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Está é uma página suplementar do blogue Construindo História Hoje (http://www.construindohistoriahoje.blogspot.com.br), estando a mesma vincula de modo factual ao blogue original e tendo as mesmas prerrogativas. As postagens apresentadas aqui podem conter conteúdo que expanda o universo dos estudos históricos para outras áreas e podendo ir além com abordagens variadas tão quantas o conteúdo. Deste modo distingui-a do blogue original que possuí seu foco unicamente nos estudos históricos.

Desde já grato pela atenção,


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Rui Barbosa – Cronologia



Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo História Hoje , Graduado em História e Pós-graduando em Metodologia do Ensino de História e Geografia.

            Venho através desta nova empreitada trazer aos leitores do CHH uma coleção de postagens que trataram da cronologia da vida de grandes brasileiros. Iniciarei o trabalho trazendo até vocês Rui Barbosa. Um homem que se preparou para ser doutor, mas a sua maior vocação era a política, pois a medicina parecia uma ciência exata demais para o seu temperamento apaixonado.

1849 – Nasce Rui Barbosa em Salvador, Bahia, em 5 de novembro.

1865 – Forma-se no Ginásio Baiano do Dr. Abílio Borges. Faz um discurso de grande sucesso. Parte para o Recife, a fim de cursar a faculdade de direito.

1866 - Morre Maria Adélia, mãe de Rui. Troca de Recife por São Paulo, onde continua o curso jurídico.

1870 – Termina o curso, a 28 de outubro. Até 1872 mora em Plataforma, enfermo, e pouco trabalha na advocacia.

1872 – Começa a colaborar no Diário da Bahia, de Manuel Dantas.

1873 – Vai a Paris e a Enghiens-les-Bains tratar da saúde abalada desde o fim do curso.

1874 – Morre João José Barbosa de Oliveira, pai de Rui. Rui trabalha na Santa Casa de Misericórdia, no Diário da Bahia e no escritório de advocacia, para pagar as dividas do pai, que assume espontaneamente.

1875 – Bate-se contra o serviço militar obrigatório. Morre Maria Rosa, sua noiva, a 8 de dezembro.

1876 – Fica noivo de Maria Augusta Viana Bandeira. Casa-se Brites, irmã de Rui. Rui vem para o Rio tentar a fortuna. Traduz e prefacia O Papa e o Concílio. Volta a Bahia e casa-se, em dezembro, com Maria Augusta.

1877 – É publicado O Papa e o Concílio. Regressa à Bahia para tentar a carreira política.

1878 – Rui é eleito deputado provincial pelo Partido Liberal.

1879 – É eleito deputado geral e parte para o Rio de Janeiro. Morre Brites na Bahia. Defende o Gabinete de Sinimbu contra o ataque de Silveira Martins. Grande sucesso. Discursa sobre a eleição direta.

1880 – Saraiva assume o poder e escolhe Rui para elaborar o projeto de reforma eleitoral.

1881 – O projeto de Rui é aprovado tornando-se conhecido como Lei Saraiva. Pronuncia o Elogio do Poeta na comemoração do decenário da morte de Castro Alves. É reeleito deputado geral pela Bahia por pequena margem de votos.

1882 – Martinho Campos sucede Saraiva. Rodolfo Dantas, filho de Manuel Dantas e amigo de Rui, é ministro do Império. Rui trabalha no seu parecer sobre a reforma do ensino. Caí o Ministério em julho. Rui apresenta á Câmara seu parecer e retira-se temporariamente da vida política. Casa-se Rodolfo Dantas.

1883 – Concentra-se no trabalho no escritório de advocacia que mantém com Rodolfo Dantas e Sancho Pimentel.

1884 – Manuel Dantas é o novo chefe do governo. Rui é preterido na formação do Ministério. Rui líder do governo na Câmara. É apresentado à Câmara o projeto de emancipação dos escravos sexagenários, de autoria de Rui. O projeto não passa. Dissolvido o Parlamento, Rui disputa a reeleição com Inocência Góis e perde.

1885 – Dantas cai. Saraiva é o novo chefe do governo. Rui critica a vacilação de Saraiva no caso da lei dos sexagenários. Compromete-se  cada vez mais com a luta abolicionista. O escritório de advocacia progride bastante. Rui começa a saldar definitivamente as dívidas do pai. Candidata-se novamente à Câmara e é outra vez derrotado.

1886 – Dedica-se ao estudo e á família. Continua como escritório de advocacia. Morre José Bonifácio, o Moço. Rui é o orador da sessão cívica promovida em São Paulo. Enorme sucesso.

1888 – Agrava-se a Questão Militar. Cotegipe, que sucedera a Saraiva, demite-se. Sobe ao poder João Alfredo. Em 13 de maio é abolida a escravatura no Brasil. Rui assume a direção do Diário de Notícias, onde trabalha com Azevedo, seu grande amigo, daí em diante.

1889 – Congresso do Partido Liberal. As teses de Rui são derrotadas e Rui é desde 1888 o maior propagandista da federação. João Alfredo cai e é substituído pelo visconde de Ouro Preto. Rui é convidado para o Gabinete, mas não aceita por não constar no programa do governo a ideia da federação. Cresce a conspiração republicana. O marechal Deodoro da Fonseca aceita liderar o movimento. Rui é chamado a conspirar. Em 15 de novembro é proclamada a República. Instala-se o Governo Provisório. Rui é o ministro da Fazenda.

1890 – Grandes reformas financeiras de Rui. As alterações são muito criticadas. Rui trabalha no projeto da Constituição. Em 15 de novembro instala-se a Constituinte.

1891 – Renúncia coletiva do Ministério, em janeiro. Em fevereiro é aprovada a Constituição. Deodoro é eleito presidente da República. Seu vice é o marechal Floriano Peixoto. Em 23 de novembro, pressionado, o presidente renuncia, Floriano assume.

1892 – Começam os atos arbitrários de Floriano. Rui o combate na imprensa e nos tribunais.

1893 – revolta da Armada, liderada por Custódio de Mello. Rui é obrigado a se exilar em Buenos Aires, e depois em Londres.

1894 – Prudente de Morais é eleito e toma posse na Presidência. Morre Floriano.
1895 – Rui volta ao Brasil. É eleito para o Senado.

1896 – Rui defende-se no Senado de acusações sobre sua alegada desonestidade no Ministério da Fazenda. É reeleito para o Senado, pela Bahia, contra o desejo de Prudente. Toma posse Campos Sales, sucessor de Prudente de Morais.

1898 – Lança o jornal A Imprensa.

1901 -  Cessa a publicação do jornal. Rodolfo Dantas morre em Paris. Morre Francisco de Castro, médico particular e grande amigo de Rui.

1902 – Apresenta ao Senado o Parecer sobre a redação do projeto de Código Civil. Trava a esse propósito grande polêmica com Carneiro Ribeiro. Lança a Réplica, que consagra como o conhecedor da língua. Toma posse Rodrigues Alves. É o mais brilhante dos períodos presidenciais da República Velha. Rui o apoia. Rui estreita sua amizade com Pinheiro Machado, homem forte do regime.

1903 – Colabora com Rio Branco na questão de fronteiras com a Bolívia.

1904 – Início da vacinação obrigatória, sob a direção de Oswaldo Cruz. Rui é contra. Levanta-se a Escola Militar contra a vacinação. Atuação firme do marechal Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro, evita a queda do governo.

1905 – Forma-se a coligação para impedir que Rodrigues Alves indique seu sucessor. Pinheiro Machado é o líder. Rui o acompanha.

1906 – É eleito Afonso Pena. Rui aproxima-se do novo presidente.

1907 – Segunda conferência da Paz em Haia. Atuação destacadíssima de Rui.

1908 – Começam a registrar-se divergências entre Afonso Pena e Rui quanto à sucessão.

1909 – Pinheiro Machado aceita a candidatura de Hermes da Fonseca à Presidência. Rui rompe com Pinheiro. Morre Afonso Pena. A Presidência é ocupada pelo vice, Nilo Peçanha. A candidatura de Rui é lançada pela Bahia e por São Paulo. Começa a campanha civilista.

1910 – Hermes é fraudulentamente eleito. Rui inicia violenta oposição.

1914 – Sobe à Presidência Venceslau Brás. Começa a Primeira Guerra Mundial. Rui toma posição ao lado dos aliados.

1916 – Pinheiro Machado é assassinado pelas costas no Hotel dos Estrangeiros. Rui representa o Brasil nos festejos do centenário da Independência da Argentina. Denuncia a neutralidade frente à guerra, em discurso de enorme repercussão.

1917 – O Brasil entra na guerra. Festeja-se o Jubileu Cívico de Rui Barbosa.

1918 - Termina a guerra. Rodrigues Alves é mais uma vez eleito para a Presidência. Morre antes de tomar posse.

1919 – Rui concorre à sucessão de Rodrigues Alves. É derrotado por Epitácio Pessoa. Em novembro vai à Bahia apoiar o candidato a governador, o juiz Paulo Fontes. A intervenção militar no Estado, decretada pelo governo federal, impede a vitória certa.

1920 – Paraninfo dos bacharelandos da Faculdade de Direito de São Paulo. Escreve a Oração aos Moços.

1921 - Renuncia à cadeira de senador. Apoiado pelos próprios adversários, é unanimemente reeleito.

1922 – Recompõe-se com Hermes da Fonseca. Pensa em “republicanizar” a República”, com o apoio do exército. Mas é  Nilo Peçanha quem sai candidato à sucessão de Epitácio Pessoa. Marcha do Forte Copacabana contra a prisão de Hermes. Artur Bernardes é eleito presidente da República. Rui o apóia.

1923 – Vai para Petrópolis recuperar-se de enfermidade cerebral. Em fevereiro ainda participa de reuniões políticas. Tem os primeiros sintomas de paralisia bulbar em 27 de fevereiro. Morre em 1° de março. O corpo é embalsamado e trazido para o Rio. O enterro é em 3 de março.
           
            O que acabamos de ler aqui foi a época de Rui Barbosa. De 1849 a 1923, viu ele nascer e morrer o Segundo Reinado, surgir em seu lugar a República. E teve ainda tempo de profetizar a sua queda. Quando em 1946 cogitou-se da redemocratização, foi no seu exemplo e no dos que com ele batalharam que as forças renovadoras do país buscaram inspiração. Vinte anos depois que falecerá concluía-se sua obra.



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Você quer saber mais? 

D’AMARAL, Márcio Tavares. A Vida dos Grandes Brasileiros – 1. Rui Barbosa. São Paulo: Ed. Três Ltda, 2001.

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