciando um ciclo de hiperinflação que duraria quase 20 anos.
A crise só terminaria cerca
de um ano depois com as conversações entre Henry Kissinger e os líderes
israelenses, que se retiraram de áreas ocupadas como resultado da vitória na
Guerra do Yom Kippur. Tal gesto fez os países árabes suspenderem o embargo,
reequilibrando o preço do produto no mundo inteiro, mas não sem antes deixar
sequelas. Desde a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, o mundo não havia
presenciado uma crise econômica de proporções tão drásticas.
- 1979 – Revolução Islâmica no Irã.
A Revolução Islâmica fez do
Irã uma república baseada nos preceitos religiosos do islamismo. O Irã é um
país do Oriente Médio muito presente nos noticiários por conta de seu
governante autoritário e agressivo. Muito do que o país é hoje é fruto de uma
revolução ocorrida na década de 1970 que colocou os dogmas da religião islâmica
acima de todos os valores democráticos comuns nos outros países do mundo.
Na década de 1970 o Irã era
governado pelo xá Reza Pahlevi, o qual desenvolvia um governo concentrando os
poderes em um pequeno círculo de amigos e aliados. Desde a década de 1940 o
líder do país se mantinha no governo do Estado, sem se preocupar muito com as
diferenças entre os pobres e os ricos, esta se intensificou no decorrer da
década de 1970. O regime do xá Reza Pahlevi gerava críticas ao plano econômico,
mas principalmente quanto ao seu modo autoritário de conduzir a política no
país.
A monarquia autoritária do
xá possuía grande afinidade com o Ocidente, o que suscitava mais críticas dos
opositores. O personagem com voz mais expressiva na oposição ao governante do
Irã era o aiatolá Ruhollah Khomeini. O líder religioso e da oposição vivia exilado
em Paris e de lá mesmo comandou as forças de oposição ao governo do xá,
defendendo reformas sociais e econômicas no Irã, além de recuperar os valores
religiosos e tradicionais do islamismo.
Somente no ano de 1979 que o
líder da oposição conseguiu retornar ao Irã, no dia 1º de fevereiro, o que
intensificou um quadro de estabilidade social e protestos. Nas vésperas do
retorno de Khomeini ao Irã, a população do país deu início a um levante de
oposição ao tipo de governo desenvolvido pelo xá Pahlevi, a chegada de Khomeini
fez aguçar os protestos. Por vários lugares estouraram os confrontos entre os
opositores e os partidários do regime vigente.
O clima de enfrentamento no
país se intensificou e atingiu níveis cruéis para o Irã. Além dos protestos
violentos, greves foram deflagradas em protesto e atingiram em cheio o seio da
economia iraniana. Opositores de esquerda, liberais e xiitas, todos se uniram
contra o governante em função e deram início a um processo revolucionário.
Finalmente, em 1979, o xá
Pahlevi foi deposto do poder, no dia 1º de abril, e o Irã foi declarado uma
República Islâmica. Reza Pahlevi fugiu do país e o aiatolá Khomeini assumiu o
cargo de chefe religioso e governante do país. A Revolução Islâmica alterou
profundamente a estrutura social do país, estabelecendo novas doutrinas que
passavam em primeiro lugar pela questão religiosa. O processo revolucionário
que inicialmente era guiado por anseios democráticos e de melhorias das
condições de vida dos iranianos, resultou no governo de um chefe religioso que
transformou o país em um Estado teocrático.
A postura do governo
assumida pelo novo chefe do país foi extremamente radical, novas leis, baseadas
no islamismo, entraram em vigor, e uma ação de militantes islâmicos tomou
americanos como reféns na embaixada dos Estados Unidos em Teerã. O Irã
decretava o fim das afinidades com os Estados Unidos e o rompimento das
relações.
Ao longo da Guerra Fria, o
governo iraniano se posicionou como opositor dos Estados Unidos e também da
União Soviética. Por se tratar de um Estado fundamentado nas doutrinas
religiosas do islamismo, a questão em vigor era declarar inimizade com os
“infiéis”, fossem capitalistas ou socialistas. A revolução mudou a vida dos
iranianos, os castigos corporais foram liberados, a pena de morte entrou em
vigor contra os defensores do xá, prostitutas, homossexuais, marxistas e
judeus, além de hábitos ocidentais como vestuário, minissaia, maquiagem, música
ocidental, jogos e cinema.
A postura do governo
iraniano se manteve radical mesmo após a Guerra Fria, Bill Clinton chegou muito
perto de reabrir diálogos com o Irã, mas seu sucessor na presidência dos
Estados Unidos, George W. Bush, colocou o país no “eixo do mal”, juntamente com
Iraque e Coréia do Norte. Desse modo, as relações voltaram a uma situação
extrema, até hoje o diálogo do Ocidente com o Irã é complicado. Seu atual
governante, Mahmoud Ahmadinejad, também segue uma linha autoritária
fundamentada nos preceitos religiosos do islamismo, defendendo ainda posturas
radicalíssimas. Recentemente, somente o presidente brasileiro, Luís Inácio
“Lula” da Silva, conseguiu progredir nas relações amistosas com o país, mas o
restante do mundo ainda tem receio em dialogar com o Irã por conta de suas
decisões autoritárias, pelo interesse em possuir armas nucleares e as
afinidades com o terrorismo.
- 1964 a 1985: período da Ditadura Militar no Brasil.
É conhecido no Brasil como
"Regime Militar" o período que vai de 1964 a 1985, onde o país esteve
sob controle das Forças Armadas Nacionais (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Neste período, os chefes de Estado, ministros e indivíduos instalados nas
principais posições do aparelho estatal pertenciam à hierarquia militar, sendo
que todos os presidentes do período eram generais do exército. Era denominada
"Revolução" em sua época, sendo que os principais mentores do
movimento viam o cenário político do início dos anos 60 como corrupto, viciado
e alheio às verdadeiras necessidades do país naquele momento. Assim, o seu gesto
era interpretado como saneador da vida social, econômica e política do país,
livrando a nação da ameaça comunista e alinhando-a internacionalmente com os
interesses norte-americanos, trazendo de volta a paz e ordem sociais.
Os antecedentes do Regime
Militar podem ser encontrados no período Vargas, entre os responsáveis pela sua
derrubada em 1945, pondo fim ao Estado Novo. Este contingente de oposição se
agruparia logo depois na UDN, União Democrática Nacional, partido de orientação
liberal-conservadora. Com a volta de Getúlio por meio de eleições diretas em
1951, tal grupo continuaria fazendo oposição à sua política, considerada
"populista". Tal pressão acabaria por provocar o suicídio do
presidente. Este gesto, apesar de frear o movimento das forças conservadoras,
não impediu algumas tentativas, em especial a manobra para que o presidente
eleito Juscelino Kubitschek não tomasse posse. Uma intervenção de um grupo
militar não-ortodoxo garantiria a posse de Kubitschek.
Eleito Jânio, parecia
finalmente que as forças que dariam respaldo aos militares subiria ao poder,
mas, o temperamento ímpar do novo presidente, e sua surpreendente renúncia
implodiriam o projeto conservador. Outra vez as ideias de Vargas estariam
representadas por um de seus mais aplicados discípulos, João Goulart, que tinha
o talento de atrair a repulsa de todos os movimentos um pouco mais à direita do
espectro político. O medo de que Goulart implantasse no Brasil uma república
sindicalista com o apoio discreto do Partido Comunista Brasileiro acabou
lançando a classe média contra o presidente, entendendo que o Brasil caminhava
para o caos do socialismo operário e campesino.
Do mesmo modo que
acreditavam estarem mantendo a legalidade ao garantir a posse de Juscelino,
quase dez anos antes, os militares decidiram entrar em cena novamente. Agora, a
deposição do presidente asseguraria a ordem e a legalidade.
Na noite de 31 de março para
1 de abril de 1964 começa então um período de exceção, arbitrariedade,
desrespeito aos poderes estabelecidos, aos direitos dos cidadãos, à sua
integridade física, bem como sua liberdade de expressão. Certos de que
realizavam um gesto de "purificação" do poder, o projeto de aparência
edificante dos militares descamba para a repressão de toda uma nação. A
Constituição seria rasgada, o judiciário perderia sua independência, e pior, os
membros do legislativo seriam depostos de seus cargos como representantes
legítimos do povo.
A ideia era de que quando o
Marechal Humberto Castelo Branco assumisse o poder, logo o devolveria a um
representante civil, garantindo mesmo as eleições previstas para 1965. Castelo
Branco pertencia ao grupo moderado do movimento, chamado de "Grupo de
Sorbonne". Logo, porém, os radicais assumiriam o controle do movimento,
forçando a permanência dos militares no poder, em plena crença de que os entes
responsáveis pelos males políticos do país ainda poderiam voltar a comandar o
país.
É por obra dos radicais que
ocorre a posse de Costa e Silva como segundo presidente militar, e onde se
inicia o período mais pesado da repressão. Das perseguições a parlamentares da
gestão anterior, os militares decidiram fechar o Congresso Nacional em 1968,
através do infame Ato Institucional número 5. Costa e Silva morre em pleno
mandato, e mais uma vez o grupo radical conspira para que o vice presidente,
Pedro Aleixo, um civil, não assuma; no lugar, o poder seria entregue a uma
Junta formada por três militares, um de cada força. A repressão chegaria ao seu
auge com o presidente seguinte, Emílio Médici, que acaba com qualquer movimento
armado da oposição, dando a ideia da completa predominância e popularidade do
regime, sob pleno "Milagre Econômico", em meio à conquista definitiva
da Taça Jules Rimet na Copa do México de 1970 .
Ao aproximar-se a Primeira
Crise do Petróleo, sobe ao poder justamente o presidente da Petrobrás, General
Ernesto Geisel, confrontado com o disparo da inflação e fim do milagre.
Moderado, ele é incumbido de preparar a volta à normalidade, fazendo a
distensão "lenta, gradual e segura". Apesar de casos infames como a
morte do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, Geisel
parece conseguir seu objetivo, entregando o poder ao último general da era
militar, João Batista Figueiredo. Apesar da crise econômica, que começava a
atingir níveis insuportáveis, da concreta "quebra" do Brasil no plano
econômico, e da impunidade de vários personagens da época da repressão,
Figueiredo irá, depois de 21 anos de ditadura, transferir o poder a um civil,
ainda indiretamente eleito: Tancredo Neves, que morre antes de subir ao poder.
Seu vice, José Sarney, proveniente dos quadros políticos da ditadura, acabaria
incumbido de guiar o país até as tão esperadas eleições diretas em mais de 25
anos, previstas para 1989.
- 1982: Guerra das Malvinas entre Argentina e Inglaterra.
Guerra das Malvinas (em
espanhol Guerra de las Malvinas; em inglês Falklands Conflict) foi um conflito
travado entre Argentina e Reino Unido pela posse das Ilhas Malvinas, e que
ocorreu de abril a junho de 1982, terminando com a vitória dos britânicos, que
reafirmaram sua soberania sobre o pequeno conjunto de 778 ilhas localizado no
Atlântico Sul, a 463 km da costa argentina.
As Malvinas contam um
território de 12.173 km², e tinham uma população de cerca de 1800 habitantes à
época. Mesmo com números tão pouco expressivos, a retomada das ilhas sempre fez
parte da agenda política argentina e constitui até hoje uma questão de orgulho
nacional para seu povo. Várias tentativas de ocupação foram feitas até 1767,
quando a Espanha adquiriu os direitos da pequena colônia instalada pelos
franceses, e colocou-a sob administração da Governação do Rio da Prata. Três
anos depois os espanhóis expulsam os habitantes de um pequeno povoado instalado
em Port Egmont. A guerra entre as duas potências é evitada quando a Espanha
aceita o retorno dos ingleses. Em 1820 a fragata Heroína, com bandeira das
Províncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina) desembarca nas ilhas e seu
capitão reclama sua soberania para o país. O teuto-argentino Luis Vernet busca
colonizar de modo definitivo as ilhas, e pede proteção tanto a argentinos
quanto a britânicos. Em 1833, após várias tentativas atribuladas dos argentinos
de colonizarem as ilhas, elas são tomadas pelos britânicos, que decidem
instalar ali uma colônia, tornando-se um importante ponto de parada em meio à
navegação pelo Cabo Horn.
A partir da segunda metade
do século XX os protestos argentinos pela devolução das ilhas ficam cada vez
mais intensos ante a negativa de Londres, que sempre barra as negociações com a
afirmação de que os habitantes locais preferem a continuação da soberania
britânica nas ilhas. Com a instalação da ditadura militar na Argentina em 1976,
o tema começou a ser bastante explorado, especialmente após a queda de
popularidade do regime no início da década de 80, em meio a uma grave crise
econômica. Uma eventual vitória sobre os britânicos ajudaria bastante a
revitalizar o governo. No plano político internacional, os argentinos
acreditavam que teriam o apoio dos Estados Unidos para reaver o território das
Malvinas ou que os ingleses iriam abrir mão da ilha por meio de uma rápida
negociação diplomática.
Assim, Leopoldo Galtieri,
chefe de estado argentino, lança uma invasão às ilhas em abril de 1982 e tomam
a capital do arquipélago, Stanley. Logo em seguida, os argentinos tomariam
outra ilha do Atlântico sul, também de possessão britânica, South George.
No final de abril, 28 mil
soldados em cem navios chegaram ao arquipélago para defender seus habitantes,
considerados pela primeira-ministra britânica Margareth Thatcher parte da
"tradição e reserva britânica". A Argentina contava com uma tropa com
12 mil soldados nas ilhas e cerca de 40 navios. Com números bastante
desfavoráveis e mal equipados, os argentinos foram forçados a se retirar das
ilhas, com 75 dias de guerra. Ao todo, 258 britânicos e 649 argentinos
morreram.
- 1989: repressão do movimento pela democracia na China, conhecido
como Massacre da Praça da Paz Celestial.
O episódio que ficou
conhecido como o massacre da praça da paz celestial refere-se ao desfecho de
uma série de manifestações ocorridas entre 15 de abril a 4 de junho de 1989 em
Pequim, capital chinesa. Neste período, manifestantes, sobretudo estudantes
universitários, intelectuais e trabalhadores acamparam na Praça da Paz Celestial
(Tian An Men) com o objetivo de reivindicar maior liberdade política. Ao
reprimir tais manifestantes, as forças do governo encurralaram os manifestantes
com armas e tanques, provocando um grande número de mortes, uma verdadeira
chacina. As vítimas do massacre podem ter chegado a milhares, não se sabe
exatamente o número de mortos e feridos, embora o governo tenha reconhecido
oficialmente a morte de "apenas" poucas centenas de pessoas. Os
sobreviventes foram perseguidos e presos, e até hoje, o tema é proibido na
sociedade chinesa.
Os protestos de Pequim fazem
parte do movimento que varreu todo o mundo socialista no final da década de
1980 e que resultou no colapso da maioria dos governos do bloco socialista.
Alguns poucos regimes, entre eles o chinês, sobreviveram a esta época de
mudanças radicais, mas não sem alterações na sua política chamada "linha
dura", de antagonismo ao mundo capitalista. De fato, a China começou a
investir a partir destes protestos numa política de abertura de sua sociedade e
economia, apesar de haver até hoje ainda um controle estatal à mídia e à
influência cultural externa.
Os protestos por reformas no
regime chinês têm sua origem na exoneração de Hu Yaobang de seu cargo de
secretário geral do Partido Comunista chinês por Deng Xiaoping, por ser
considerado um liberal reformista. Ao mesmo tempo em que os regimes socialistas
enfrentavam os protestos populares, principalmente na União Soviética e no
leste europeu, em abril de 1989 morre Hu Yaobang, e durante o seu funeral, estudantes
se reúnem na Praça da Paz Celestial reivindicando um encontro com o
primeiro-ministro Li Peng. O pedido não é aceito e os estudantes decidem
iniciar uma greve nas universidades da capital chinesa. Os protestos acabaram
por atrair operários, camponeses e cidadãos comuns, no que se transforma em um
movimento por maior liberdade de expressão dentro do país, bem como melhorias
nas condições de vida e fim da corrupção.
A 20 de maio o governo
decreta lei marcial e acaba pondo um fim aos protestos de modo violento. Nesses
23 anos, apesar da economia chinesa ter dado um salto fantástico, a repressão
política e a censura, bem como o desrespeito aos Direitos Humanos são ainda
negligenciadas pelo partido comunista no poder desde 1949.
- 1990 a 1991: Guerra do Golfo.
Em 1990 aconteceu a Guerra
do Golfo Pérsico, que durou de 02/08/1990 até 27/02/1991. Essa guerra envolveu,
primeiramente, dois países: Iraque e Kuwait. Depois, outras nações entraram no
conflito, dentre elas, os EUA.
Tudo começou quando o presidente
iraquiano Saddam Hussein acusou o Kuwait de praticar uma política de
super-extração de petróleo causando uma queda nos preços e prejudicando a
economia iraquiana. Saddam também ressuscitou problemas antigos e exigiu
indenização. Como o Kuwait não aceitou foi invadido por tropas iraquianas.
A atitude de Saddam
mobilizou o mundo e diversas nações, lideradas pelos EUA, se uniram para tentar
reverter esse quadro. Os americanos estavam desesperados, pois, com a guerra, o
Golfo Pérsico foi fechado e eles perderam seus fornecedores de petróleo: Iraque
e Kuwait. Em 28 de agosto, o Iraque faz do Kuwait sua 19ª província e isso
aumentou as pressões americanas junto a ONU para que ela autorizasse o uso da
força.
Saddam Hussein tenta unir a
nação árabe em prol da sua causa, mas a tentativa foi em vão. Em 29 de
novembro, a ONU autorizou um ataque contra o Iraque e estabeleceu um prazo até
15/01/1991 para que o exército iraquiano se retirasse do Kuwait. Como todas as
tentativas de paz fracassaram, no dia 17/01/91 um gigantesco ataque aéreo foi
iniciado. Em pouco tempo, o Iraque estava destruído.
No dia 28 de fevereiro, o
presidente americano George Bush (pai) declarou cessar fogo mas o Iraque só o
aceitou em abril. Centenas de pessoas morreram, dentre elas civis e militares,
milhares de mísseis foram usados e o mundo presenciava, pela primeira vez, uma
guerra com a cobertura total da mídia. A TV transmitia, às vezes , ao vivo,
bombardeios, mortes e destruições.
O Kuwait perdeu quase 10
bilhões de dólares com a queda da produção de petróleo, mas voltou a ser
independente. O Iraque sofreu sanções econômicas e os EUA conseguiram despertar
o ódio em mais gente. Não podemos esquecer do desastre ambiental que a guerra
trouxe. Quando o Iraque se preparava para se retirar do Kuwait, incendiou poços
de petróleo e o óleo derramado no Golfo Pérsico destruiu a vida de centenas de
animais.
Para os americanos, a guerra
do golfo nunca terminou, pois o objetivo maior - prender Saddam Hussein - não
foi realizado. Os EUA nunca aceitaram a petulância do ditador e estavam só a
espera de uma nova chance para pegá-lo.
O tempo passou e em 2003, 2
anos após os atentados terroristas ao World Trade Center e já no governo de
George W. Bush (filho), o Iraque foi invadido pelo EUA. Desta vez, Saddam foi
preso e enforcado em 31/12/2006.
- 1992: criação da União Europeia, através do Tratado de Maastricht.
O Tratado de Maastricht foi
assinado em 1992 e deu origem ao que hoje é a União Européia. Com a queda do
Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria o embate de décadas entre o comunismo e o
capitalismo praticamente chegou ao fim, resultando na vitória do capitalismo. O
término do período de confronto ideológico que sucedeu a Segunda Guerra Mundial
permitiu uma maior aproximação dos países integrantes do continente europeu
como um todo, uma vez que durante a Guerra Fria o leste europeu agregava os
países que faziam parte do bloco comunista e por isso eram barrados no
ocidente.
Desde a década de 1950 que
países europeus começaram a se unir em blocos visando o crescimento integrado.
Os primeiros blocos uniam poucos países, os quais se ligavam em torno de
interesses muito específicos. Como a queda do comunismo proporcionou a adesão
de novos países ao capitalismo e fez diversificar a riqueza econômica européia,
uma vez que os recursos naturais e as produções tecnológicas se encontram
espalhadas pelo continente, houve a abertura necessária para integrar a Europa
em um único bloco e possibilitar o crescimento econômico de todos.
Em 7 de fevereiro de 1992,
então, foi assinado na cidade holandesa de Maastricht um tratado que recebeu o
mesmo nome da cidade, o Tratado de Maastricht. Este representou um marco na
união da Europa fixando a integração econômica e conseqüente unificação
política. O novo bloco que se formou no continente substituiu a anterior
Comunidade Européia por um grupo chamado União Européia.
O tratado estabeleceu metas
para facilitar a circulação das pessoas, dos produtos, dos serviços e do
capital pelo continente com a finalidade de determinar a estabilidade política
na Europa após tantos períodos conturbados. Para alcançar os objetivos, o
tratado foi elaborado com vistas a englobar três pontos. O primeiro deles seria
a abordagem de assuntos sociais e econômicos que permitissem o crescimento do
bloco e desenvolvimento, tratando da agricultura, do ambiente, da saúde, da
educação, da energia, da investigação e de desenvolvimento. O segundo tópico
encarregar-se-ia da abordagem do bem comum, como política externa e segurança.
E, por fim, colocaria em pauta a cooperação policial e judiciária em matéria
penal.
No século XXI a União
Européia mostrou o seu sucesso com o crescimento e o desenvolvimento das
relações dentro do bloco de países integrantes. O bloco alcançou a união
monetária com a implantação do Euro como moeda única no continente, permitindo
a adoção de critérios econômicos homogêneos para o crescimento integrado.
Além disso, a solidificação
do bloco se estendeu aos europeus que ganharam a qualificação de cidadãos
europeus, tendo facilitada a movimentação pelo continente. Foi criado um
Estatuto do Cidadão Europeu determinando os novos direitos e deveres dentro de
uma cidadania que ampliava suas fronteiras nacionais e passava a englobar
praticamente todo um continente.
É parte ainda dos anseios da
União Européia conquistar um sistema político único no continente, tendo a
figura de um presidente europeu eleito por toda a comunidade européia que passa
a desfrutar dos direitos de cidadão europeu. Porém a crise do final da primeira
década do século XIX retardou o crescimento da União Européia, assim como
impactou os demais países do mundo, só que neste continente os reflexos da
mesma foram muito mais agudos e causaram um retrocesso acentuado.
- 1992 a 1995: Guerra da
Bósnia no contexto da desintegração da Iugoslávia.
A Guerra da Bósnia ocorreu
entre 1992 e 1995 na região da Bósnia e Herzegovina. Durante a Guerra Fria, a
parte Oriental da Europa era constituída por países socialistas que integravam
a União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas. O pólo comunista fez frente ao
pólo capitalista no mundo, liderado pelos Estados Unidos da América. Durante
quase meio século, o embate ideológico entre capitalista e comunismo dividiu o
mundo, fazendo, muitas vezes, uso de violência indireta para atingir o
adversário. Como a União Soviética e os Estados Unidos eram potências,
detentoras de ampla tecnologia militar, um confronto direto poderia representar
a aniquilação de ambos. Mas no decorrer da década de 1980, a União Soviética
perdeu gradativamente o seu poderio, viu o Muro de Berlim cair e culminou com o
seu fim. As repúblicas que integravam a antiga potência capitalista começaram a
mudar de lado ou passaram por graves problemas sociais e étnicos devido aos
atrasos proporcionados pelo regime socialista.
Quando começou a
desintegração da Iuguslávia, em 1991, marcada pelas independências de Croácia e
Eslovênia, os líderes servo-bósnios almejavam constituir um país que unisse
todos os sérvios. Mas o povo da Bósnia-Herzegovina também se declarou
independente, em 1992. Os sérvios invadiram o novo país, que respondeu
militarmente e ampliou a abrangência da guerra com os sérvios.
A Guerra da Bósnia foi o
resultado de uma complexa combinação de fatores, envolvendo questões políticas
e religiosas. As proporções de um conflito que envolvia as consequências do fim
da Guerra Fria, misturadas com fervores nacionalistas, resultaram no
envolvimento de mais países, caso de Croácia e Sérvia e Montenegro.
Estabeleceu-se uma discussão em torno da razão de ser do conflito, se seria uma
guerra civil ou uma guerra de agressão.
O conflito envolveu três
grupos étnicos e religiosos típicos da região. Depois da Segunda Guerra
Mundial, a Guerra da Bósnia se tornou o conflito mais longo no território
europeu. A disputa entre sérvios cristãos ortodoxos, croatas católicos romanos
e bósnios muçulmanos teve início em abril de 1992 e deixou um rastro de
aproximadamente 200 mil vítimas. O conflito só chegou ao fim em dezembro de
1995 quando os sérvios, com a capital ameaçada, assinaram o Acordo de Dayton,
na cidade de Paris, estabelecendo o armistício.
A Guerra da Bósnia tomou
proporções internacionais por causa da duração do combate, mas também por causa
do número de vítimas e, especialmente, pelos crimes de guerra cometidos.
Destes, os sérvios foram responsáveis por cerca de 90%. O genocídio matou
milhares de cristãos e muçulmanos, mulheres e crianças. A alegação de “limpeza
étnica” foi semelhante à utilizada por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra
Mundial, claro, considerando as especificidades e características do novo
movimento. De todo modo, genocídio é considerado o pior crime de guerra, até
hoje há líderes bósnios e sérvios sendo julgados por suas condutas no conflito.
- 1997: Grã-Bretanha devolve Hong Kong à China.
Os chineses nunca haviam
demonstrado pressa. Apenas aguardaram, com paciência, o tempo passar. Eles
pareciam sempre saber, ao longo de 156 anos, que Hong Kong era e continuaria
sendo território chinês. Os chineses nunca esqueceram a humilhação por que
passaram quando, em consequência da primeira Guerra do Ópio, em 1842, o
imperador chinês foi obrigado a assinar o acordo que transferia Hong Kong
"para sempre" ao domínio da Rainha Vitória no além-mar.
Naquela época, entretanto, o
território não tinha a menor semelhança com o que é hoje. O então ministro
britânico do Exterior, Lord Palmerstone, chegou a conceituá-lo como ilha
infértil com poucas casas. Em 1860, a Inglaterra ditou à China a renúncia da
região de Kowloon. E, em 1898, Londres assegurou ainda os New Territories, uma
região agrícola em volta de Hong Kong, para garantir o abastecimento da
colônia.
O acordo de
"arrendamento" imposto pelo Reino Unido previa a devolução de Hong
Kong em 99 anos (ou seja, 1997). Londres, entretanto, jamais pagou um centavo à
China. Os próprios comunistas pareceram aceitar que seu antigo território se
tornasse um centro do consumo e do capitalismo. Desde que os britânicos
mantivessem a paz e a ordem, sem despertar na população local interesses
democráticos, o sistema capitalista de Hong Hong era aceito pela China como a
galinha dos ovos de ouro.
O
Tratado de Devolução
Não houve reações
revolucionárias nem quando a Revolução Cultural começou a repercutir na colônia
britânica, em 1967. O temido "telefonema de Pequim", como era
descrita – não só teoricamente – a possibilidade de Pequim intervir a qualquer
momento, terminou nunca acontecendo.
A história tomou novos rumos
em setembro de 1982, durante a visita da primeira-ministra Margaret Thatcher a
Pequim. A "Dama de Ferro" encontrou em Deng Xiaoping um interlocutor
à altura, em termos de determinação. Ele rejeitou seus argumentos de direitos
de soberania, responsabilidade moral, tratados, liberdade...
Thatcher voltou para casa
irritada, até mesmo deprimida, segundo palavras próprias. Dois anos mais tarde,
retornou à China para assinar o Tratado de Devolução, elaborado por peritos de
ambos os lados. Em 19 de dezembro de 1984, então, era selado o destino de Hong
Kong, que retornaria à soberania chinesa em 1º de julho de 1997.
A Grã-Bretanha,
"mãe" da democracia, havia fracassado: era obrigada a entregar o filé
do capitalismo ao sistema comunista. Os 6,3 milhões de habitantes de Hong Kong
não haviam sido questionados sobre suas preferências. Uma pequena vitória de
Londres e faísca de esperança é o grau de autonomia concedido por Pequim à
ex-colônia britânica. O sistema econômico e o nível de vida serão mantidos por
50 anos a partir da data da devolução e a parte administrativa foi deixada a
cargo da própria Hong Kong.
Não só a devolução de uma
colônia era um fato inédito na história. Também o conceito de um território de
dois sistemas, com políticas econômica e social ao mesmo tempo capitalistas e
comunistas, num mesmo país.
- 1998 a 1999: Guerra do Kosovo.
A Guerra de Kosovo tem
raízes bem mais antigas que o primeiro ataque militar deflagrado pela OTAN
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) na região em 1998 e que é
considerado o estopim da guerra. Os Bálcãs, como é conhecida a região banhada
pelo Mar Adriático (Bálcãs significa região de montanhas, ou montanhosa),
abrigam diversas etnias diferentes, como os albaneses, sérvios, croatas,
eslovênios, montenegrinos e macedônios, que por muito tempo permaneceram em
conflitos tanto pelas diferenças étnicas quanto religiosas.
Os romanos, que chamavam
toda a região de Dácia, tinham-na como um limite entre o Império Romano do
Ocidente e o Império Romano do Oriente. Então, quando houve o Cisma da Igreja
Católica, os habitantes da região ficaram divididos entre a Igreja Católica
favorável ao papado romano e a Igreja Católica Ortodoxa. Mais tarde, no século
XV a região ainda foi invadida pelos turco-otomanos que obrigaram a população,
principalmente da Albânia e da Bósnia, a se converter ao islamismo como forma
de garantir sua ocupação.
Para complicar ainda mais o
cenário, a região que já havia sofrido sob o domínio romano e turco-otomano,
ainda foi vítima do domínio Francês, Turco e de forma mais indireta, da Rússia.
A autonomia da região viria mesmo a acontecer apenas depois da I Guerra Mundial
quando os Impérios, Austro-Húngaro, Russo e Otomano terminaram.
Com a queda dos três grandes
impérios que dominavam a região, os Bálcãs finalmente puderam constituir um
governo próprio que foi criado pelo Tratado de Paris em 1919. O Tratado previu
a autonomia do Reino da Sérvia, da Croácia e da Eslovênia (que compreendia a
Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia) que
depois passaria a se chamar Reino da Iugoslávia. Mas, devido a um acordo
assinado por Pavel (príncipe regente da Iugoslávia) em 1941 a região ficou
subordinada ao Eixo provocando a rebelião da população que assumiu caráter
antimonárquico e antifascista.
A Croácia se aproveitando da
situação e com o apoio dos nazistas, declarou independência e iniciou a
perseguição aos sérvios, judeus, ciganos e todos os que fossem antifascistas.
Em oposição aos nazistas
surge a Liga Comunista da Iugoslávia, liderada por Josef Broz, mais conhecido
como Tito. Tito, o pai da nação Iugoslava, consegue, em 1945, reestruturar as
diversas etnias da região como estados dentro da República Socialista Federada
da Iugoslávia. Por quarenta anos, sob o governo de Tito, a região consegue se
estabilizar e Josef Broz torna-se um herói após enfrentar os dois maiores
tiranos da Europa naquele período: Hitler e, depois Stálin, ao assumir um
socialismo democrático ao contrário do ditador russo.
Mas, com a morte de Tito a
instabilidade retorna aos Bálcãs. O sistema para a escolha do presidente
Iugoslavo fracassa e, ao mesmo tempo, há a dissolução da URSS o que aumenta a
instabilidade da região e provoca uma onda de declarações de independência: a
Eslovênia em 1990, seguida pela Croácia e pela Bósnia – Herzegovina.
Os sérvios então, liderados
por Slobodan Milosevic declaram guerra aos insurgentes, formando, mais tarde, a
República Sérvio-Bósnia da Srpska. Foi aí que começou a “Guerra do Kosovo”
propriamente dita.
A comunidade Européia
temendo que uma nova Segunda Guerra Mundial começasse decide intervir através
da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nos conflitos dos Bálcãs.
Então, em 1995, a OTAN lança seu primeiro ataque contra os sérvios-bósnios da
Bósnia-Herzegovina. Em seguida, uma crise eclode na província de Kosovo
deflagrada pelos albaneses (80% da população) com o objetivo de declarar a
independência da região e expulsar os sérvios.
A OTAN, então em 1998, mais
uma vez intervém com medo de que os albaneses sofram uma limpeza étnica a mando
de Milosevic. Desrespeitando a soberania iugoslava e kosovar sobre a região,
bombardeia a capital Iugoslava e até regiões de Kosovo ocupando-o militarmente.
Aproveitando-se da situação,
os albaneses mudam de foco (Kosovo estava ocupado pela OTAN) e invadem a Macedônia.
Sua intenção era criar a Grande Albânia, agregando Kosovo, parte da Macedônia e
a Albânia propriamente dita. Mas a iniciativa é rechaçada pela OTAN que obriga
os albaneses-macedônios a evitar que uma nova guerra se instale. Assim, após 72
dias de ataques da OTAN o novo governo da Iugoslávia troca Milosevic, acusado
pelo Tribunal de Haia como criminoso de guerra, por uma quantia de US$ 1,300
milhões.
Atualmente a região que por
quarenta anos permaneceu unificada, se divide em seis frágeis estados: a
Croácia, a Bósnia-Herzegovina, dentro da qual foi instituído o território
independente da República de Srpska, a Sérvia - Iugoslávia com as províncias de
Montenegro e Kosovo, a Macedônia e a Albânia.
- 2001 – ataques terroristas às Torres Gêmeas em Nova Iorque.
Muitas pessoas nunca iriam
imaginar que os Estados Unidos da América (EUA), o “todo poderoso”, fosse alvo
de “atentados terroristas”. Isso mesmo, aqueles “terroristas” que eles tanto
combatem e fazem o maior investimento em tecnologia, inteligência e armamentos
de última geração para combater esse mal - que eles ajudaram vendendo armas,
ninguém tem 100% do controle das vendas de suas armas; dando treinamentos;
conhecimento militar para esses homens que um dia estiveram do seu lado, mas
hoje eles cometem atentados contra os EUA.
Não podíamos imaginar que no
dia 11 de setembro de 2001, os EUA perderiam a sua “blindagem” e seria palco do
maior atentado (para eles terrorista) do novo século. Foram quatro aviões
comerciais sequestrados em pleno voo, dois da American Airlines e os outros
dois da United Airlines. Seus alvos eram as torres norte e sul do World Trade
Center – WTC (centro financeiro); o Pentágono (central das forças armadas) e o
Capitólio (sede do Congresso). Os três primeiros aviões conseguiram atingir
seus alvos, todos esses sequestros ocorreram na parte da manhã, por volta das
08h46min a Torre Norte do WTC é atingida, aproximadamente 30 minutos depois a
Torre Sul é o novo alvo, às 09h37min uma parte do Pentágono é atingida e por
volta das 10h03min o quarto avião não acerta o seu alvo porque alguns
tripulantes já estavam cientes, através de chamadas telefônicas, do que houve
com outros três aviões, eles resolveram tentar recuperar o controle do avião,
mas sem sucesso, os seqüestradores acabaram mudando de rota e acabam caindo em
uma zona rural da Pensilvânia. Segundo a caixa preta do avião, o alvo seria o
Capitólio. Nos quatro aviões, não houve sobreviventes. A contagem de pessoas
atingidas pelos atentados chega a mais de nove mil (aproximadamente 6.291
feridos e 2.993 mortos), incluindo sequestradores, passageiros dos aviões,
equipes de resgate e pessoas de diversas nacionalidades perderam suas vidas
naquele dia.
Para a segurança
internacional muita coisa mudou após o 11/09, novos esquemas de segurança e
prevenção contra novos ataques foram adotados nos portos e aeroportos em todo o
mundo, principalmente nos EUA. Esses esquemas ficaram tão rígidos que muitas
pessoas não conseguiram visto para entrar em determinados países, uma lista de
nomes de suspeitos foi criada, resumindo, ficou muito mais burocrático
conseguir um visto para os EUA. Um vídeo foi divulgado na rede onde Osama Bin
Laden faz um pronunciamento dizendo que ele e o grupo terrorista Al-Qaeda
(organização fundamentalista islâmica) são os responsáveis pelos atentados. Os
atentados transformaram-se em um paradigma que mudou as relações internacionais
em todo o mundo. Em resposta a esses ataques, os EUA resolveram invadir o
Iraque em 2003, pois segundo sua inteligência, lá estaria escondido Osama e
terroristas da Al-Qaeda e suspeitavam que existia um arsenal de armas de
destruição em massa.
A Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) enviou juntamente com a Organização das Nações Unidas
(ONU) uma comissão para realizarem uma investigação para confirmar ou não as
acusações que os EUA vinham realizando. Nada foi encontrado, o Conselho de
Segurança da ONU vetou o ataque por não terem encontrado provas suficientes
para uma intervenção militar, mas como os estadunidenses não quiseram deixar de
lado o ataque sofrido, resolveu atacar com apoio da Austrália, Dinamarca,
Espanha, Inglaterra, Itália, e Polônia, em contra partida Alemanha, Brasil,
França e Rússia foram contra o envio de tropas, ocasionando numa divisão de
países contra e a favor da guerra.
Essa decisão mudou a opinião
de alguns parceiros dos EUA e fez com que outros países abrissem os olhos para
uma intervenção em seu território. Na realidade o que os EUA fizeram foi
mostrar que quem tem voz ativa na ONU é o país que tem a maior colaboração financeira;
que sua real preocupação foi e serão as jazidas de petróleo em solo iraquiano e
mostraram para o mundo que está preparado para enfrentar -quase- todos, por
isso, seguindo o raciocínio, é melhor estar do lado dos EUA, caso contrário, já
saberemos como eles irão lidar com seus opositores, não respeitando os direitos
humanos, cometendo torturas e humilhações com seus prisioneiros, vide fotos
divulgadas nos meios de comunicação – telejornais como o Jornal Nacional,
jornais e revistas – de prisioneiros presos em coleiras, alguns seminus ou
soldado no Iraque brincando com cadáveres humanos; ignorando a soberania de um
país; que a ONU não tem mais rigidez e punição para membros que desrespeitam
suas resoluções, pois levam em consideração a “carteira” do membro vide alguns
exemplos, Guerra do Vietnã (1959-75), Guerra do Afeganistão (2001), Guerra do
Iraque (2003) e a Prisão de Guantânamo, onde os direitos humanos não são
respeitados, onde a tortura ainda é utilizada para conseguir informações.
Para vermos como os EUA têm
poder, se o Conselho de Segurança (CS) da ONU vete alguma ação militar, os EUA
utilizam a Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN para realizarem as
intervenções, como foi o caso do Iraque.
Recentemente, após a
aprovação do CS da ONU para intervenção na Costa do Marfim (Alemanha, Brasil,
China, Índia e Rússia se abstiveram, os demais votaram a favor da intervenção),
a OTAN foi acionada para ser o organismo que organizaria os ataques, ou seja,
se o CS da ONU vetasse o ataque, ele ocorreria através da OTAN. Pelo menos os
membros foram inteligentes em não vetarem a ação, pois seria mais um desastre
na ONU dizendo não para o ataque e os EUA e demais apoiadores fazendo a
intervenção militar através de outro organismo internacional.
Hoje podemos notar a
fragilidade dos EUA, a causa de sua fragilidade é a economia, no final de 2008
e início de 2009 os EUA sofreram a maior crise financeira já vista em sua
história, pior que a crise de 1929, dessa vez a crise financeira se enraizou
para outros continentes, vide Grécia, Portugal, Espanha e outros países que
estão com problemas financeiros, na beira de pedir moratória. Atualmente
estamos num clima onde o terrorismo e o narcoterrorismo são desculpas para
invasões, guerras, conflitos, intervenções em outros territórios. Os EUA vivem
em um clima de insegurança, estão sempre em alerta e interferindo em problemas
de outros países, por exemplo, a re-ativação da IV Frota para fiscalizar a
América do Sul; a prisão de Guantánamo, localizada em Cuba e diversas bases
militares espalhadas pelo mundo, por exemplo, no Bahrein, Emirados Árabes
Unidos, Omã, Qatar, Iêmen e demais...
- 2002: entrada em vigor do euro (moeda oficial em 12 países da
União Europeia).
A moeda européia única
adotada por onze dos quinze países membros da União Européia faz sua entrada
oficial nos mercados financeiros em 4 de janeiro de 1999. No dia-a-dia dos
europeus a entrada em vigor do euro não criaria problemas aos hábitos de
consumo. Surge a dupla etiquetagem de preços e uma coluna em euros em seus
demonstrativos bancários e de cartões de crédito. Somente a partir de 1º de
janeiro de 2002 que a moeda europeia surgiria sozinha, deixando as moedas
nacionais definitivamente de lado, em todos os demonstrativos financeiros
oficiais ou não e nas carteiras de dinheiro de todos os cidadãos europeus.
Desde então, o euro foi bem acolhido nas bolsas europeias e asiáticas a tal
ponto que os especialistas desandaram a falar de “euroforia”. Onze dos quinze países membros da União
Européia foram unificados com moeda comum.
Pela primeira vez desde o
reinado de Carlos Magno no século IX, a Europa foi unificada com uma moeda
comum, quando o euro estreou como uma unidade financeira nos mercados de
investimento e corporativos. Onze nações da UE (União Europeia) - Áustria,
Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda,
Portugal e Espanha – representando cerca de 290 milhões de pessoas, lançam a
moeda na esperança de incrementar a integração européia e fomentar seu crescimento
econômico. Fechando com um robusto valor de 1.17 dólar norte-americano por
euro, a nova moeda europeia prometia concorrer duramente com o dólar na nova
economia global. As notas do euro, decoradas com imagens arquitetônicas,
símbolos da unidade europeia e com motivos dos Estados-membros, entraram em
circulação em 1º de janeiro de 2002, substituindo o schilling austríaco, o
franco belga, o markka finlandês, o franco francês, o marco alemão, a lira
italiana, o punt irlandês, o franco luxemburguês, o guilder holandês, o escudo
português e a peseta espanhola. Alguns territórios e nações não pertencentes a
EU, inclusive Mônaco e a Cidade do Vaticano, também adotaram o euro.
A conversão ao euro, no
entanto, provocou controvérsias. A despeito dos benefícios práticos de uma
moeda comum que iria facilitar as trocas comerciais e as viagens pela Europa,
havia preocupações de que o processo de mudança seria custoso e caótico,
encorajaria a falsificação, levaria à inflação e causaria a cada nação a perda
de controle de suas políticas econômicas. A Grã Bretanha, a Suécia e a
Dinamarca optaram por não usar o euro. A Grécia, depois de inicialmente ter
sido excluída por não reunir as condições exigidas, adotou o euro em janeiro de
2001, tornando-se o 12º membro da assim chamada ‘eurozona’.
A ideia do euro foi criada
em 1992 pelo Tratado de Maastricht da União Europeia, que detalhou as
exigências econômicas específicas, ressaltando a necessidade para a implantação
nos respectivos países de um alto grau de estabilidade de preços e baixa
inflação.
O euro compreende 8 moedas
metálicas e 7 bilhetes de papel de diferentes valores. O Banco Central Europeu
com sede em Frankfurt administra o euro e estabelece taxas de juros e outras
políticas monetárias. Em 2004, dez países mais se juntaram à União Europeia –
Chipre, República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia,
Eslováquia e Eslovênia e três anos depois passaram a empregar o euro em seu
cotidiano.
- 2005: entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que visa reduzir a
emissão dos gases do efeito estufa.
Ao estabelecer as primeiras
medidas concretas para lutar contra o aquecimento global do planeta, mas com a
marcada ausência dos EUA, o maior emissor de gases efeito estufa. Sete anos e
quase dois meses após ser assinado, o chamado Convênio Marco das Nações Unidas
sobre a Mudança Climática, mais conhecido como Protocolo de Kyoto, tomou valor
jurídico para os 141 países que o ratificaram.
Principais
pontos do Protocolo
O anúncio foi feito hoje,
pela ONU, na cidade japonesa de Kyoto, a antiga capital imperial, onde o
protocolo foi aprovado no dia 11 de dezembro de 1997.
O objetivo do protocolo é
reduzir entre 2008 e 2012, uma média de 5,2% as emissões da atmosfera dos seis
gases que provocam o efeito estufa: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso,
hidrofluocarbono, perfluorocarbono e o hexafluorocarbono de enxofre. O otimismo
no momento da assinatura ficou rebaixado pelas retiradas de EUA, China e Índia,
três das nações mais contaminantes do mundo.
Os EUA assinaram o
protocolo, mas decidiram não ratificá-lo em 2001 pelos supostos danos que seu
cumprimento acarretaria à economia do país. A Casa Branca também se mostra
contrária aos países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, não terem que
diminuir as emissões de gases no primeiro período de 2008 e 2012.
A entrada em vigor foi
adiada durante três anos, após a negativa americana, até que a Rússia decidiu,
em 18 de novembro de 2004, dar o empurrão definitivo ao protocolo com sua
aprovação. Para que o pacto se tornasse juridicamente obrigatório era
necessário que os países causadores de 55% das emissões de dióxido de carbono o
ratificassem. Kioto foi ratificado por 141 países, incluindo 34
industrializados.
- 2008: início da crise econômica, que teve origem no mercado
imobiliário dos EUA, espalhando-se por diversos países do mundo.
A causa da crise foi o
desequilíbrio na maior economia do mundo, os Estados Unidos. E os ataques de 11
de setembro têm a ver com isso. "Depois da ofensiva terrorista, o governo
americano se envolveu em duas grandes guerras, no Iraque e Afeganistão, e
começou a gastar mais do que deveria", diz Simão Davi Silber, professor do
departamento de economia da Universidade de São Paulo (USP). Para piorar a
situação, ao mesmo tempo em que o país investia dinheiro na guerra, a economia
interna já não ia muito bem - uma das razões é que os Estados Unidos estavam
importando mais do que exportando. Em vez de conter os gastos, os americanos
receberam ajuda de países como China e Inglaterra. Com o dinheiro injetado pelo
exterior, os bancos passaram a oferecer mais crédito, inclusive a clientes
considerados de risco. Aproveitando-se da grande oferta a baixas taxas de
juros, os consumidores compraram muito, principalmente imóveis, que começaram a
valorizar. "A expansão do crédito financiou a bolha imobiliária, já que a
grande procura elevou o preço dos imóveis", diz Silber. Porém, depois
disso, chegou uma hora em que a taxa de juros começou a subir, diminuindo a procura
pelos imóveis e derrubando os preços. Com isso, começou a inadimplência -
afinal, as pessoas já não viam sentido em continuar pagando hipotecas
exorbitantes quando as propriedades estavam valendo cada vez menos.
Nesse momento, faltou
dinheiro aos bancos, que em um primeiro momento foram ajudados pelo governo
americano. Só que, ao mesmo tempo, surgiram críticas a essa política de socorro
aos banqueiros. Frente à pressão política, a Casa Branca decidiu que não ia
mais interferir, deixando o banco Lehman Brothers quebrar. O fechamento do
quarto maior banco de crédito dos Estados Unidos causou pânico e travou o
crédito. Chegou a crise, que prejudica também o nosso país. "Sem crédito
internacional, também diminui o crédito no Brasil, caem as exportações e o
preço das nossas mercadorias aumenta o risco e a taxa de juros", explica
Silber. O economista também afirma que as recessões são recorrentes, mas essa é
maior do que de costume. "Uma crise dessa intensidade não é comum, a mais
parecida com ela foi a de 1929", afirma Silber.
CHH
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1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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