O Novíssimo Tempo,
Luzes e Revoluções.
As luzes vencem as sombras: ideias e contextos
do Iluminismo.
Iniciada no
Renascimento a Época das Luzes, talvez indique de maneira mais concreta o que
ocorreu no século XVIII. O Iluminismo nunca foi um movimento homogêneo e sim
pluralista. É no século XVIII que a visão do Iluminismo ganha força como
opositora às forças reacionárias do Antigo Regime e apresenta uma visão mais
racional do mundo e da interação entre os seres humanos. Representa um
movimento geral na Europa de crítica ao Antigo Regime, objetivam dar conteúdo
as críticas onde a razão e a liberdade estaria do lado do homem.
Criando uma
fé na razão, amparada nas pesquisas do século XVII como as de Isaac Newton, que
estabeleceu que em tudo estava presente a natureza. Mas o século XVIII
apresentou seus revolucionários, desenvolvendo a autonomia das esferas de
conhecimento e, em meio a essa tônica é que encontramos homens como Benjamin
Franklin, que através de seu estudo dos raios fez a Igreja ver que se tratava
de um fenômeno natural. Também procuraram estabelecer melhores condutas sociais
e políticas a partir da descoberta das leis sociais e políticas.
Parte dessas
experiências já haviam sido testadas sem sucesso no século XVII. O que tornou o
século XVIII especial foi a crise geral, decorrente da impossibilidade de deter
novas ideias pela Igreja e os Estados Absolutistas, os mesmos viram-se
obrigados a envolverem-se com os novos tempos para sobreviver, resultando em
uma instabilidade política e religiosa.
Na cidade de
Paris, surgiu o clima necessário para as mudanças com a ida da corte para
Versalles. Nesse clima os portadores da crítica são os literatos, criando uma
literatura de oposição ao Antigo Regime. Esses primeiros literatos da França
criaram uma liberdade que não era a dos libertários, mas a dos libertinos,
diante desse clima é que se formaram os intelectuais que realizaram as mudanças
e que foram a base da produção das ideias iluministas. Eram homens com um
profundo conhecimento das questões universais, críticos das instituições
políticas e sociais, acreditavam que a única forma de se limitar a intolerância
e a criação de um governo esclarecido.
Durante o
iluminismo surgem as primeiras Enciclopédias que contém todos os novos valores
e conhecimentos apresentados na época, sua introdução era um manifesto do
Iluminismo. Propagando as luzes surge no
século XVIII o movimento filosófico denominado Ilustração que afirmava o poder
ilimitado da razão para governar o mundo. Isso foi tão destacado que chamam a
época da Ilustração simplesmente de “racionalismo”. Visavam também construir
uma base moral, para a religião e a ética de acordo com a razão inalterável das
pessoas. Não é por coincidência que a pedagogia como ciência tem suas origens
na Ilustração.
Os iluministas
desejavam converter a religião em algo natural um conceito de cristianismo
humanizado. O Iluminismo seguia o objetivo de acabar como medo dos homens e de
convertê-los em senhores. Propunham por meio da ciência, a dissolver os mitos e
confusões da imaginação. Inaugurando dessa forma o Século das Luzes por meio da
visão humana, em que a igualdade foi a nova mestra das trocas e das virtudes
humanas e a referência para as críticas ao domínio aristocrático.
A cidade, em
oposição ao campo, passou a ser o espaço original das novidades, onde os novos
valores se anunciavam e eram divulgados, transformando-se em ideais burgueses.
O mercantilismo como um conjunto de práticas e projetos econômicos
desenvolvidos nessa Europa moderna fez
com que a terra perdesse valor, era preciso torna-la capaz de gerar mais
riqueza e valor sólidos. Novos homens ricos e urbanos dominaram o cenário das
cidades, afastando delas os velhos hábitos rurais.
Objetivando
aumentar seus lucros os burgueses avançaram para os campos, tornando a terra consolidadora de seus bens.
Os comerciantes foram, sem dúvida, a expressão mais pontual da inexistência de
fronteiras entre o campo e a cidade. Seja pela exploração da circulação de
matérias-primas, fossem rebanhos de ovelhas ou artesanato. O resultado mais
importante foi à descoberta pela burguesia ascendente de que o Estado do Antigo
Regime era um freio aos anseios de liberdade de interesses. Passaram então a
buscar instrumentos que lhes permitissem manter seus interesses.
As críticas
vão se constituir na base ideológica de um novo projeto de sociedade, definido
pelo Direito natural e pela liberdade, contrário a quaisquer formas de
privilégios que não decorressem da avaliação da ação produtiva dos homens. Essa
visão crítica das Luzes é fortalecida por
incorporar todos os setores que de variadas maneiras sofriam com os
procedimentos absolutistas, e anuncia-se como projeto político de oposição.
As
revoluções burguesas, resultantes dessa atmosfera crítica, apresentam-se
trazendo em si um duplo conteúdo. Organizam, por um lado, os novos ideais de
liberdade, igualdade e, posteriormente, fraternidade que modificam as relações
sociais, privilegiando os interesses privados e a noção de homem produtor e
acumulador, ao mesmo tempo em que constroem um sistema de governo baseado nos
interesses públicos da nação, identificada como todos os homens livres que
vivem em um território.
Bibliografia:
FALCON, Francisco José C. Iluminismo. São Paulo: Editora Ática, 2002.
pp. 200 - 211.