Implantada
na costa do Golfo do México, a cultura olmeca produziu, entre 1500 400 a.C.,
mais de 300 monumentos de basalto e centenas de estatuetas de grande beleza.
Apesar de seu pequeno número, as enormes cabeças monolíticas atestam o domínio
dos escultores olmecas. O conjunto conta 22 peças monumentais, a maioria
proveniente do sítio arqueológico de San Lorenzo, 3 delas de Tres Zapotes , ao
sul de Veracruz, e 4 de La Venta, no Tabasco.
Embora
todas representem rostos masculinos, nariz achatado e lábios carnudos, cada uma
tem seu estilo próprio. A expressão pode ser séria, calma ou feliz. Ignora-se
se as estátuas representam guerreiros ou dirigentes, mas todos usam jóias,
plumas, motivos antropomórficos e zoomórficos que atestam elevada condição
social. Muitas delas são marcadas por mutilações antigas, feitas talvez para
fins rituais ou para desfigurar a imagem de um chefe difamado.
Medem
de 1,47 a 3,40 metros de altura e seu peso varia entre 6 e 50 toneladas. O
local de extração dos blocos de pedra era provavelmente as montanhas de Tuxtlas
ao sul do Estado de Veracruz. Levar esses blocos para cada local, o mais
próximo dos quais é Tres Zapotes, situado em seus contrafortes, e o mais afastado, La Venta, a 100 quilômetros,
necessitava de uma rede de comunicações complexa. Isso implicava uma
organização social e política capaz de coordenar a mão-de-obra necessária para
tal empresa, bem como o controle da navegação porque as vias de transporte mais
acessíveis eram os cursos de água. Junto a muitos parceiros comerciais, os
olmecas obtinham as pedras finas que utilizavam como instrumentos (obsidiana),
objetos cerimoniais, pequenas imagens e jóias (jadeíta em particular).
Por
razões ainda ignoradas, a civilização olmeca desapareceu por volta de 400 a.C.,
depois de haver transmitido à maioria das culturas mesoamericanas um substrato
cultural comum.
SALLES,
Catherine. Larousse das Civilizações Antigas: Vol. I – Dos Faráos à Fundação de
Roma, 2006.