As Monarquias Nacionais e o
Estado Absolutista: A consolidação das monarquias nacionais
assumiu formas diferentes em cada lugar da Europa ocidental. Na França, o poder
do rei começou a se fortalecer na Baixa Idade Média (século X–XV), para se
tornar absoluto na Idade Moderna (século XV-XVIII). Mas na Inglaterra não foi assim. Fortemente
centralizado nos séculos XI e XII, o poder real se enfraqueceu
progressivamente no final da Idade Média, transformando-se em uma monarquia com
poderes limitados pela Magna Carta. No Sacro
Império Romano-Germânico, na península
Itálica (Itália) e na península
Ibérica (Portugal e Espanha). O exercito perdeu seu caráter feudal por meio de novas leis reais ao qual
permitiam ao rei convocar os homens livres (burgueses, artesãos e cavaleiros)
para o exército. Por meio do capitalismo
comercial, política mercantilista e o sistema colonial o Estado Absolutista,
com seu soberano autocrático, não era um simples Estado de transição entre
o Estado feudal e o Estado burguês que emergiria da Revolução Francesa em fins
do século XVIII. Trata-se de um estado forte, centralizado e duradouro que tomou a forma de monarquia nacional.
Com a ascensão das monarquias nacionais
e os Estados Absolutistas as nações
europeias começaram a organizar-se de forma mais estável. A partir do século XV
a economia europeia conheceu um período de grande crescimento. Mas surgiu
também um novo obstáculo a essa expansão, configurando uma crise de
crescimento.
A expansão comercial e
marítima europeia: uma
das saídas encontradas para a superação da crise forma as Grandes Navegações. A partir do século XV, os europeus se lançaram à exploração de mares que pouco
conheciam. Essa aventura permitiu a abertura de novas rotas para os mercados tradicionais do Oriente, além do encontro de novas fontes de metais
preciosos para a cunhagem de moedas. Os
pioneiros na expansão marítima foram os portugueses e os espanhóis,
seguidos depois por ingleses, franceses e holandeses.
A visão do outro: europeus e
americanos: no
final do século XV, em 1492, os espanhóis aportaram em terras
americanas e, em 1500, foi a vez dos
portugueses. A partir daí, começou o
processo de conquista e colonização do continente por povos da Europa. Nos anos
seguintes, diversos deles, como os franceses,
ingleses e holandeses, desembarcaram em terras americanas formando colônias e buscando riquezas. Dessa forma, em vários
lugares do continente americano, no decorrer do século XVI, europeus foram se
organizando e tomando posse de terras
que já eram habitadas por comunidades com raízes culturais e hierárquicas
há muito definidas. Esses povos estavam distribuídos em diferentes pontos do
continente e organizavam-se em sociedades com características próprias, muitas
delas altamente complexas, causando admiração aos recém-chegados. Entretanto, a colonização, para os
europeus, sempre esteve relacionada à expansão territorial e comercial, o
que, de certa forma, restringiu o conato entre eles e os nativos à obtenção de
gêneros cuja extração ou produção gerasse o acúmulo de riquezas nos cofres
europeus. Esse fato, somado à grande
importância da religião na cultura europeia, contribuiu para que os costumes
europeus fossem impostos em detrimento dos costumes nativos. Assim,
primeiro, o contato entre europeus e povos nativos alterou os costumes vigentes
nas terras encontradas e, apesar do menor impacto, mostrou aos conquistadores
realidades e costumes diferentes dos conhecidos na Europa. Além da relação
América-Europa, a colonização do novo continente alterou a realidade africana, com a implantação do sistema de trabalho
escravista, que realocou milhares de africanos para supri a necessidade de
mão de obra na América. As relações que se seguiram à chegada dos europeus com
a chamada conquista da América (e também de outros continentes) foram de dominação, trocas culturais, assimilação
e destruição de muitas das organizações
sociais nativas. Nessa relação, a inexistência da noção de direitos humanos,
somada à certeza dos europeus de que seu modo de vida e religião eram os
corretos, além da intenção de explorar as novas terras, contribuíram para a desintegração quase completa de diversas
culturas nativas. É possível afirmar que a colonização das Américas, assim
como a que ocorreu em outros lugares no período, seguindo a lógica das
expansões marítimas e comerciais, foi um processo marcado pelo etnocentrismo – europeus priorizavam
suas crenças e objetivos comerciais, deixando de lado os costumes
preestabelecidos pelos povos nativos.
Etnocentrismo:
Quando a visão de mundo de um grupo é privilegiada em detrimento da de outros,
temos a manifestação de um fenômeno das relações humanas conhecido como
etnocentrismo. A atitude etnocêntrica implica a desvalorização do outro, por
ter uma cultura diferente. Estabelece-se, então, uma situação preconceituosa em
relação a tudo o que é considerado diferente, porque um grupo considera-se
superior aos demais.
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MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane de.
História em Debate: História Ensino Médio. São Paulo: Editora do Brasil, 2013.
pp.41,42.
ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson.
Toda a História: História Geral e História do Brasil. São Paulo: Editora Ática,
1999. pp. 137-139, 170, 175.
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