Há outra coisa que exige cautela. É muito perigoso deixar
que pessoas falem publicamente de seus aspectos negativos. Se um homem vê a si mesmo como alguém que segue
a filosofia “eu não me enfureço, só me desforro”, ou se uma menina pensa “sou
um fracasso em matemática”, devemos evitar situações em que eles possam dizê-lo
com tanta firmeza. Se uma menina diz diante de toda a classe eu ela é “um
fracasso em matemática”, aconteceu algo muito ruim, porque ela tenderá a fazer
qualquer coisa para comprovar sua tese. E o homem que vê a si mesmo como
vingativo adotará cada vez mais este comportamento à medida que se descreve
desta maneira.
A. W . Combs escreveu uma frase que deveria ser colada nos
espelhos dos banheiros de todos os pais executivos, para ser lida cinco vezes
pela manhã, antes de saírem para o mundo. A frase é: “A manutenção e
melhoramento do eu percebido são os motivos que estão por trás de todo
comportamento”. Se as crianças que vemos no café da manhã ou os empregados que
cumprimentamos ao chegarmos no escritório percebem a si mesmos de certas
maneiras negativas, eles certamente agirão de modo que sejam coerentes com esta
imagem. Portanto, nossa tarefa é muito mais profunda do que mudar o
comportamento externo: devemos atingir o autoconceito. E especialmente com os
adolescentes, o autoconceito com que temos de lidar pode ser muito baixo. O
psicólogo infantil, James Dobson, escreve: “Tenho observado que a grande
maioria dos jovens entre doze e vinte anos de idade está amargamente
decepcionada com o que é e com o que representa. Num mundo que cultua estrelas
de cinema e homens milagrosos, eles se olham no espelho à procura de sinais de
grandeza e enxerga apenas uma multiplicação assombrosa de acnes”.
As autopercepções negativas deveriam ser tratadas com um
descaso benigno, e deveríamos refletir de volta alguma percepção positiva de
quem eles são. Quando os alunos vêem a si mesmos como ruins em matemática, o
que talvez queiram dizer é que tiveram dificuldades na última aula de
matemática, e nossa tarefa é reforçar qualquer evidência de que eles têm mais
aptidão do que parecia. Como escreve S.I. Hayakawa, há uma grande diferença
entre dizer “fracassei três vezes” e dizer “sou um fracasso”.
“Pessoas fortes cometem tantos erros e erros tão medonhos
como as pessoas “fracas”. A diferença é que as pessoas fortes os admitem, riem
deles e aprendem com eles. É assim que ficamos fortes”.
Richard J. Needham
Foi Sêneca quem disse
disse: “Se você é homem, tenha admiração por aqueles que tentam coisas grandes,
mesmo que eles falhem”. E Theodore Roosevelt disse: “O único homem que nunca
comete erros é aquele que nunca faz nada”.
McGinnis,
Alan Loy. Bringing out the Best in people, Augsburg Publishing House,
Minneapolis, Minnesota, USA, 1985.