Dando seguimento ao nosso estudo sobre os grandes
brasileiros, Homens e mulheres que fizeram a diferença entre a realidade de
suas épocas, uma diferença que ecoa até os dias de hoje por meio de suas ideias
e invenções que ajudaram o Brasil a crescer e continuar crescendo. Nas próximas postagens continuarei trazendo outros
nomes, alguns bem conhecidos de todos nós, outros nem tanto. Mas isso não os
diferencia no fato de terem sido grandes pessoas que não se importaram em ir
contra aquilo que era considerado absoluto e correto, mas seguiram em frente
para o bem do Brasil e de toda a civilização humana.
1873
–
Julho, 20. Nasce Alberto Santos Dumont, no lugar denominado Cabangu, cuja
cabeça de comarca se chmava João Gomes, mudando depois para Palmira, Minas
Gerais. Seu pai era o engenheiro Henrique Dumont e a mãe, d. Francisca Santos
Dumont.
1874/79
–
Vai morar com a família em Casal, fazenda de café do avô materno, que o pai
administra, e que fica perto de Valença, Estado do Rio de Janeiro.
1879
–
Muda-se, com a família, para Arinvdeúva, fazenda de café que o pai adquire,
próxima a Ribeirão Preto, São Paulo.
1888
–
Vê, pela primeira vez, um balão cativo na capital de São Paulo. O balão devia
fazer parte de alguma exposição, ou possivelmente pertencia a algum aeronauta,
profissional de parque de diversão.
1890
–
O pai torna-se hemiplégico e vende a fazenda, que possuía cerca de 5 milhões de
cafeeiros.
1891
–
Aos 18 anos, viaja com a família para a França, a bordo do ‘Elbe’, onde o pai
pretende curar-se da hemiplegia frequentando as termas de Lamalou-les-Bains.
Visitando com o pai, em Paris, uma exposição de máquinas no Palácio da
Indústria, descobre um motor a petróleo. Novembro, pelo ‘Portugal’, regressa
com a família ao Brasil e vai residir uma casa da rua Helvetia, em São Paulo.
1892
–
É emancipado pelo pai, que também lhe entrega uma fortuna em títulos.
Acompanhado dos pais, volta à Europa, onde pretende estudar em Paris. Mas
Henrique Dumont, chegando a Portugal, sente-se pior de saúde e volta ao Brasil.
Agosto, 30. O pai falece no Rio de Janeiro. Promove, no velódromo de Parc des
Princes uma corrida de mototriciclos.
1897
–
Descobre, numa livraria do Rio, o livro de Lachambre e Machuron: André au Pôle
Nord em Ballon. Volta a Paris e pela primeira vez sobe em balão esférico,
pertencente à firma Lachambre et Machuron.
1898
–
Em Vaugirard sobe com passageiros em balão esférico. Torna-se um voluntário
piloto de balão, para a firma Lachambre et Machuron. Encomenda à mesma firma um
pequeno balão para seu próprio uso, a que dá o nome de ‘Brasil’. Descobre o
motor do triciclo a petróleo. Participa da corrida de automóveis
Paris-Amsterdã, em carro adaptado com motores de triciclo. Constrói o seu primeiro balão dirigível, o ‘Santos
Dumont n.°1’. Setembro, 18. Experiência mal sucedida com o ‘Santos Dumont
n.°1’.Setembro, 20. Navega pela primeira vez no ‘Santos Dumont n.°1’, tendo
descida acidentada em Bagatelle, com ameaça do balão dobrar-se ao meio.
1899
–
Maio, 11. Ensaio fracassado com o ‘Santos Dumont n.°2’ que se dobra ao meio no
momento da elevação. Novembro, 13. No ‘Santos Dumont n.°3’ faz uma feliz
ascensão, partindo do Campo de Marte, contornando a torre Eiffel, descendo no
Parc des Princes. Manda construir em Saint-Cloud um hangar para os seus balões.
1900
–
Agosto, 1.°. Termina a feitura do ‘Santos Dumont n.°4’. A comissão Científica
do Aeroclube concede-lhe o ‘prêmio de Encorajamento’, de 4 mil francos. Com o
dinheiro do prêmio, instituiu o ‘Prêmio Santos Dumont’, como incentivo aos
pesquisadores da aerostação de dirigíveis.
1901
–
Julho, 12. No ‘n.°5’ voa sobre Longchamps e contorna a torre Eiffel. Julho, 13.
Concorrendo ao Prêmio Deutsch, de 100 mil francos, ao contornar a torre Eiffel
um golpe de vento violento o atira contra as árvores do parque Rothschild.
Agosto, 8. Insistindo na prova Deutsch, o balão perde gás e vai cair,
explodindo sobre as paredes de um edifício do Trocadero. Preso às cordas e à
quilha do balão, é retirado, ileso, pelos bombeiros. Outubro, 19. No ‘Santos
Dumont n.°6’ ganha o Prêmio Deutsch, partindo de Saint-Cloud, contornando a
torre Eiffel e voltando ao ponto de partida no espaço de 29 minutos e 30
segundos (30 minutos era o tempo estimado para a prova).
1902
–
Janeiro, 29. Sobe no ‘n.°6’ em Monte Carlo, onde passa uma temporada naquela
cidade. A convite do príncipe Dino, que mandou construir no blulevar de La
Condamine um aeródromo e hangar para os seus balões. Fevereiro, 14. Acidente
com o ‘n.°6’, que soçobra nas águas da baia de Mônaco. Primavera-verão. Visita
Londres, Nova York e São Luis. Falece, em Portugal, sua mãe, d. Francisca
Santos Dumont. Constrói neste ano os dirigíveis n.°s 7, 9 e 10.
1903
–
Julho, 14. No dirigível ‘n.°7’, chamado de La Balladeuse, toma parte na grande
parada militar de 14 de Julho.
1904
–
Escreve Dans l’Air (Os Meus Balões). Recebe do governo francês a comenda de
Cavaleiro da Legião de Honra.
1905
–
Escreve artigo para a revista Je Sais Tout. Projeto do Santos Dumont n.°11.
Agosto. Ascensão, em Trouville, do ‘Santos Dumont n.º14. numa corrida de
lanchas na Côte d’Azur, toma conhecimento do motor ‘Antoinette’, e seu
fabricante, Levavasseur.
1906
–
‘Santos Dumont n.°12, helicóptero, 2 hélices. ‘Santos Dumont n.°14’. Constrói
um tipo de aeroplano aquático com asas do tipo de ‘papagaio celular de Hargrave’. Experimenta o
aparelho como planador, conseguindo, para isso, prendê-lo a uma corda e esta a
um barco-automóvel, que o impulsiona. Constrói novo aparelho – um biplano – e
para testar seu equilíbrio e direção, prende-o sob o dirigível ‘n.°14,
desprendendo, depois, deste. Mas o biplano fica conhecido por ’14-Bis”.
Setembro, 7. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se no biplano por um segundo.
Setembro, 13. Campo de Bagatelle. Faz no biplano (’14-Bis’) um pequeno voo de 8
metros. Setembro, 30. Participa da Taça Gordon Bennet para balões livres, mas
ferindo o braço numa transmissão teve que aterrissar perto de Bernay. Outubro,
23. Campo de Bagatelle. Consegue elevar-se do solo a uma altura de cerca de um
metro e a uma distância de 60 metros, ganhando a Taça Archdeacon, ofertada ao
piloto que em sua máquina, e por seus próprios recursos, conseguisse voar
através de um percurso de 25 metros. Novembro, 12. Campo de Bagatelle.
Novamente pilotando o seu ’14-Bis’ consegue voar 220 metros.
1907
–
Março, 21. Sobe no ‘n.º 15, biplano do tipo celular. Abril, 4. O ’14-Bis’ é
inutilizado em desastre. Agosto, 10. Sobe no balão ‘Aigle’ com pilotos do
Aeroclube de França e os amigos brasileiros Antônio Prado Júnior e senhora, d.
Eglantina. Constrói o monoplano ‘n.°19’. Constrói o monoplano, ‘n.°20’,
conhecido por ‘Demoiselle’.
1908
–
Exposição da ‘Emoiselle’ no Salão da Aeronáutica.
1909
–
Passeia com sua ‘Demoiselle’ pelos céus da França.
1910
–
Abandona a aeronáutica. Deixa de voar.
1913
–
É erguido em Saint-Cloud monumento em sua homenagem.
1914/15
–
Passa-o entre Brasil, Europa e novamente Brasil. A convite dos Estados Unidos
viaja para Washington, para participar de um congresso científico.
1916
–
Parte para o Chile a fim de participar de Conferência Pan-Americana a realizar-se
em Santiago. Julho. Vai à Argentina, para o centenário da Assembleia de
Tucuman.
1917
–
Em Petrópolis constrói a casa ‘Encantada’.
1918
–
O sítio de Cabangu, em Minas Gerais, lhe é doado pelo governo brasileiro. Na
‘Encantada’. Na ‘Encantanda’ escreve o livro ‘O que Vi, o que nó Veremos’.
1920
–
Volta a Paris.
1922
–
Manda erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João
Batista, do Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do ícaro de Saint-Cloud.
1924
–
Paris. Brasil. Novamente torna a Paris.
1926
–
Interna-se no sanatório de Valmont-sur-Territet, na Suiça.
1927
–
Passa algum tempo na aldeia de Glion, Suíça. Volta à França.
1928
–
Volta ao Brasil pelo ‘Cap Arcona’. Desastre com o avião que lhe vem dar as boas
vindas à entrada da barra. Volta para a França.
1929
–
Recebe do governo francês a comenda de Grande Oficial da Legião de Honra.
1930
–
Interna-se na casa de saúde de Preville, em Orthez, nos baixos Pirineus.
1931
–
Sanatório de Biarritz. Volta definitivamente ao Brasil.
1932
–
Julho, 23. Morre em Guarujá, São Paulo, aos 59 anos.
Mesmo com toda a fama adquirida por Santos Dumont através
de suas máquinas voadoras, principalmente o Dirigível n.°6, 14-Bis e o
Demoiselle. Esse prestígio social, não fez Santos Dumont afastar-se daquilo que
mais amava, pois madrugava no seu hangar, agarrando-se a seus inventos.
Trabalhando feliz, pois trabalhava no meio dos melhores amigos – os seus
mecânicos. Sem a busca de ajuda oficial ou particular, ele, com dote recebido
de seu pai e com o poder de suas criações, mostrou para a humanidade, os novos
caminhos a seguir. Não concebeu sua máquina voadora para que os homens se
matassem, jamais pensou em lucro e destruições. Deseja uma aliança de paz entre
a humanidade através de uma abertura de rotas em todas as direções da terra.
Morreu sem deixar fortuna, mas mudou o mundo para sempre!
Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo
História Hoje e Acadêmico de História.
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D’AMARAL, Márcio Tavares. A
Vida dos Grandes Brasileiros – 1. Santos Dumont. São Paulo: Ed. Três Ltda,
2001.
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