Para entendermos o drama de Calabar, temos de lembrar-se
do contexto histórico. Portugal e suas
colônias estavam debaixo do domínio espanhol desde que Filipe II conquistara a
coroa portuguesa em 1580. Com isso, ele pode afirmar com razão que no seu
império o sol nunca se punha. Somente sessenta anos depois, em 1640, Portugal
se livraria de Castela e constituiria de novo um reino independente sob o
governo de D. João IV. Mas a história de Calabar se desenvolveu inteiramente no
contexto do Brasil ibérico, quando, por algum tempo, não havia previsão de
mudanças políticas. A história de Calabar é parte integrante do primeiro
período da ocupação holandesa, a da resistência ibérica contra os
conquistadores recém-chegados.
O domínio holandês do Nordeste durou quase um quarto
de um século (1630-1654) e teve três períodos distintos. A primeira etapa
abrange os anos da resistência ibérica e do crescimento do poderio neerlandês
(1630-1636). O segundo período compreende a resignação lusa e o florescimento
da colônia holandesa (1637-1644). A história de Calabar é parte integrante do
primeiro período da ocupação holandesa, a da resistência ibérica contra os
conquistadores recém-chegados.
Foi um militar brasileiro, nascido em Porto Calvo,
Alagoas no ano de 1600 e faleceu em 1635. Seu pai era português e sua mãe
negra. Mulato, católico, educado por jesuítas, prosperou, chegando a possuir
três engenhos na capitania de Pernambuco. Foi um dos primeiros a se apresentar
para a resistência aos holandeses, sendo ferido na defesa do Arraial de Bom
Jesus, em 1630. Em 1632, não se sabe com exatidão porque, Calabar passou para o
lado do invasor, quando os esforços deste estavam sendo frustrados. Grande
conhecedor do terreno, sua colaboração mudou os rumos da luta, ampliando a
penetração holandesa. Atingiu o posto de major do Exército holandês. Em 1635,
chegando a Porto Calvo com reforços para o governador Picard, foi aprisionado,
tratado como mais vil traidor e enforcado por traição. Seu corpo foi
esquartejado e exposto para servir de exemplo.
Os holandeses prestaram honras fúnebres àquele a
quem efetivamente deviam grande parte de seu sucesso. Dois anos depois, em
1637, chegaria ao Brasil o príncipe Maurício de Nassau.
Referências:
Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São
Paulo: Editora Nova Cultura, 1998. pg.1047.
Página Longo Alcance. Disponível em: <http://www.longoalcance.com.br/brecife/calabar/calabar1.htm
> acessada em 26 de outubro de 2015 às 23h30min.