sábado, 13 de fevereiro de 2016

Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem.



***PERÍODO OPERATÓRIO CONCRETO: segundo Piaget é um período de grandes transformações cognitivas. Inicia-se com o surgimento das operações concretas e concluísse com o surgimento das operações formais. Piaget chama de “operações” o conjunto de regras, de estratégias, ou de esquemas internos, abstratos e poderosos (Características: reversibilidade operatória --- > ação interiorizada e reversível, adição, subtração, multiplicação, ordenação seriada, descentração Reciprocidade, conservação (massa, peso, volume), compreensão dos estados e transformações, sentimento de necessidade-à A Lógica é necessária, e outros que a criança descobre, elabora e reelabora para o exame do mundo ou para a sua interação com ele. Piaget diz em torno dos 7 anos o pensamento da criança torna-se lógico. Inicialmente está lógica é aplicada a problemas que existem, problemas concretos. Depois transformam-se em operações mentais. Processos desenvolvidos dentro de um contexto real de interações que o sujeito experimenta. Concretoà síntese cognitiva de real e do abstrato. Ex. Julgamento moral a partir da compreensão dos conteúdos das leis. Construção de regras, mediantes a cooperação, combinação, obedecer regras sobre acordo comum. Crianças do Operatório Concreto gostam muito de brincar com o corpo, piadas, matemática, palavras cruzadas. Fazer relação com coisas relativas a vida (zoológico, histórias do bairro e escola. Relacionar com coisas que estamos vivendo. Isso tudo se da pela CONSERVAÇÃO.
OBS. Memorização com significadoàEducação para aprendizado. Memorização Pura e Simplesmente do que o professor falaàDecorar.
Uma criança que atingiu o estágio Operatório Concreto Entende a lógica das coisas. Deve haver a experiência (prática). No contexto real de interações. Piaget distingue três características básicas da inteligência operatória: a descentração, a conservação e a reversibilidade.
DESCENTRAÇÃO: capacidade de poder seguir as transformações sucessivas da realidade através de todos os caminhos e rodeios possíveis, e coordenar os diferentes pontos de vista. A criança tem consciência e compreensão das relações que se estabelecem entre os diferentes passos de uma transformação. Tem uma compreensão funcional. Na etapa anterior cada passo é percebido de forma independente. Agora ele é percebido no seu todo, ou seja, no que aconteceu, como e porque, compreendendo as razões das mudanças. Esta compreensão aplica-se também aos sentimentos. A criança passa a compreender as razões de mudanças nos estados afetivos dos outros. Isto tem profundo significado nas suas relações sociais.
REVERSIBILIDADE: Piaget acredita ser a reversibilidade a noção mais critica a ser adquirida. Ressalta que o conceito de reversibilidade é básico para o entendimento do processo de construção da inteligência. Torna o pensamento móvel e dinâmico. Ou seja, permite compreender que as operações mentais e as ações físicas podem ser invertidas ou revertidas (possibilidade de ir e vir). Por exemplo: que a salsicha de argila pode voltar a ser uma bola;  que a água colocada no copo mais alto pode retornar ao copo mais baixo e permanecer com a mesma quantidade. Implica capacidade de retroceder e de avançar no pensamento sobre as relações. A característica das operações concretas é poder desenvolver-se de maneira reversível por inversão – capacidade de reverter mentalmente as operações. A criança operatória concreta procura nas “leis” de compensação” explicações para fenômenos ou transformações realizadas. Por exemplo, diz que no copo mais alto entrou a mesma água porque a altura compensa a largura do copo inicial. A reversibilidade leva o sujeito a compreender operações lógicas abstratas como “se A é maior do que B, B é menor do que A”, ou compreender hierarquias de classes como cachorro e animal, rosas e flores.
CONSERVAÇÃO: é a possiblidade que existe de algo se conservar apesar das transformações que possa sofrer. É a compreensão de invariantes, ou seja, de que, nas transformações, algumas coisas não se modificam, permanecem. “Envolve a compreensão de que, se nada é acrescentado ou tirado de um objeto, esse objeto permanece o mesmo embora possa sofrer mudanças na aparência”. Se transformamos um objeto em uma forma (bolas e salcichas) algo muda e algo permanece. A noção de conservação de Piaget é um dos indícios mais claros de agrupamento das ações em sistemas organizados, ou seja, um dos indícios mais claros da passagem da intuição à operação (pré-operatório ao estágio operatório concreto). “As capacidades descritas anteriormente de descentração, de acompanhar transformações, de reverter operações por inversão e por reciprocidade são todas necessárias para o desenvolvimento das capacidades de conservação e para o progresso do raciocínio”. A criança inicia, normalmente, a noção de conservação entendendo que a substância permanece a mesma, depois a quantidade depis o líquido, seguida do peso e do volume. Por exemplo: conservações numéricas (a quantidade não muda mesmo que modifique a disposição) e conservação de comprimento são também adquiridas no final desta fase.  A essência para a escrita e a matemática está na CONSERVAÇÃO. As palavras tem uma forma de escrever e os cálculos também seguem regras para isso é essencial à CONSERVAÇÃO. As operações neste período são de caráter “concreto”, ou seja, dependem em grande parte do conteúdo ao qual se aplicam, são ligadas ao imediato, às experimentações e à particularidade das situações que se apresentam. É EXATAMENTE NESTE FATO QUE RESIDE A DIFERENÇA ENTRE O PENSAMENTO OPERATÓRIO CONCRETO E O FORMAL. Apesar das operações estarem estruturadas, elas nem sempre se aplicam a tood o tipo de situação. Ou seja, a resposta que deveria estar claramente definida para a criança nem sempre é a esperada, pois depende do conteúdo tratado. A criança precisa ir adquirindo e construindo as noções (experiência das garrafas com água, pré-operacionais não entendem a mudança de sentido das garrafas deve ser acompanhada pelos líquidos, já o operatório formal entende e desenha o líquido acompanhando o posicionamento das garrafas.)
SERIAÇÃO: classificação, já entendem regiões, locais e tipos. Presente desde o período pré-operatório, a capacidade de seriação passa por fases diversas, é construída durante um período de vários anos sem apresentar relações significativas, depois estas relações são construídas por ensaio e erro e finalmente em torno de 7 a 8 anos as crianças empregam a estratégia de TRANSITIVIDADE. Ou seja, a de compreender que se A é menor que B, B menor que C, então necessariamente A é menor do que C.
CLASSIFICAÇÕES: Ato de agrupar objetos por similaridades (Piaget), desenvolve-se em três níveis: Primeiro Nível: as crianças agrupam com base nas semelhanças (4/5 anos). Nesta fase, o critério pode variar entre forma e cor etc. Segundo nível: concentração na dimensão, ou critério. Agrupam por cor, por forma, etc. Não há preocupação com a relação entre as coleções e subcoleções, ou entre classe e subclasse. Ex. rosas são flores. Terceiro Nível: Em torno dos 8 anos, as crianças conseguem entender as relações entre coleções e subcoleções ou classes e subclasses. Ex. oferecer as crianças um grupo de 22 contas de madeira, sendo 2 brancas e 20 marrons. Então pergunta-se: Há mais contas de madeira ou marrons. As crianças do Primeiro Nível dirão marrons as do Terceiro Nível dirão madeira porque já são capazes de racionar sobre as classes e subclasses, ou seja, todas as contas (marrons e brancas) são de madeira e pertencem a classe de madeira. Estes conceitos de classificação e inclusão, seriação (ordem) e inclusão são importantes para a formação do conceito de número. Para compreender o conceito de “cinco” é preciso entender qual a posição (ordem) que ele ocupa em uma série e, ao mesmo tempo entender que ele pertence a uma determinada classe.
INCLUSÕES DE CLASSES: A criança estabelece relações entre classes dependendo da noção de conservação, principalmente a de massa. Para compreender o sentido do mundo, o sujeito forma categorias ou classes com elementos que frequentemente não são exatamente iguais. Estabelece uma relação entre uma classe e uma subclasse = inclusão de classes. Para isso é necessário abstrair as características não relevantes e analisar as que aproximam os objetos. (“O cachorro pertence à classe de animais, que rosas pertencem à classe de flores”. Para entender que o cachorro pertence à classe de animais, que rosas pertencem à classe de flores, a criança precisa destacar o que é próprio de cada uma das categorias em detrimento de observações mais palpáveis. Aprender relações entre classes significa construir toda uma lógica de na qual existe uma hierarquia e determinadas relações de inclusão dentro desta hierarquia. O que caracteriza um cachorro como animal? Qual a hierarquia geral e a particular que se estabelece nesta análise?
TEMPO E VELOCIDADE: A capacidade de entender que existe uma relação entre o tempo e a distância percorrida, só começa a adquirir significado em torno de 8 anos ou mais e são compreendidos como tal aos 10 ou 12 anos, segundo a teoria estudada.
CONCLUSÃO, A CRIANÇA PASSA DE UMA CONCEPÇÃO CENTRADA EM SI MESMA E NA SUA EXPERIÊNCIA NO PRÉ-OPERATORIO PARA UMA DESCENTRAÇÃO, NA QUAL AS NOÇÕES VÃO FICANDO CADA VEZ MAIS OBJETIVAS.
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM: atingindo a fase do Operatório concreto surgem noções importantes relacionadas à linguagem. São noções lidas anteriormente: Noções de Tempo, Noções de Espaço, Noções de Causa, Noções de Classificação, Noções de Seriação.
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***ESTÁGIO OPERATÓRIO FORMAL: Na teoria piagetiana é na adolescência que ele começa a ser alcançado. As melhorias no processamento cognitivo e na memória elevam qualitativamente o pensamento. Para Piaget o crescimento cognitivo só é possível graças à combinação ou interação entre o ambiente mais rico em experiências e a maturação cerebral ou neurológica. Capacidade Qualitativa: capaz de pensar na possibilidade e não apenas na realidade. O Operatório Formal parte da análise das possibilidades. Fantasia, especula, formula hipóteses e depois se volta para a realidade. Operatório Formal: referência imediata além da imaginação, hipóteses, criatividade não viu mas pode existir, a partir do 7º ano ensinam álgebra, pois as crianças conseguem entender a mistura de números e letras. Compreendem o processo lógico. Mas a maioria só memoriza não assimila em nada útil na vida, pois a informação não se tornou um conhecimento. O adolescente pensa me opções e possibilidades. Enfim é capaz de planejar e imaginar consequências resultantes da escolha do momento presente. Primeiro A possibilidade assume vida própria.  Segundo a lógica proposicional toma os resultados das operações concretas e os modela sob a forma de proposições, estabelecendo diferentes tipos de vínculos lógicos como implicação, conjunção, identidade, disjunção, etc. O sujeito pode lidar com todas as classes de problemas, raciocinar sobre presente, passado e futuro, estabelecer conclusões de hipóteses com base em experiências passadas, mas sem que tenha vivenciado as mesmas. Implica dizer que “está apto a pensar sobre seus próprios pensamentos e sentimentos como se eles fossem objetos.” Ex. ‘água mole em pedra dura tanto bate até que fura’ um Operatório Concreto entenderá dar longas explicações como a água bate e age sobre a pedra. O Operatório Formal interpretará o provérbio no seu significado simbólico.
PROPRIEDADES ESTRUTURAIS DO PENSAMENTO OPERATÓRIO FORMAL: HIPOTÉTICO-DEDUTIVO, CIENTÍFICO-INDUTIVO e REFLEXIVO-ABSTRATO.
#Pensamento Hipotético-dedutivo: é um raciocínio que transcende a percepção e a memória e lida com objetos dos quais não temos conhecimento direto, ou seja, objetos hipotéticos. Tira conclusões de hipóteses de premissas e não de fatos, experimentos, observações que o sujeito tenha realmente vivenciado ou verificado. Exemplo são problemas de matemáticas que exigem dedução como: Se A é menor que B, e B menor que C; A é menor que C? Ele pode tirar conclusões, ou aplicar a lógica do argumento, independente da verdade ou da falsidade do seu conteúdo.
#”Pensamento” Raciocínio cientifica – indutivo: este raciocínio é definido como o que vai dos fatos específicos às conclusões gerais. Principio empregado pelos cientistas. Para isso e necessário formular hipóteses, experimentar, controlar variáveis, registrar efeitos para extrair conclusões sistemáticas dos resultados. Estas variáveis são pensadas ao mesmo tempo, de modo coordenado e podem levar a conclusões ou efeitos de algumas delas ou de todas, Piaget chamou isso de Raciocínio combinatório.
#”Pensamento” Raciocínio reflexivo-abstrato: O conhecimento tem dois níveis diferenciados: o conhecimento físico e conhecimento lógico matemático. O conhecimento físico resulta da manipulação dos objetos. É o conhecimento de duas propriedades físicas como cor, volume, forma, peso, tamanho. O conhecimento lógico-matemático é construído a partir das ações físicas ou mentais sobre os objetos. O pensamento reflexivo (pensamento interno), parte de um nível elementar (exemplo: conhecimento físico) para um nível mais alto, através de uma reflexão interna, baseada no conhecimento disponível, ultrapassa o observável e tem como resultado uma reorganização mental. Assim no nível operacional forma, a reflexão exclusivamente interna pode gerar ou resultar em um novo conhecimento, o que não aconteceu nos níveis anteriores.
CONTEÚDO DO PENSAMENTO FORMAL: OPERAÇÕES PROPOSICIONAIS OU COMBINATÓRIAS -> 1- toda proposição tem um dos dois valores: falso ou verdadeiro, excluindo-se qualquer outro. Princípio do terceiro excluído. 2- Uma proposição não pode ser, ao mesmo tempo, falsa e verdadeira. Principio da não contradição. ESQUEMAS OPERACIONAIS FORMAIS -> Tem como base o desenvolvimento dos conceitos de proporção e probabilidade. PROPORÇÃO-> São capazes de compreender o aumento no peso de um lado da balança pode compensar o aumento na distância da colocação do peso do outro lado.